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sábado, 20 de novembro de 2010

Apenas uma reflexão...


A energia se desperdiça por meio de conversas ociosas e fofocas. Mas as pessoas não se dão conta disso. Manter-se calado é conservar a energia para fazer mais trabalhos mentais e físicos. Por meio da prática do silencio a energia da língua vai sendo lentamente transmutada ou sublimada em energia espiritual. O Silencio desenvolve a força de vontade, freia a força do pensamento, impede o impulso da fala raivosa e proporciona paz na mente. Desenvolve em nós a capacidade da paciência, o controle dos impulsos.
Quem observa o silêncio possui paz, fortaleza e uma felicidade desconhecida pelas pessoas que falam muito. Pessoas silenciosas geralmente são serenas e calmas. No silêncio há sabedoria, quietude e alegria. No silêncio há liberdade, perfeição e independência. O essencial é invisível aos olhos. Não pode ser descrito por palavras nem captado pelos cinco sentidos. A arte de perceber a verdade essencial a si próprio deve ser praticada em silêncio.


quarta-feira, 3 de novembro de 2010

O prédio detestável que estão fazendo ao lado de casa...

Um baita prédio que ocupa toda a extensão do terreno. Lá vou eu ficar sem minha privacidade no quintal! Ainda falta os demais andares para cima que vão ser construídos...

sábado, 2 de outubro de 2010

Amadurecimento...


Meu temperamento emocional não anda muito bom, pois o computador tem desligado sozinho e dificilmente fica ligado mais do que meia hora. Toda vez que estou digitando algo ou remexendo nas fotos ele simplesmente desliga e depois tenho que refazer tudo. Não sabemos se o defeito é do aparelho ou da eletricidade, mas sei que estou esgotada e nervosa com isso. Tecnologia é bom enquanto funciona, pois caso contrário só dá prejuízo. Eu não tenho o dia todo para ficar por conta esperando a boa vontade dessa máquina funcionar. Até parece que ela tem um cérebro e faz isso só para me pirraçar. A bateria já estragou há muito tempo e não sabemos se o estrago foi por causa de problema técnico no computador ou por causa de algo externo ligado a energia. Bem, estou engolindo sapos e elefantes... esse mês começou em provações cruéis. Mas vou deixar as lamurias de lado e falar sobre meus sonhos. Essa noite, nas duas horas que restou para eu dormir, sonhei que estava encontrando com a entidade de uma cigana e ela confirmou que eu estava grávida e prometeu me ajudar a encontrar um filho. Era estranho o fato de eu ter engravidado do nada, do tipo a lenda da Virgem Mãe. De todo modo, se eu ainda não estava grávida, ficou subentendido que eu ia ter um filho e precisava arrumar um pai, fosse ele o pai biológico ou não. Fiquei imaginando arrumar um homem para ser o pai providencial de um filho vindo do nada. Se arrumar um namorado já me parece quase uma missão impossível, como então conseguiria arrumar um pai para meu filho? Estava eufórica e esperançosa por saber que cumpriria o propósito pré-estabelecido e karmático de ser mãe e fiquei feliz ao saber que teria a sorte de ter a companhia de um homem, entretanto parecia difícil crer que tudo daria certo conforme planejava a cigana. Ela me disse que eu podia deixar por conta dela e por mais que estivesse agoniada para tomar uma atitude, senti que nada eu teria para fazer por falta de uma solução que pudesse ser planejada e seguida da minha parte. O que esse sonho reprisa das velhas questões já abordadas?
Já eram mais de nove horas da noite quando “Yllaria” me ligou chamando para ir dançar num baile de encontro das academias. Por mais cansada que estivesse, inclusive com dor nas costas, resolvi que iria. Pegada desprevenida, fui na minha simplicidade. Assim fizemos e outra vez concluí que não estou mais por conta de sair para dançar. Lá no baile deparei-me com pessoas bem trajadas e muito pior que isso, praticamente todos são profissionais ou alunos de longa data de dança. O Marcelo estava lá e dancei um toque de forró com ele. De resto alguns são conhecido de vista. Não me senti dentro de um baile, mas sim no auditório de um show de dança. Dancei umas três musicas e nada além disso. Não dei a noite por perdida pois concluí que minhas mudanças interiores estão se reafirmando e ampliando. Se fosse no passado eu invejaria aquelas pessoas e depreciaria minha auto-estima, entretanto hoje eu me dei conta de que meus sentimentos estão mais resistentes ao meio externo e ao meu eu-crítico. Admirei a maravilha de cada um dançando com tanta perfeição e técnica, senti-me muito aquém daquele ambiente, mas nem por isso diminuí meu valor pessoal, nem por isso fiquei melancólica.
Minha autoaceitação ampliou-se. Eu sinto pena por não ter condições de me relacionar amigavelmente com as pessoas, por não ter motivação suficiente para fazer aula de dança de salão, por não ter um companheiro que possa sair comigo para esse tipo de diversão. Sinto pesar e assumo isso com aceitação. Tenho a nítida compreensão de que isso é apenas uma situação dentre tantas outras na vida e, de tal modo, é algo completamente mutável. Não posso me punir mentalmente por julgar que minha situação é a pior do mundo e colocar a culpa inteira sobre mim como fiz até por volta dos vinte anos. Sinto muito por não desfrutar do prazer da dança conforme gostaria, mas tenho em mente que tudo aquilo que eu gostaria e não consigo me proporcionar, é apenas um aprendizado e exercício de resignação, paciência e auto-amor. Eu sou a primeira que tem de aceitar em paz as minhas limitações e a minha personalidade introvertida e reservada. Eu tenho de me apreciar ainda que eu não me sinta capaz de fazer-me feliz em todos os sentidos. Eu tenho de me amar na luta, no sofrimento, na amargura, na ignorância e insignificância de meu próprio ser. Eu tenho obrigação e direito de me amar na solidão, no desespero, na sofreguidão de não saber o quê fazer. Sou a única que posso me oferecer consolo e concelho. Sou a minha própria admiração e se não posso me admirar em tudo, tenho de me respeitar e me encorajar a ter esperança, calma e fé.
Creio que vivemos para aprender a bem sofrer, pois quer por provas ou por expiações, sempre temos motivos de sofrimento. O diferencial não está em ter esses motivos ou não, mas sim em saber enfrentá-los com sabedoria. Uma coisa é dominar racionalmente os sentimento e outra coisa é deixar a razão ser dominada emocionalmente pelos sentimentos. Razão e sentimento precisam caminhar juntos, em equilíbrio e harmonia. Tudo é superável, mesmo quando não conseguimos conceber de imediato uma solução prática. O amadurecimento interior está exatamente em saber enfrentar as situações desagradáveis com otimismo e bem-estar consigo mesmo. O desenvolvimento interior começa nas mudanças de pensamentos e crenças, passa pela mudança de atitudes e termina na mudança do exterior que é mero reflexo da nossa concepção visual-sinergética. É cruel sofrer, mas como em tudo existe um lado bom e outro ruim, o lado bom da dor emocional é a graça de adquirir a sabedoria do amadurecimento. E sofremos até aprender a bem sofrer, pois o sofrimento só deixa de existir quando deixamos de ser escravos dele, ou seja, o sofrimento é algo infindável, mas a escravidão psíquica-emocional a ele é finita e tem a duração exata do nosso crescimento espiritual. Bem, foi assim que meu dia finalizou.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O vício de agradar a todos...


Olá 'Pessoal do mundo todo'! Acabei de ler mais um livro chamado O vício de agradar a todosi. Concordo com a autora de que temos valor pela pessoa que somos e não por aquilo que fazemos ou pela opinião das pessoas a nosso respeito. A insegurança nasce ao olharmos para as nossas fraquezas, imperfeições e incapacidades. Muitas pessoas estão presas em uma escravidão que as torna infelizes simplesmente porque têm um sistema de convicções erradas. Querer agradar alguém é reflexo da vontade nata inconsciente e primordial que temos de agradar a Deus. Queremos a aprovação de Deus, e não há nada de errado nisso. Na verdade, é necessário ter o desejo de agradar a Deus, pois isso nos motiva a buscar a vontade dele em todas as coisas. Deus sabe que não podemos manifestar a perfeição. Se pudéssemos ser perfeitos aqui e agora em nosso desempenho, não precisaríamos de estar nesse grau de vida evolutiva, não teríamos sido criados simples e ignorantes. Jesus veio para aqueles que estavam enfermos no espírito, no corpo e na alma, e não para aqueles que não tinham necessidades. Isso faz-nos deduzir que Deus prefere um crente com bom coração e um desempenho imperfeito, do que um crente que tenha o desempenho perfeito, mas o coração impuro.
Se tivermos medo de ser rejeitados, geralmente nos comportaremos de uma forma que fará com que as pessoas nos rejeitem. Acabamos produzindo aquilo em que cremos. Deus não tem qualquer problema em saber aquilo que nos falta; somos nós que temos problemas com relação a isso. Temos dificuldades em admitir para nós mesmos ou para qualquer pessoa que somos imperfeitos. É importante para nós sabermos o que podemos fazer, mas é ainda mais importante que saibamos o que não podemos fazer. Precisamos enfrentar as nossas fraquezas e não nos sentirmos mal ou diminuídos a respeito. Quando enfrentamos os nosso temores, podemos encontrar a liberdade. Em João 8:32, Jesus disse: 'A verdade vos libertará'. A palavra medo significa 'fugir de'. Não precisamos fugir de nada; podemos enfrentar todas as coisas no poder do Espírito Santo. É hora de parar de fugir, de 'aquietar-se e ver o livramento do Senhor' (Êxodo 14:13).Se buscarmos a Deus para termos aprovação, jamais sentiremos a dor de termos essa aprovação negada, pois teremos um fluxo constante e regular do Seu amor e aceitação. Ele está sempre disponível para nós. É gratuito e abundante. Passamos por muitas angústias porque tentamos obter das pessoas o que somente Deus pode nos dar: um senso de valor. Busquemos a Deus, e não as pessoas, para obter o que precisamos. As pessoas geralmente precisam ter um motivo para nos amar e aceitar, mas Deus não precisa disso. É aquilo que tentamos esconder, nossa vulnerabilidade, que volta para nos assombrar. Não podemos nos tornar aceitáveis a todas as pessoas, mas podemos crer que Deus nos concederá favor junto às pessoas com quem Ele quer que nos envolvamos.
Jesus nunca tentava se defender, independente da acusação que sofresse, pois Ele sabia a verdade a respeito de si mesmo, e isso era o importante para Ele. Jesus não era viciado na aprovação das pessoas; portanto, estava livre da tirania do que elas poderiam pensar ou dizer a respeito dele. Ele estava satisfeito com o conhecimento que possuía a respeito de si mesmo e não precisava da aprovação de ninguém mais senão da de Deus, e isso Ele sabia que tinha. Até que aceitemos e aprovemos a nós mesmos, nenhuma aprovação vinda dos outros nos fará sentir permanentemente seguros. Não permitamos que nosso valor seja atrelado a uma posição. As posições poder ir e vir, mas Deus e Seu amor por nós permanece. Deus quer que a nossa segurança esteja nele e não nas coisas. Ele é a única coisa nesta vida que não é instável. Deus permite que tenhamos alguns apoios em nossa vida enquanto estamos criando raízes nele, mas Ele finalmente acaba por retirar todas as coisas nas quais colocamos uma dependência excessiva. A princípio, isso nos assusta, mas por fim acaba sendo a melhor coisa que poderia nos acontecer. Quando não temos mais ninguém, desenvolvemos um relacionamento profundo com Deus que nos ajuda a atravessar qualquer coisa que a vida coloca diante de nós. Deus pode pegar o que achamos que é um defeito e fazer grandes coisas. Na verdade, Ele tem prazer em fazer exatamente isso. O poder dele em nós se aperfeiçoa na nossa fraqueza; Ele se mostra forte em nós através daquilo que descartaríamos em nós mesmos como coisa de nenhum valor. Nossa perfeição será sempre limitada, pois só Deus pode ser perfeito. Então, se pretendemos um dia aceitar a nós mesmos, teremos de fazê-lo no nosso estado de imperfeição. A bíblia nos diz para não sermos sábios aos nossos próprios olhos (Provérbios 3:7). Em outras palavras: 'nem de longe pense que é inteligente o bastante para dirigir a própria vida e ter respostas para tudo'. Bem, da leitura é isso e por hoje é só. Muita luz e até breve”
i MEYER, Joyce. O vício de agradar a todos: liberte-se da necessidade de aprovação. Belo Horizonte: Bello Publicações, 2009.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

E-mail enviado...

“Olá! Voltei a vida ativa. Como isso é bom! O pessoal disse que sentiu minha falta e comprovei isso pela quantidade de ligações que tive de fazer. Uns me chamaram (carinhosamente, é claro) de dálmata e outros de pintadinha. Estou fazendo sucesso com meu novo visual e tem até um consenso de que a minha catapora foi a pior de todos os que andaram tendo a doença por lá. Sinto-me honrada pelo privilégio de trabalhar nessa área da saúde. Eu desempenho uma função ligada a algo muito necessário na vida humana. Não é um trabalho ligado a capricho, vaidade ou lazer. Não desprezo quem vende beleza ou prazer, mas creio que enquanto turismóloga ou atriz (artes cênicas também foi uma opção de curso superior) eu não seria tão realizada quanto sinto-me sendo como mera auxiliar administrativa. Embora não seja médica e não passe de uma telefonista, a realização profissional preenche minha vida com um sentido de utilidade maravilhoso. Por mais que durante os finais de semana seja super chato ficar no faturamento, posso dizer que sou recompensada de segunda a sexta-feira, pois quase não me sinto trabalhando. Fazer algo pelo coletivo, em prol da comunidade, ou seja, da sociedade mais próxima, faz-me sentir que tenho valor e que esse valor é mais do que humano, pois foi uma força muito maior do que a minha que fez-me estar lá no Uai. Além disso, vou repetir outra vez que adoro o pessoal de lá. Não tenho intimidade e nem amizade com ninguém, mas não sou uma estranha qualquer e adoro sentir as outras pessoas como uma extensão de mim mesma.
Sempre soube das minhas capacidades, provindas das minhas qualidades, e nunca neguei o meu potencial, ligado a própria vontade de ser útil a mim e ao meio externo, mas nunca pensei que o mundo pudesse me encontrar ou que eu fosse me identificar em alguma atividade social-profissional, embora tivesse certeza de que 'Pajib' pudesse dar crédito a grande vontade interna que tinha de validar minha capacidade tão encolhida, tolhida, intimidada e bloqueada. Sempre confiei na minha verdade pessoal de que, se não estava trabalhando, era unicamente por sentir-me perdida, indefinida e confusa. O autoconhecimento me deu tranquilidade e paz enquanto todos me cobravam para arrumar um emprego. Confesso que sou acomodada e que não aturo fazer o que desgosto, mas no fundo eu desejava muito integrar-me a situação evolutiva do mundo real: o fato da mulher estar atuante no mercado de trabalho. Ainda carrego meus sonhos de ser dona do lar, esposa e quem sabe até uma futura mamãe, mas continuo vivenciando uma experiência inusitada com o fato de estar trabalhando. Estou vivendo meu banal conto de humana: sinto que cada momento é único, que tudo é muito rápido, passageiro e mutável, que sou insignificante mesmo fazendo diferença no mundo, e que sou feliz não por ter meus sonhos realizados, mas por ter realizações sonháveis. Muitos comandam a vida tendo objetivos precisos, mas eu sempre me senti pequena, perdida, e por isso preferi ser comandada por ela. Eu confio no que sou e comando unicamente as minhas atitudes, o resto eu entrego ao poder do tempo. Eu busco a paz, o resto recebo de lucro. E mesmo na banalidade tosca do dia a dia, o qual não é um conto paradisíaco e nem tampouco um conto infernal, por vezes me pergunto: será que existe alguém mais feliz do que eu? Bem, é isso. Filosofando à parte, fico por aqui...”

domingo, 22 de agosto de 2010

A hora do resgate...

Acabei de ler o libro A hora do resgate, o qual fala básicamente um pouco do que já resumi dos demais libros lidos de Trigueirinho. Vou enfatizar alguns dos pontos básicos que devemos buscar em nossa renovação: entrega, desapego, desidentificação com a forma, ausencia de ambição, ausencia de vaidade, inofensividade, ausencia de axploração, ausencia de agoísmo, repulsão de estimulos inferiores, disciplina e obediencia às Leis, ausencia de medos e de dúvidas e capacidade de silêncio. Devemos ultrapasar nossos limites pessoais. O que significa a vida humana diante da verdadeira existencia? A encarnação pode ser apenas mais uma dentro de todo o trajeto de nossa Mônada, ou pode trazer-nos a consciencia de que somos imortais. As forças involutivas que circulam na superficie da Terra ainda encontram campo de expressão nos nossos veículos materiais e somos, em muitos aspectos, escravos desses falsos senhores. Devemos nos preparar para seguir nosso camino como mônadas. Viemos ao mundo como individuos e foi durante nossa vida terrena que criamos vínculos com coisas, ideias e pessoas. Para o caminho cósmico não podemos levar nenhum desses laços materiais e supérfluos, pois nossa única e verdadeira ligação é com a fonte de toda a Vida. A mônada, a medida que se eleva, transfere a focalização de sua energía de um plano a outro de consciencia. Em cada nova etapa, o mesmo proceso de repete. Quando a mônada se desidentifica do plano no qual esteve polarizada, uma síntese a enriquece. Transporá assim, um a um, todos os planos, até que seja absorbida em um núcleo maior. No nivel monádico podemos estar em sintonía com a vibração de diferentes regencias estelares e galáticas que atuam em conjunto no proceso de redenção e liberação da Terra. O livro também explica sobre os seres como espelhos, os quais se abrem à participação consciente na vida interior, mas achei o tema um tanto complexo ao meu entendimento nesse momento. Aos pouquinho vou captando as informações que me cabem.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Auto-aceitação...

Somente uma pessoa que aceita a si mesmo como é, é capaz de aceitar o outro como ele também é. A auto-aceitação nos liberta do perfeccionismo, e aceitamos as nossas fraquezas e erros como parte do nosso aprendizado. Nem sempre nos aceitarmos e aceitar o outro como ele é, está implícito que o outro nos aceita como somos. Por isso não tem sentido para quem se aceita ficar reivindicando que o outro o aceite, porque entendemos que o processo sempre começa com a auto-aceitação. Assim não nos ofendemos e nem ficamos magoados se o outro não nos aceita. Completo a minha reflexão com uma mensagem de Hamed.

ACEITAÇÃO
Aceita a vida que Deus te deu.
Aceita-te como és.
Aceita teus familiares.
Aceita teus conflitos.
Aceita tuas decepções.
Aceita tua parentela.
Aceita tuas dificuldades financeiras.
Aceita tuas desilusões.
Aceita as ingratidões contra ti.
Aceita tudo e todos.
Aceita atos e atitudes e faze o melhor que puderes.
Aceitar não quer dizer aplaudir e fazer o mesmo, mas compreender que cada um de nós tem e faz o que pode, que cada indivíduo está num grau diferente de evolução. Portanto, aceita o próximo como ele é. Tu, porém, trabalha em favor de teu adiantamento espiritual e autoconhecimento. Portanto, aceita-te como és, aceita teu próximo e faze sempre o teu melhor.(Francisco do Espírito Santo Neto – Hammed)
"Você não pode estar só se gostar da pessoa com quem fica quando está sozinho."

terça-feira, 17 de agosto de 2010

O livro das emoções...

“Olá 'Pessoal do mundo todo'! Inicialmente confidencio que troquei a frase do Orkut e MSN por “...Vestimenta de caboclo é samambaia, é samambaia, é samambaia... Saia caboclo, não me atrapalha, saia do meio da samambaia...” conforme pedido de “Pérolla”. Em segundo tenho a contar que terminei a leitura do livro chamado O livro das emoçõesi. A autora define que emoção, antes de mais nada, significa energia em movimento. Portanto, não devemos perder de vista o fato de que sem emoção, nada avança. Na emoção destrutiva, sempre haverá uma lacuna entre o que parece e o que é. Pois quando nossas opiniões estão contaminadas por uma emoção negativa, temos uma imagem distorcida das coisas e das pessoas, e ficamos impedidos de equilibrar suas qualidades positivas e negativas. Achei fantástica a definição de que a vergonha é uma virtude que desperta a autoconsciência para reconhecermos o que é inadequado no caminho da evolução interior. No Ocidente, no entanto, a vergonha, em geral, ao invés de despertar, bloqueia a auto-percepção, pois é vivida como um sentimento opressor, permeada pela sensação de culpa, e de uma iminente punição. No entanto, a necessidade de superar a desagradável sensação de não estarmos à vontade conosco mesmos pode nos levar a buscar o autoconhecimento.
*
A vergonha é sintoma da não-aceitação de uma auto-imagem. A vergonha é uma tentativa de não olhar para nossas fragilidades porque nos sentimos incapazes de lidar com elas. É a compaixão para consigo mesmo o único antídoto para vergonha. Na compaixão, eu tenho a possibilidade de me abraçar, me acolher, me fazer companhia. Eu não preciso me esconder de mim mesmo, nem tentar me auto-enganar, não preciso ficar na referência dessa censura introjetada que me acusa de ter cometido um erro irreparável. Só assim poderei também não me esconder dos outros, não me isolar ou me fechar, algo que ocorre pois projetamos nos outros a censura que já fazemos em nós mesmos, ou seja, tememos que os outros critiquem em nos aquilo que, em verdade, nós nos auto-criticamos. É a capacidade de nos auto-admirar que nos ajuda a encontrar inspiração e força para seguir adiante em nossas realizações. Por isso, é importante, continuamente, nutrirmos admiração por nossas próprias capacidades.
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Ao contrário do que se costuma pensar, sentimo-nos desconfortáveis não porque perdemos o suposto eixo individual, mas sim porque estamos excessivamente presos, agarrados a ele. Ficamos aprisionados a uma referência egoica que exerce um poder tirânico sobre nós: ela quer que sejamos perfeitos. As vezes, temos a síndrome da gota solitária no oceano. Nos sentimos sós, como se fôssemos os únicos a carregar o oceano inteiro nas costas. Nas profundezas do sentimento de solidão, há um sentimento latente de vergonha de si mesmo. Como, intuitivamente, sabemos que não estamos verdadeiramente sós, sentimos vergonha de nossa solidão, pois ela revela nossa ignorância. A vergonha aqui nos ajuda a reconhecer que alimentar um sentimento de abandono é inapropriado. Quanto mais nos identificarmos com a ideia de que somos sós, isto é, separados uns dos outros, mais alimentaremos ressentimentos e raiva por aqueles de quem sentimos necessidade de nos aproximar. Assim, surgirá um destrutivo círculo vicioso: sentiremos necessidade de estar perto daqueles de quem sentimos raiva por terem nos abandonado. Então, tentaremos agir como se fôssemos afetivamente auto-suficientes, e acabamos por nos tornar arrogantes.
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O livro explica que impressões kármicas são fatores composicionais, são as motivações que estão por trás de nossas ações, impulsionando-as, ou seja, são a base de nossos hábitos, sejam eles positivos ou negativos. As sementes kármicas plantadas em nosso contínuo mental irão se manifestar quando surgirem condições externas oportunas a elas. Isso nos leva a seguinte conclusão: percebemos aquilo que estamos condicionados a perceber e esperamos encontrar ,seja o prazer ou o desprazer, sempre nos mesmos lugares. É isso que restringe a nossa capacidade de percepção, nos impedindo de lidar com a multiplicidade do mundo, negando sua constante transformação. A maior parte do que consideramos nossa identidade são as sombras de hábitos passados e uma sobrecarga sensorial. Muito válido reafirmar a tese seguinte: o que imaginamos exerce um grande poder sobre nós. Para o nosso cérebro não existe diferença entre as imagens produzidas mentalmente e as imagens captadas pelos olhos. Podemos evocar imagens mentais que produzirão padrões neurais que irão influenciar os outros centros nervosos e modificar as nossas emoções. Apesar de olharmos para o mundo como uma realidade externa e independente de nós, são as imagens internas arquivadas em nossa mente que o interpretam. O mundo exterior é, portanto, um reflexo de nosso mundo interior. Neste sentido, são as imagens internas e a nossa auto-imagem que atraem e selecionam os eventos de nossa vida. A apreciação ocorre quando dedicamos tempo e atenção para homenagear nossa evolução interna como a causa de nossa verdadeira felicidade.
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Cada vez que desconfiamos de nossa capacidade de superar obstáculos, cultivamos um sentimento de covardia interior que bloqueia nossas emoções e nos paralisa. Enquanto tivermos resistência em rever nossos erros e aprender com eles, estaremos bloqueados. Desta forma, a vergonha, a preguiça e o orgulho serão expressões de auto-sabotagem, isto é, de nosso medo de mudar. Muitas vezes, o medo da mudança é maior do que a força para mudar. Por isso, nos auto-iludimos com soluções irreais. Para nos adaptarmos a uma situação que seria dolorosa, fazemos uma espécie de acordo: nos auto-iludimos. A auto-ilusão é um jogo da mente que busca uma solução imediata para um conflito, porém, que não represente uma mudança ameaçadora. Nós nos auto-iludimos quando não lidamos diretamente com nosso problema-raiz. Dificilmente percebemos que nos auto-sabotamos. Para superar o medo da mudança, é preciso sentir que somos capazes de assumir as novas responsabilidades que dela advêm.
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Podemos nos tornar um testemunho ativo de nossa confusão emocional aceitando as emoções sem contrariá-las. O segredo da purificação emocional está em sentir cada emoção sem rotulá-la como boa ou ruim. Assim, seremos capazes de deixar a emoção surgir e se dissipar por si mesma. Quando vivemos emoções profundas em solidão, descobrimos que podemos ser nutridos por elas. Quando superamos a necessidade de compartilhar nossa emoções, como forma de sermos reconhecidos por aqueles que nos rodeiam, aprendemos a evitar que nossa energia se escoe. Nunca senti necessidade de compartilhar nada, a não ser para preencher a vontade pessoal de registrar minha vida por escrito, algo não necessariamente compartilhado ou divulgado. Portanto, creio que não dispendo muita energia nesse sentido, até porque, não julgo que isso possa trazer qualquer tipo de reconhecimento. Ademais, se trouxesse, que benefício teria? O reconhecimento deve estar em mim e não nos outros: daí meu jeito reservado de ser.
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Uma coisa é atender as necessidades dos outros por amor a eles. Outra é atender as necessidades dos outros por necessidade de receber o reconhecimento deles. O problema surge quando o reconhecimento e a aprovação externa passam a ser mais importantes que o reconhecimento interno. É preciso desenvolver uma auto-estima que sabe valorizar seu próprio esforço. Para praticar a verdadeira generosidade, portanto, é preciso ter, em primeiro ligar, uma auto-estima fortalecida pelo próprio reconhecimento de suas potencialidades. Ter uma boa auto-estima é confiar em nossa capacidade de enfrentar os desafios básicos da vida. Quando a cultivamos, nos adaptamos às exigências que se apresentam. Nossa auto-estima baseia-se na capacidade de aceitar tanto nossos limites quanto nossas necessidades. Reconhecer nossos limites nos protege de autoagressões, expondo-nos a situações que estão além de nossas condições. Aceitar nossas necessidades ajuda-nos a identificar nossas prioridades. A autoestima é o julgamento que a pessoa faz de si mesma, indicando o quanto ela se acredita capaz, significativa, bem-sucedida e merecedora. Quando passamos a acolher nossa vulnerabilidade, nossa mente sossega, pois não precisamos mais escapar ou resistir. Podemos, então, aceitar a insegurança como parte inerente da existência e depositar confiança no fluxo da vida. Há momentos em que nos sentimos sós, pois podemos contar, de fato, apenas conosco. Então, podemos ter uma atitude de autocompaixão, propondo-nos a continuar nos amando apesar de sentirmos que não estamos sendo amados pelo outro. Ademais, dizer que a natureza das emoções é vazia não significa dizer que as emoções não existem ou que são estéreis, vazias de qualidade ou potencial. Mas sim que, por sua natureza impermanente, insatisfatória e desprovida de existência independente, elas podem ser totalmente eliminadas. A isso, o Budismo denomina Nirvana: o total alívio e cessação das aflições da mente, a verdadeira paz, um estado de êxtase e plena beatitude. Devemos ser pacientes com cada emoção, por pior que ela nos pareça, tendo consciência de que são passageiras.
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O livro fez-me pensar num ponto favorável sobre minha personalidade: antes ser introvertida do que inadequada. Compartilhar o silêncio com alguém é uma prática contínua de receber e dar incondicionalmente a energia vital que surge em cada um, a cada momento. Quando superamos a necessidade de conversar, podemos ficar ao lado de alguém em silêncio, saboreando um estado meditativo positivo e natural. A energia humana, quando trocada de maneira simples e genuína, é em si mesma curativa. Pessoalmente eu adoro isso! Nossas necessidades não são só mentais, temos necessidade de acessar também uma comunicação não-verbal. Quando o silêncio está presente de maneira harmônica, sentimo-nos em paz: finalmente está tudo bem. Não é preciso dizer mais nada, podemos apenas ser. Outro ponto fundamental: ter clareza sobre as virtudes e valores que queremos cultivar irá nos ajudar a definir nossa meta, pois é isso que norteia nossas escolhas e prioridades. São essas virtudes e valores que organizam nosso mundo interior, alimentam o significado de nossa vida e fortalecem o direcionamento que damos a ela.
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Os ensinamentos budistas enfatizam que devemos pensar sobre nossa morte pelo menos três vezes ao dia, pois refletir sobre a impermanência nos leva a dar menos importância aos prazeres imediatos e passageiros e a buscar com maior dedicação a vida espiritual. Quando nos ocupamos demais com a vida mundana, não criamos espaço para dedicar aos cuidados de nosso interior e desperdiçamos nosso tempo de vida. Quando uma coisa ruim acontece logo após outra, e as situações estão indo de mal a pior, podemos achar que estes são momentos de azar, mas, na realidade, eles expressam algo bem mais fundamental: a nossa própria impotência frente à realidade imediata. E, quando estamos impotentes, não temos saída senão aceitar as coisas como se dão. Essa é a grande sabedoria que as situações de sofrimento contínuo têm a nos ensinar. O que intensifica a dor de um sofrimento é o sentimento de indignação frente a ele, ou seja, é a nossa exasperação diante do sofrimento que faz com que ele aumente e tome conta de todo o nosso ser.
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Aquele que busca individuar-se não tem a mínima pretensão de tornar-se perfeito. Ele visa completar-se, o que é muito diferente. E para completar-se terá de aceitar o fardo de conviver conscientemente com tendências opostas, irreconciliáveis, inerentes à sua natureza, tragam estas as conotações de bem ou mal, sejam escuras ou claras. Aceitar que temos sentimentos paradoxais em relação a muitas situações da vida: queremos e não queremos, gostamos e não gostamos ao mesmo tempo, nos ajuda a fazer as pazes com nosso mundo interior. A percepção da dor emocional nos poupa de sentirmos mais dor. Mesmo que doa, é o ato de perceber a dor que faz com que ela se dissolva. É sadio sofrer, mas apenas o necessário, o natural. O que não é sadio é negar uma dor emocional ou senti-la sem querer aceitá-la. A questão está em não negar nossas emoções, pois são elas que nos apontam nossos limites e também nossa capacidade de enfrentar as situações. Portanto, não devemos reprimi-las, mas sim usá-las como um instrumento de autoconhecimento. Enquanto estivermos tendo dificuldade para lidar com a imperfeição, enquanto formos inflexíveis e controladores, sofreremos desnecessariamente. A maneira como lidamos com as situações imprevisíveis na vida indica nossa aptidão para a felicidade. É natural contarmos com certo grau de previsibilidade para nos sentirmos seguros, mas se não quisermos sofrer desnecessariamente precisamos aceitar o fato de que não podemos controlar os eventos. Aceitar isso implica em ter fé, pois ela nos garante que independente do que suceder, teremos forças e proteção suficiente para lidar com os fatos. A fé, segundo a psicologia Budista nos leva a mantes a mente num estado positivo. A fé é, portanto, o estado mental-raiz de todos os estados mentais virtuosos.
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A pessoa ou situação que nos irrita, na verdade, indica onde guardamos uma grande porção de energia reprimida: representa a nossa sombra, isto é, tudo que negamos em nós mesmos. Segundo a psicologia analítica, a sombra reprimida e relegada ao inconsciente torna-se um potencial de energia, a qual vem à tona sob a forma de projeção. É como encontrar um bode expiatório sobre o qual projetamos toda a culpa que não reconhecemos como nossa. Reconhecer nossa sombra é um grande passo para o amadurecimento emocional e espiritual. À medida que a sombra se faz mais consciente, recuperamos partes de nós mesmos previamente reprimidas. Ao nos apropriarmos de nossas partes desconhecidas, passamos a desenvolver autoconfiança e capacidade de autodomínio. Portanto, se aceitarmos a irritação como uma oportunidade de autoconhecimento, vamos observar o que nos irrita com uma nova disposição. Não nos sentiremos mais vítimas de nossa própria irritação, mas sim empenhados em saber mais sobre nós mesmos. A irritação se atenua conforme abandonamos o controle excessivo e voltamos a confiar no fluxo natural dos acontecimentos. Quando recuperamos a calma, não temos dificuldade em reconhecer que ficar irritados é tempo perdido. No entanto, temos que reconhecer que, quando somos tomados pela irritação, estamos nos sentindo carentes e desprotegidos como crianças pequenas quando estão desorientadas. Portanto, não precisamos reagir a irritação, apenas relaxar e admitir que tudo está ou vai ficar bem.
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Não ser reativo não é o mesmo que ser submisso ou passivo, muito menos ser capacho de egos afoitos. Não ser reativo é saber distanciar-se para contemplar o fluxo dos acontecimentos e, então, com nova visão, participar da realidade com calma e clareza. Quando estamos bem centrados em nosso eixo de paz interior, somos também capazes de perceber quando é hora de reagir, reconhecer o momento em que ser ativo é um ato de boa auto-estima e responsabilidade. Não devemos ser cúmplices de situações que consideramos desequilibradas, ilícitas ou falsas. Nossa auto-estima nos orienta a tomar decisões sobre quando devemos entrar, permanecer ou sair das situações. Ser realista com relação à nossa verdadeira situação é uma atitude saudável. Quando estamos irritados, somos como crianças com sono: ficamos extremamente vulneráveis, tudo nos perturba. A irritação nos torna vítimas fáceis das circunstâncias, o que nos faz sentir cada vez mais enfraquecidos e impotentes diante da vida. Portanto, o melhor é, literalmente, ir dormir e, quando estivermos descansados, reconsiderar então nossos julgamentos. Somente ao descansar é que o sistema nervoso poderá se recuperar e, assim, a irritação naturalmente pode desaparecer. Devemos aprender a não nos identificarmos com nossa irritação. Não precisamos nos tornar vítimas de nossa própria irritação. O fato de não querermos ficar nesta posição tão desvantajosa já desperta em nós a consciência necessária para fazer algo que nos ajude a sair deste estado negativo. Sair do sofrimento de uma frustração com sabedoria é ter a capacidade de analisar até quando é saudável tolerar uma situação frustrante para atingir um objetivo e quando é preciso parar de insistir e dar o salto, fazendo as mudanças necessárias. Aceitar a mudança é o antídoto da frustração.
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Frequentemente temos que nos deparar repetidas vezes com aquilo que tememos para reconhecer que já somos capazes de enfrentá-lo. Tradicionalmente, cada um dos oito grandes medos internos é comparado a uma determinada causa externa de medo. Sofrimento do apego é comparado com o confrontar de uma grande enchente ou imensas ondas do oceano; sofrimento da raiva é comparado com o confrontar de um incêndio; sofrimento da ignorância é comparado com o confrontar de um elefante furioso; sofrimento do ciúme é comparado com o confrontar de serpentes venenosas; sofrimento do orgulho é comparado com o confrontar de um leão; sofrimento da avareza é comparado com estar preso por correntes; sofrimento de visões errôneas é comparado com o confrontar de ladrões; e o sofrimento da dúvida é comparado com o confrontar de inimigos. Noventa por cento de nossos medos são hábitos e ideias preconcebidas. É preciso confiar no futuro para eliminar os medos e dissipar os sofrimentos.
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Quando não podemos mais nos apoiar no mundo exterior, contamos apenas com nosso eixo de segurança interna. Pode parecer traumático, mas é assim que livramos paradoxalmente do medo. Ademais, se quisermos nos liberar de todas as doenças físicas e mentais, é extremamente importante que nos desfaçamos de qualquer comiseração por nós mesmos. O Budismo Tântrico afirma que o núcleo de cada ser humano é divino e puro. Mas para tornar esta ideia parte integrante de nossa vida e não apenas uma mera intelectualização, precisamos aprender a meditar no orgulho divino.
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É preciso familiarizar-se com a morte positivamente. A consciência da morte nos ensina a desfrutar a vida com mais intensidade e, ao mesmo tempo, de maneira menos dramática. Se encararmos com naturalidade o fato de que somos mortais, valorizaremos muito mais cada momento da vida e teremos mais ímpeto para sermos espontâneos. Ser espontâneo é ter empatia por si mesmo: um sentimento genuíno de sentir prazer por gerar algo positivo em nosso interior. O costume da autocrítica, de nos depreciarmos, desencadeia a perda da espontaneidade. Toda doença começa com a perda da espontaneidade, pois, quando nos rejeitamos, paralisamos e cristalizamos algo dentro de nós que posteriormente irá se manifestar como uma doença crônica. A capacidade de nos sentirmos inteiros surge da habilidade de nos auto-acolher, sermos nossa própria companhia espiritual ao saber validar nossas necessidades e princípios. A validação se baseia numa forte autoconfiança e na confiança em nosso próprio sistema de valores. Isso significa que não temos de receber instruções de outras pessoas com relação aos valores, crenças e princípios que norteiam nossa vida. Em outras palavras, estamos confortáveis conosco mesmo. Se alguém pensa diferente, não nos sentimos ameaçados. Isso também significa que, se alguém se comporta de maneira diferente, não temos necessidade de mudar as crenças ou comportamentos para nos adequar aos outros. O segredo está em não evitar a nos mesmo. Para tanto, devemos começar por observar que opinião temos a respeito de nós mesmos. É essa opinião que temos que corrigir se ela estiver contaminada pelo hábito da autocrítica.
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O vazio que sentimos não pode ser preenchido por outra pessoa, embora a princípio nos sintamos completados pelo outro. Depois de um tempo, o vazio interior se intensifica, em geral forçando-nos a olharmos para dentro. Também é válido entender que chorar é permitir a intensificação de uma emoção. Sua função é despertar compaixão, compreensão e proteção. Aquele que costuma reprimir o choro perde a oportunidade de criar intimidade com a sua própria emoção. Ser testemunha de si mesmo gera confiança e autoconhecimento. Uma vez que expressamos nossos sentimentos, descobrimos que não só somos capazes de suportá-los, como também que podemos nos desapegar deles quando nos damos por satisfeitos. Ao chorar, aproximamo-nos de nossa dor e captamos melhor a mensagem que ela tem a nos passar. Enquanto evitarmos viver uma dor emocional, ela se transformará em vícios, comportamentos compulsivos, medos e manias que limitam nossa vida. Não adianta esperar que a dor passe com o tempo. O tempo atenua a dor, mas não a cura, pois a dor em si não purifica o sofrimento. Apenas a consciência do sofrimento é capaz de transformá-lo. Sofrer sem sabedoria é acumular mais confusão e dor. Por fim vale lembrar que a artificialidade dos relacionamentos gera a atitude de estar em guarda, que é oposta ao estado solto que surge quando vivenciamos uma aproximação sem receios. Quando nos sentimos próximos a alguém ou a uma situação, devemos relaxar. Portanto, nosso desafio para nos aproximarmos das pessoas, e nos sentirmos menos sós, é descobrir nossa capacidade de nos soltarmos: confiar em vez de nos defendermos, como costumamos fazer inconscientemente. Da leitura é isso. Muita luz a todos e até breve...”
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i CESAR, Bel. O livro das emoções: reflexões inspiradas na psicologia do budismo tibetano. São Paulo: Gaia, 2004.

sábado, 14 de agosto de 2010

Reestabelecida...

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“Olá! Lembram-se dos meus personagens arquetípicos, as minhas sub-personalidades? Pois então, tenho lidado com essa minha equipe interna. O relato de minha vida já não é o mesmo e, endossada na psicologia analítica, me divido especificando o que cada parte de mim realiza. Vejamos: logo cedo o dia começou com 'Alra' indo trabalhar. Faltavam cinco minutos para as sete horas e ela já estava chegando no trabalho quando deparou com uma cena estasiante: o sol subindo no horizonte era uma enorme bola alaranjada em meio a neblina branca do dia frio. Nunca ela via uma vista tão diferente combinando o clima gélido com a fonte de maior calor existente. Infelizmente ela não teve como passar mais tempo contemplando aquele cenário espetacular. De novidade, finalmente chegara seu usuário e senha para lidar com o programa de computador donde digitava os movimentos de atendimento do pronto socorro (até então ela estivera entrando com usuário de outros funcionários). Logicamente a manhã foi cansativa, mas estando mais acostumada ao serviço, nem achou-a tão chata como todas as já vivenciadas no setor do faturamento. Por outro lado, 'Gardênia' continuava sendo satisfeita dia ou outro em sua vontade de estar com o visual diferenciado: a maquiagem completa contava com base, redutor de olheiras, lápis, sombra, rímel, blush, batom e gloss. Sem muito costume o rosto parecia pesar um quilo amais, entretanto, a beleza visível no espelho fazia valer a pena o esforço de usar tanta coisa.
Depois do almoço 'Carlotinha' deu-me folga e pude dormir um pouco. Chego um tanto baqueada aos finais de semana e aproveito realmente para descansar. Na parte da tarde, 'Dayse' aceitou a solicitação de 'Pérolla' e trocou a frase do MSN e Orkut por: '...Ele é filho do sol, ele é neto da lua... Deu um clarão na encruzilhada e no clarão surgiu uma gargalhada. Não era o sol, não era a lua, o que brilhava era seu Tranca-Rua... Eu amei alguém, mas esse alguém já não ama ninguém. Eu amei o sol, eu amei a lua, na encruzilhada eu amei seu Tranca-Rua... O sino da igrejinha faz belem, blem, blom; Deu meia noite, o galo já cantou; Seu Tranca-Rua que é o dono da gira; Oi corre gira que Ogum mandou...' Já ao entardecer, enquanto fazia sua novena, 'Pérolla' levou-me a repensar no histórico da minha vida, nos meus desejos nobres, nas minhas ilusões, nos meus pensamentos negativos, mas cheios de esperança e fé. A vida toda eu nutri a necessidade suprema de fazer a caridade. Tentei de todas as formas, em tudo que foi instituição e religião, mas nunca me senti inteiramente preenchida ou satisfeita. Depois de tanto me esforçar, fiz como Pilatos e 'lavei as minhas mãos'. Lembro de quanto sofri cerca época, pois eu queria fazer o bem, mas meu perfil parecia não se encaixar com nada, eu era extremamente tímida e julgava vã a minha boa vontade. Cheguei a revoltar-me com 'Pajib' e experimentei uma dor dilacerante, creio que a maior de minha vida. Claro que essa revolta não durou muito tempo.
Como me via uma pessoa incapaz e necessitava de receber tudo na mão, me sentia extremamente devedora. Ainda hoje me sinto assim, pois meu senso de capacidade está só no começo do crescimento, mas não me sinto pressionada a sair por aí desesperada em busca de fazer a caridade. Também desejei desesperadamente um relacionamento estável e feliz. Era motivada pela vontade de viver o tradicionalismo arcaico de ser uma mulher esposa, dona de casa e mãe. Perdi a virgindade sem querer perder, mas não atribuo a culpa a ninguém além de mim. Sofri num relacionamento prejudicial por conta da minha carência, fragilidade e vulnerabilidade pessoal. Pensei que estava vivendo a vontade divina e esqueci que tinha livre-arbítrio, que tinha direito a dizer não. Precisei superar a sensação de abandono e solidão que eu mesma me proporcionaria ao rejeitar o primeiro homem que ousou me querer de modo insistente, tanto que, em pouco tempo, me fez sentir estar sendo usada. Tive que provar na prática o sabor da frase antes só do que mal acompanhada. Chorei por me sentir enganada, abalei por me sentir rejeitada noutras várias circunstâncias, mas sempre encontrei lições em cada fato, fosse bom ou ruim, pois em verdade tudo leva a uma finalidade maior. O sonho do príncipe encantado não aconteceu. Por outro lado, aquilo que eu realmente acreditava que nunca fosse acontecer, surgiu na minha vida como um milagre. Foi algo que não busquei e nem desejei, mas que aconteceu aos poucos, de forma sutil e inesperada ao mesmo tempo. Quando me dei conta, estava empregada. Ainda estou em período de experiência e nem sei até quando essa realidade, já não tão nova, vai durar, pois por vezes tenho a sensação de que isso é mágico demais para ser real. Não digo mágico no sentido de ver-me capaz de desempenhar algo profissional, mas pelo fato desse algo ter chegado na minha vida de forma não planejada ou buscada realmente com convicção de desejo.
Eu sempre fui entregue a vida e sabia que, por feliz ou triste que fossem os acontecimentos, ela só me traria o melhor. Nunca consegui desacreditar disso e essa sempre foi a única força que me sustentou ao longo dos anos. Busquei a sabedoria e ainda busco como o pulmão busca o ar. Embalada nessa ânsia esqueci de que o tempo governa o nosso amadurecimento muito mais do que a sabedoria. Existem coisas que só a vivência real pode nos garantir. Atualmente vivo o milagre do que nunca imaginei ser possível de ocorrer em minha vida: estar inserida no mercado de trabalho, me sentir satisfeita com isso e, principalmente, continuar tendo tempo para fazer as demais coisas pessoais que tanto me realizam (exercitar-me, ler, escrever, cuidar das plantas, etc). De certa forma estou vivendo o oposto de tudo o que sempre desejei e continuo carregando a mesma felicidade e plenitude emocional que me acompanha desde quando, há cerca de três anos atrás, resolvi que nada exterior poderia me fazer feliz e que eu assim deveria ser por força de vontade própria, ou seja, independente de qualquer coisa. Claro que essa felicidade é composta de alegrias e tristezas, pois os opostos se atraem e exercitar o equilíbrio é tarefa individual. Tive meus momentos de recaída, de fragilidade, mas venho me superando de maneira irreconhecível.
Minha confiança da vida não aumentou, apenas se solidificou. Não me julgo maior ou mais capaz que antes, apenas me vejo mais experiente. Não me sinto mais sábia, apenas mais madura. Não me vejo mais decidida, apenas mais ousada. Independente disso, acho que estou conseguindo a cada dia alcançar o mais fundamental sonho que sempre nutri: crescer espiritualmente. Busquei isso na religiosidade, na tentativa do amor conjugal, na vivência familiar. Não pensava que isso pudesse se estabelecer na vida profissional e nem creio que esteja ocorrendo, pois essa eu vivo apenas como um gigantesco desencargo de consciência. Entretanto, de uma forma inexplicável, sinto a vida fluir por forças maiores do que as minhas e isso me reconforta. Não estou vivendo o que de fato gostaria, mas de que vale meu gosto perante os desígnios da justiça e da bondade divina? Hoje entendo que as vontades humanas, mesmo as positivas e nobres, são puras ilusões. Entretanto, creio que nossas intenções não ficam desprovidas de valor. O difícil de perceber é que, geralmente, nosso belos esforços e desejos se realizam de uma maneira muito diferente da qual supomos ser a melhor para nós. Não posso medir meu crescimento espiritual, mas seria tolice minha negá-lo. O melhor de tudo isso é que venho conseguindo, entre idas e vindas, deixar para trás o capricho dos desejos. Ainda tenho milhares de anseios vibrando dentro de mim, mas solidifico a cada dia a crença do dito popular: 'o que é meu está guardado e eu não perco nada por esperar'. Eu tenho minhas vontades, mas não as desejo como antes. Estou conseguindo valorizar o que a vida justa e sabiamente me dá, ao invés de ficar empenhando, desejando ou buscando realizar meus caprichos. O que tiver de ser, para meu bem e para o bem de todos, assim será.
Estou fortalecendo meu ser para a vida independente. Quero ser capaz de lidar com a rejeição que gera solidão e que, por sua vez, gera carência. Quero ser capaz de respeitar a decisão alheia (de me desprezar), ter que ficar só e mesmo assim me sentir plena comigo mesma. Quero despojar de uma vez por todas (sem ficar apenas na promessa) as expectativas interiores que são verdadeiras armadilhas. Quero renunciar ao ego para encontrar meu verdadeiro Eu, sendo espontânea e verdadeira sempre. Enfim, quero apenas viver a tranquilidade, o prazer e a força de ser eu mesma, de fazer o que amo e de amar sem a mínima necessidade de ser amada. Quero sentir que posso me proteger, me manter, me defender, me auto-realizar, ser o que admiro, e respeitar o que sempre fui aceitando as minhas possibilidades e limitações. Estou aberta para a vida como sempre estive, tentando ter mais coragem, flexibilidade e autonomia do que antes. Não sei o que pode me acontecer, e isso nem me preocupa mais, pois aprendi que preocupação é falta de fé. Nessa vida somos testados, repreendidos, empurrados, confrontados, compensados, consolados, enfim, vivemos um pouco de tudo em prol de resgatarmos a nossa divindade interior. É preciso ser forte, responsável, ativo, humilde, resignado, confiante, enfim, é preciso estar vivo em todos os sentidos. Penso que vivemos para aprender a viver, pois não chegamos ao mundo com manual de instrução e nem adianta procurar por um ou achar que a vida dos outros vai nos servir de base e experiência. Estrou trilhando meu eterno aprendizado e nada garante meu progresso além das convicções de que a vida é responsável por mim e, independente de tudo, faz jus a lei divina de evolução.
Vou parar por aqui, pois acho que estou filosofando demais, não é mesmo? Um grande abraço, muita luz, saúde, paz e tudo de bom...”

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Segurança na maquiagem...


Depois de “Alra” retornar do trabalho, assumi o posto e atualizei com “Miguel” a ata da reunião ocorrida pouco antes, a qual ficou nomeada como: “Alra” aceita o pedido de “Gradênia” sobre usar maquiagem. Eis a conversa entre as duas:
“___ Maquiagem dá vida ao rosto – iniciou 'Gardênia'.
___ Mas me sinto estranha.
___ Falta de costume, é só acostumar.
___ Fico chamando a atenção, todos me olham.
___ Isso é ótimo, no fundo, apesar do medo e desconforto, sei que você gosta.
___ Não nego, mas não me sinto nada bem.
___ Deixa de besteira mental.
___ Não sou atriz nem modelo para usar isso.
___ E daí? Quem falou que só essa categoria de mulher ou de profissão pode usar maquiagem?
___ Sinto melhor estando simples, apagada.
___ Mas e eu? Até quando vou ter apenas que ceder por conta de sua temeridade, de sua infantilidade, da sua insegurança, da sua imaturidade, do seu recatamento, enfim, dos seus pensamentos tolos que geram sentimentos limitadores? O rosto é de cada um para fazer o que quiser e não estou pedindo uma maquiagem de perua. Deixa de ser cúmplice da 'Virgínia' ao menos um pouco, eu quero meu espaço!
___ Tudo bem, mas não todo dia.
___ Divisão igual, pode ser?
___ Já estou até usando blush, não estou? Você melhor do que ninguém sabe que nunca me interessei ou pensei de usar isso. Te peço para começarmos com calma.
___ Percebo sua boa disposição, mas quero isso com segurança. Confio no nosso acordo e na sua palavra.
___ Divisão não pré-determinada, aceita? Não vou esquecer de cumprir sua vontade e pode me cobrar se isso acontecer, certo?
___ Tudo bem, eu aceito – disse 'gardênia' apertando a mão de 'Alra' e dando-lhe um abraço em gesto de afetuoso acordo. - Depois de um tempo vai ser tão natural que você nem vai sentir nada estranho, nem vai lembrar que está maquiada e os outros nem te olharão tanto, pois se acostumarão também. É essa a segurança que desejo.
___ Mas não quero ser escrava disso.
___ É só não se sentir escrava. Independente de maquiagem, o importante é sentirmos bem. Com o tempo sentirá-se tranquila, pois não vou exigir hábito constante. Também sei valorizar a simplicidade e se lhe peço para usar maquiagem é apenas para realçar o visual um dia ou outro. Você não vai mudar sua personalidade ou sua moral interior apenas por estar usando pó no rosto, lápis no olho e brilho nos lábios, compreende? Vamos continuar sendo o que sempre fomos, mas com uma bom diferencial: um tom mais rosado nas bochechas, uma realçada no olhar e uma delineada na boca. Maquiagem não precisa ser sinônimo de vaidade e capricho, pode ser apenas uma diversão de quem carrega a arte e a criatividade na alma. Além do mais, a beleza está em você e não na maquiagem, portanto, creia, tenho certeza de que não correrá o risco de viciar ou ficar escrava do realce. Maquiagem lhe será apenas um acessório. Alguma vez se sentiu escrava de alguma bijuteria, sapato, bolsa ou algo assim? - Já sabendo da resposta negativa, 'Gardênia' continuou: - Pois com a maquiagem será a mesma coisa, garanto e responsabilizo-me pelo que digo.
___ Você me convenceu. Conto contigo para me dar força a fim de enfrentar o mundo de ombro erguido e face realçada. Qualquer coisa nos reunimos outra vez.
___ Certo. Estou aqui e pode contar comigo.
___ Obrigada.
___ Por nada e obrigada também.”
Sem mais, o dia assim encerrou-se.

domingo, 1 de agosto de 2010

De olho no tarô...

Resolvi abrir o tarô. Segundo o oráculo, há uma presença masculina ligada a uma mulher mais velha, que provavelmente deve ser minha mãe, (e realmente há um homem mais novo do que ela lhe atazanando a paciência). Segundo as cartas (e eu confirmo o fato), é uma situação desagradável, mas trazida por questões necessárias entre ambos e que ainda pode render história (papisa, louco, imperador, morte, justiça, enforcado e lua). Tudo indica que estou destravando por iniciativa própria os fatos do destino. Há vitória, senso ativo, perspicácia, introspecção e proteção. A caminhada se faz solitária, mas bastante positiva (imperatriz, carro, força, mago, papa, torre e eremita). Há muita prosperidade e alegria despertando fases vindouras de muitas esperanças, estabilidade e afeição (roda da fortuna, estrela, julgamento, sol, mundo, temperança e namorado). Eu e minha mãe estamos e passaremos por mais mudanças benéfica, lidando com os desígnios dos fatos inesperados (papisa, imperatriz e roda da fortuna na posição central). A caminhada se faz proveitosa e natural. As dificuldades maiores já passaram com a ousadia tida de destravar os caminhos (louco, carro e estrela na esquerda). Um homem exerce grande influência na minha vida presente e precisa de libertação (creio que a mesma acontecerá em breve). Pode se tratar de um homem qualquer, de um espírito desencarnado ou do meu lado animus (imperador, força e julgamento na esquerda). As mudanças ocorridas com relação ao lado profissional ainda me trarão grandes alegrias e prosperidade ocasionando novos fatos para serem vivenciados (morte, mago e sol na posição superior). Persiste um senso muito forte de retidão moral, o qual me faz ter proteção nas passagens de minhas fases. Mantenho meu domínio interior, o qual me confere plenitude e paz (justiça, papa e mundo na posição inferior). Um acontecimento complexo surgirá trazendo novas descobertas pessoais e exigirá muita cautela e paciência (enforcado, torre e temperança na extrema direita). O lado espiritual será trilhado entre a sabedoria solitária de Omolu e indecisão de Oxossi. Posterior a fase de estabilização do lado profissional, será momento de lidar com o desenvolvimento do meu lado religioso-mediúnico (lua, eremita e namorado na direita inferior).
Vale lembrar que entre leituras anteriores foi notada repetitivamente a presença de uma figura masculina ligada a uma mulher mais velha (como revisto hoje) e também a presença de um homem ligado a uma figura masculina mais velha. O oráculo confirma a presença de ambos e provavelmente são dois homens distintos. Primeiro perguntei se o homem ligado a figura feminina mais velha era um ser encarnado e a resposta foi sim. É um sujeito interesseiro, solitário, esperançoso e carente (mago, eremita, lua e estrela). Na pergunta sobre o segundo homem, o que é ligado a uma figura masculina mais velha, as cartas disseram também se tratar de um ser encarnado, ou seja, conforme o oráculo, nenhum dos dois homens se trata de possível obsessor ou companhia espiritual. Este último é um sujeito esperto (o que pode ser visto tanto num aspecto positivo quanto negativo), solitário, ativo tanto na vida material quanto sexual, altivo e que pode trazer ou proporcionar muitas alegrias em minha vida. O oráculo não esclarece por que motivo esse homem tanto aparece nas minhas consultas. Que eu saiba ele continua não existindo na vida real e aquela previsão de que ele apareceria por volta do mês de maio não aconteceu. Também vale dizer que desde muito há a ligação descrita no oráculo entre um homem (provavelmente deve se tratar deste mesmo) que terá ligação mais íntima comigo a partir ou através do lado religioso. Naturalmente existe influência espiritual de resgate ou mérito por trás de tudo isso. É difícil crer, mas deixarei os dias passarem para conferir o que pode ou não me suceder. Sem mais, meu dia nisso ficou.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Complexo de Cinderela

Acabei de ler outro livro chamado Complexo de Cinderelai. A autora relata seus problemas pessoais, o qual é semelhante ao de muitas outras mulheres, inclusive eu. Ela diz que as mulheres não estão acostumadas a enfrentar o medo e ultrapassá-lo. Fomos sempre encorajadas a evitar qualquer coisa que nos amedronte; desde pequenas fomos ensinadas a só fazer as coisas que nos permitissem sentirmo-nos seguras e protegidas. O fato é que nós mulheres não fomos jamais treinadas para a liberdade, mas sim para seu oposto: a dependência. A auto-suficiência não é um bem agraciado aos homens pela natureza; ela é um produto de aprendizagem e treino. Os homens são educados para a independência desde o dia de seu nascimento. De modo igualmente sistemático, as mulheres são ensinadas a crer que, algum dia, de algum modo, serão salvas. Esse é o conto de fadas, a mensagem de vida que ingerimos juntamente como leite materno. Podemos aventurar-nos a viver por nossa conta por algum tempo. Podemos sair de casa, trabalhar, viajar; podemos até ganhar muito dinheiro. Subjacente a isso tudo, porém, está o conto de fadas, dizendo: aguente firme, e um dia alguém virá salvá-la da ansiedade causada pela vida. O único salvador de que o menino ouve falar é ele próprio.Simone de Beauvoir (escritora, filósofa existencialista e feminista francesa, 1908-1986) dissera astutamente em sua época que as mulheres aceitam o papel de submissas para evitar a tensão envolvida na construção de uma existência autêntica. Isso persiste ainda na época atual. O papel de organizadora doméstica é chato, mas muitas mulheres preferem por ser infinitamente seguro. Temos a crença errônea de que os homens merecem ou podem suportar mais riscos (principalmente profissionais) do que as mulheres. É possível que o desejo feminino de ser salva tenha suas origens nos primórdios da história, quando a força física masculina era necessária para proteger mulheres e crianças dos perigos naturais. Mas tal desejo não é mais adequado nem construtivo. Nós não necessitamos ser salvas. As mulheres de hoje se acham entre o fogo cruzado de velhas e radicalmente novas ideias sociais; a verdade porém é que não podemos mais refugiar-nos no antigo papel. Ele não é funcional, nem uma opção verdadeira. Podemos crer que o seja; podemos desejar que o seja; mas não é. O príncipe encantado desapareceu. O homem das cavernas é hoje menor e mais fraco. Na realidade, em termos do que se requer para a sobrevivência no mundo moderno, ele não é mais forte, mais inteligente ou mais corajoso do que nós. Todavia, ele realmente tem mais experiência. Reconheço o sentimento da autora quando ela relata que nós mulheres geralmente temos o maldito duplo vínculo: não confiamos em nossa capacidade de vingar no mundo às nossas próprias custas e, igualmente, duvidamos da nossa capacidade de ser bem-sucedida no velho papel feminino de seduzir um homem com o propósito de fazer dele nosso benfeitor e protetor. Como Cinderela, algumas mulheres de hoje (inclusive eu) ainda esperam por algo externo que venha transformar suas vidas.É fácil ver-se por que, estatisticamente, as mulheres demonstram pouco entusiasmo por seus empregos, uma vez que oitenta por cento delas deixam o conforto do lar para apenas conseguirem faxinar escritórios ou arquivar papeladas por baixos ganhos e muitas vezes sem direito a previdência. Muitas dessas mulheres não apreciam o fato de estarem trabalhando. Elas se sentem sobrecarregadas por isso; e mais: às vezes sentem-se até exploradas por fazê-lo. Bem no intimo, ainda creem que as mulheres realmente não deveriam ter de ganhar a vida. Ao deixarem o conforto e a segurança de suas cozinhas para tornarem-se força de trabalho, várias delas são movidas não pelo sentido de responsabilidade por si mesmas ou por uma questão de justiça para com seus maridos, mas principalmente por uma crise externa. Mulheres muito talentosas engravidam para evitar a ansiedade resultante ao desenvolvimento de suas carreiras.As mulheres voltam-se para os outros (geralmente o marido ou os filhos) para obter um autodefinição, o sentido do que são. A extensão com que se veem através dos olhos do outro é tal que, se algo acontece ao outro, se ele morre ou a deixa, ou apenas se modifica de modo significativo, elas não mais conseguem ver-se a si próprias. Imagino que isso, por mais real que seja, é horrível! Precisar trabalhar, de tal modo, acaba sendo percebido como um sinal de que, de algum modo, a mulher falhou no seu papel básico principal, ou então fica com a sensação de que o sonho ilusório em si era uma fraude. Todos esses problemas na realidade são formas sintomáticas da ansiedade de desempenho, a qual se associa com outros temores mais gerais (indicativos do sentimento de inadequação e desamparo no mundo). Assim, temos o medo de retaliação por parte daquele de quem se discorda; o medo de ser criticada por se fazer algo errado; o medo de dizer não; o medo de colocar as próprias necessidades clara e diretamente, sem manipulação. Estes são os tipos de temores que afetam as mulheres em particular, pois fomos criadas de modo a acreditar que cuidar de nós mesmas e afirmarmo-nos é não-feminino. Desejamos intensamente ser atraentes para os homens: não-ameaçadoras, doces, femininas. Tal desejo tolhe a alegria e a produtividade com as quais poderíamos estar dirigindo nossas vidas. Isso para mim faz total sentido!O medo, irracional e caprichoso, um medo sem qualquer relação com capacidades ou mesmo com a realidade, é epidêmico entre algumas mulheres de hoje. Medo de ser independente (que poderia implicar em acabarmos sozinhas e desamparadas); medo de ser dependentes (que poderia implicar em sermos engolidas por algum outro dominador); medo de ser competente e boa no que faz (que poderia implicar em termos que continuar a ser boa no que fazemos); medo de ser incompetente (que poderia implicar em termos que continuar a sentir-nos inúteis, deprimidas e inferiores). É característico da personalidade dependente ignorar os sinais de problemas, examiná-los o mínimo possível, aguentá-los. 'Quem sabe um dia tudo mudará', Cinderela pensava, varrendo as cinzas do borralho. Segundo a autora, o comodismo é tudo, menos sinal de dignidade. É uma perda de tempo. Em última análise ela o coloca como uma fuga do destino. As mulheres precisam fazer mais por si mesmas.No reverso da moeda estão as mulheres contrafóbicas que têm dificuldades em se relacionarem positivamente com homens por causa da imperiosa necessidade de se sentirem superiores, de estarem com o controle nas mãos. Seus homens ficam aturdidos, sentindo-se estranhamente culpados sem saber o que fizeram de errado. O erro foi acreditar na imagem de auto-confiança projetada por mulheres que são basicamente dominadas pelo medo. Se levadas a sério, essas mulheres nunca chegarão a encostar-se em seus homens, o que secretamente é, na verdade, o que sempre desejaram. Prevalece um sistema de duplas mensagens onde elas agem de maneira audaciosa, impudente e independente, mascarando seus sentimentos básicos de insegurança e desamparo. Os homens não compreendem que foram enganados por uma falsa fachada de auto-suficiência.Os psicólogos afirmam que a estrutura independente é montada antes da criança atingir os seis anos de idade. Alguns deles creem agora que as meninas são incapacitadas de dar a virada crucial em seu desenvolvimento emocional precisamente porque seu trajeto lhes é demasiadamente facilitado, pois são superprotegidas, exageradamente ajudadas, e ensinadas no sentido de que tudo o que tem a fazer para manter a continuidade da ajuda é serem boas. Acontece que os comportamentos reforçados nas meninas não são reforçados nos meninos. Muito do que se considera bom em meninas é considerado extremamente repulsivo em meninos. Timidez e fragilidade, ser 'bem comportada' e quieta, depender dos outros para obter auxílio e apoio são coisas julgadas naturais e até desejáveis nas meninas. Os meninos, em contrapartida, são ativamente desencorajados e apresentam formas dependentes de relacionamento.Fusão é o termo empregado na literatura da psicologia de casais para descrever um relacionamento no qual um ou os dois parceiros, temerosos da realidade da solidão, renunciam à identidade individual em favor de uma 'identidade amalgamada'. O desejo de se fundir simbioticamente com outro tem suas origens na infância e no profundo desejo de se reincorporar à mãe. Em casamentos onde a fusão persiste ano após ano, marido e mulher estão firmemente fixados num nível de desenvolvimento psicologicamente infantil. O correlativo desta fantasia, obviamente, é que os homens farão as vezes de pais: fortes, inabaláveis, dispostos e capazes de proteger e prestar socorro. Segundo o mito familiar, às mulheres cabe o papel de criar e educar; no entanto, esse mito não leva em conta o outro lado do quadro concreto: as mulheres buscam nos homens o mesmo tipo de proteção, apoio e encorajamento que os filhos esperam dos pais. Após o matrimônio, a decepção visita as mulheres; seus maridos, descobrem elas, estão longe de ser os super-homens imaginados durante o namoro. Os homens são tão vulneráveis como qualquer pessoa e, na tentativa de alcançarem a realização pessoal, tem que se debater com as próprias inseguranças. Segundo a autora, a mulher que devota toda a vida a manter o marido de pé e os filhos protegidos não é uma santa, mas uma covarde. Em lugar de experimentar os terrores de ser só, de ter que encontrar e assegurar as próprias amarras, ela permanece encostada no outro às custas de adversidades inacreditáveis. Se ela realmente é boa nisso, nem chega a aparentar que sofre muito. Externamente o mecanismo que utilizam pode parecer que dá certo; no fundo, contudo, elas não são felizes. Sentem um enorme vazio pela falta de significado em suas vidas. Seu único referencial de competência associa-se à capacidade de controlar, de conseguirem o que desejam através da dependência.Os homens são combativos. Eles podem gerar sua própria fonte específica de ansiedade ao darem passos maiores que os permitidos por suas capacidades inatas, mas ao menos chegam ao meio do caminho. As mulheres se retraem. Reduzem as suas possibilidades, almejando bem menos do que lhes permite seu nível inato de desempenho. A cada dia me convenço mais que seguir o caminho da menos combatividade não dá segurança nenhuma. Isso é mera ilusão. O trabalho, especialmente se concebido como instrumento do próprio desenvolvimento pessoal e não apenas como meio de ajudar a pagar as contas, é uma forma de separar-se ou individualizar-se. A mulher que se liberta tem mobilidade emocional. Ela é capaz de mover-se em direção das coisas que lhe são gratificantes, e distanciar-se das que não o são. Ela também é livre para ser bem-sucedida: para estabelecer objetivos e agir de modo a atingi-los sem temer o fracasso. Sua autoconfiança deriva de uma avaliação realista de suas limitações e capacidade. É exatamente o que mantenho em autoconstrução. Da leitura é isso. De resto troquei minha frase do MSN por: 'Estou com o destino todo na palma da minha mão! E sei imensamente o quanto serei cada vez mais feliz e realizada! Ainda bem que do alto tenho proteção, e do baixo toda a inveja desviada! Quem mexe comigo, mexe com uma multidão...' É isso. Um super abraço cheio de luz a todos e até outra hora...
iDOWLING, Colette. Complexo de Cinderela. Trad.: Amarylis Eugênia F. Miazzi. São Paulo: Melhoramentos, 1982.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

De olho no tarô...


Logo no começo do dia “Alra” trocou sua frase do MSN por: “Cada um tem os 'amigos' e familiares que merece pela lei do merecimento, da atração e afinidade. Eu mesma percebo que algumas pessoas passaram pela minha vida só para fazerem eu exercitar o perdão e para darem-me a chance de aprender a colocar o amor no lugar da mágoa”. Sua frase do Orkut também foi mudada para: “Não sei se encontrei minha máxima utilidade, mas continuo (embora de outra forma) na função ativa de ajudar a humanidade a sofrer de forma menos drástica”. Depois de fazer sua ginástica, ela tomou um banho caprichado de arruda, folha de cravo da índia, guiné e sal grosso. Tudo para si parecia tranquilo e bem. Após almoçar ela seguiu para a rotina do trabalho que, por mais cansativa que fosse, estava sendo do seu agrado e aceitação. Não era um agrado de bom grado, mas um agrado tolerável. Eis o que ela comentou enquanto retornava com sua mãe (a qual estava mantendo o hábito de ir buscá-la por ser muito preocupada e não gostar que a filha andasse sozinha à noite): “Hoje a coordenadora do faturamento foi dizer-me que se eu não estiver gostando do PABX que poderei passar para a recepção do ambulatório. Tem momento que acho muito tedioso aquele PABX, mas atender o público é opção mil vezes pior (creio que inclusive descartada) para mim. Prefiro falar e escutar reclamações pelo telefone a ter que tratar pessoalmente, e antes ficar sentada seis horas 'sozinha' numa sala de 1,5m x 2,0m do que ficar sentada na frente de um computador vendo o alvoroço de gente querendo isso e aquilo. O PABX tem suas dificuldades, pois nem tudo eu consigo resolver, responder, transferir ou ligar, muito menos na hora imediata. Por momentos é tranquilo, depois fica insuportável.
Como sou desconfiada pensei em três hipóteses sobre a fala da coordenadora: 1. Pode ter alguém interessado de pegar meu lugar; 2. Talvez não estejam gostando de mim no PABX e querem indiretamente oferecer-me outro serviço; ou 3. Ela fez o comentário apenas por fazer. Por vezes eu preciso crer que tal trabalho é apenas temporário para conseguir não aborrecer-me com ele. Para suportá-lo nos dias de início de semana, que são os piores, já cheguei a pedir para 'Ameth' me prometer que tal encargo realmente seria momentâneo, como se fosse um meio de alcançar outra finalidade não revelada nesse momento. Claro que 'Ameth' não me deu resposta do assunto, mas bem que poderia ser (e talvez até seja) uma possibilidade. Não pretendo me demitir e nem quero ser demitida, mas não me importaria se isso acontecesse, pois na integra estou custando a me acostumar a essa rotina cansativa e, ademais, esse trabalho não é nada interessante. Não estou reclamando, apenas enfatizo que talvez preferisse estar na minha vida de antes, ou melhor, na vida idealizada de esposa, dona de casa e futura mãe. 'Pajib' me colocou em tal lugar (eu fiz o concurso, mas sem desejo ou pretensão de passar), destinou-me a tal atividade e cumprirei Sua vontade enquanto Ele permitir e fizer a minha vontade caminhar com a Dele, ou enquanto Ele me der forças e paciência suficiente para aguentar essa rotina exaustiva. Tenho rezado muito para não sentir-me esgotada fisicamente, pois se de um lado meu corpo está exaurido, por outro lado minha alma está cheia de amor para jorrar como uma luz que clareia a longa distância. Não sei por qual motivo, mas me sinto imensamente ligada a todos daquele local. O contato é estritamente profissional e mínimo, tanto da minha parte quando dos outros para comigo, mas sinto por cada um algo que nem sei explicar. Eu quero muito bem aos meus 'companheiros' de trabalho e sinto-me enternecida mesmo sem ter noção se gostam ou não de mim, se sou ou não bem quiista no local. Enfim, faço o que posso, nem sempre disposta a dar o meu melhor, mas buscando no mínimo cumprir com o meu dever de ser solidária às necessidades do próximo. Estou tendo pouco tempo de descanso e meu organismo está sentindo falta de umas horas amais de sono, deve ser isso...”
Ao final do dia, “Alra” abriu as cartas de tarô para si. Estas diziam que um homem ligado ao seu lado espiritual continuava próximo de aparecer ou cruzar nos seus caminhos. Esse homem parecia pendente de ser encontrado desde o mês de maio, conforme revelações anteriores. Por que tamanho atraso ou postergação? Por que o tarô tanto apresentava um homem que “Alra” não sabia quem poderia ser? Tais dúvidas continuaram intactas. Havia superação ligada a figura materna (diabo, namorado, carro, imperador, lua, papisa e imperatriz). Seria preciso estrutura emocional, simplicidade e senso de tolerância para “Alra” superar as necessidades e mudanças ocasionadas pelo destino. Existia muita libertação e auto-conquista por trás dos fatos (força, julgamento, temperança, roda da fortuna, morte, estrela e eremita). O que tinha para acontecer (visto em outras consultas anteriores) se realizara. Haveria ainda mais felicidade e prosperidade ligada ao seu trabalho, pois ele seria uma boa fonte de aprendizados e conscientização da vida, mesmo que fosse monótono e aparentemente limitado. Ele abriria-lhe caminhos diferentes e sua regência era mantida por forças superiores e proteção divina. Fases mais promissoras viriam (sol, mundo, mago, papa, enforcado, louco e justiça).
O comprometimento pessoal com a felicidade e com as próprias realizações estava muito firme, e as cartas indicavam que assim deveria continuar sendo para seu próprio bem (diabo, força e sol na posição central). “Alra” adentrara numa nova fase de vida e aos poucos teria velhas dúvidas esclarecidas (namorado, julgamento e mundo na esquerda). Com paciência as conquistas desejadas surgiriam e se fariam visíveis (carro, temperança e mago na direita). Um homem mais velho ligado a outro mais novo se fariam presentes e próximos de “Alra” conforme já verificado em leituras anteriores (imperador, roda da fortuna e papa na posição superior). Haveria um novo despertar do lado religioso ou das atividades espirituais (lua, morte e enforcado na posição inferior). Boas notícias ou chance de algo novo surgiria para “Graúda” (papisa, estrela e louco na extrema direita). “Alra” permaneceria introspectiva buscando sua realização moral e pessoal de vida (imperatriz, eremita e justiça na posição inferior direita). Sem mais, essa foi a mensagem do oráculo para finalizar mais um dia da vida de “Alra”.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Importante: Na liderança...

Olá para todos...

“Nunca pensei que fosse ser líder de alguma coisa nessa vida, mas aconteceu e estou na liderança. Eis a hierarquia de poder da minha equipe:
'Pérolla', 'Miguel', 'Carlotinha', 'Ameth', 'Alra', 'Ágape', 'Virgínia', 'Eugênia', 'Maori Orima II', 'Ane', 'Mateus' e 'Gardênia'.
Por vezes a competição me faz mudar momentaneamente essa ordem. Sou flexível e pacífica para suportar o insuportável, mas briga eu dificilmente aguento ou permito, prefiro compreender, aceitar as opiniões divergentes e propor acordo para não validar uma discussão. 'Raombra' não entra na classificação, ela é uma espécie de influenciadora/assistente semi-oculta. Por enquanto assim estou eu com minha equipe...”

terça-feira, 6 de julho de 2010

Raombra...


“Olá para todos! Meu tempo anda passando mais do que ligeiro. Por bênção divina, minha tosse deu uma ligeira melhorada. Fiz um xarope de abacaxi com rapadura (parece doce em calda), misturei com vinho tinto, hortelã e mel. Beberico de vez em quando. Sobre minha nova rotina, estou tendo uma normal dificuldade de acordar cedo, pois isso não me faz ter mais sono na hora que vou dormir, pelo contrário, à noite eu estou super desperta enquanto passo a manhã toda com sono e uma sensação de canseira. Até o corpo pegar o ritmo vai ser complicado. Com relação ao emprego está tudo bem, pois acredito que, quando as coisas mais difíceis nos acontecem (não que seja difícil, mas também não o deixa de ser), é porque já estamos fortes o bastante para olhar de frente e encarar a situação acessando novos patamares que nos permitem enxergar além. Por momentos, quando reafirmo para mim mesma que estou trabalhando e que estou ativa no meio social-profissional, arrepio-me toda, inclusive na cabeça. Estar trabalhando em si já me parece um tanto milagroso, mas estar gostando da função exercida é sem dúvida algo miraculoso e indescritível de tão fantástico. A proposta veio tão rápida que não tive tempo de concatenar o antes e depois, mas sei claramente o quanto empenhei-me na busca de minha própria segurança e percebo com nitidez que tudo o que vivo ocorre-me no tempo certo, pois hoje sou muito diferente da pessoa insegura e de baixa-estima que era na infância e adolescência (algo constante até cerca dos vinte anos e ocasional depois disso), àquela que se via como incapaz de tudo, destinada sempre ao pior.
Eu precisei adquirir maturidade interior unicamente comigo mesma. Eu entendi que precisava me auto-preencher de estabilidade emocional ao invés de buscar isso em algo externo como uma carreira, uma formação, um relacionamento, etc. Eu desenvolvi a confiança plena que unicamente eu poderia me dar, a qual deveria anteceder os fatos comprobatórios. Eu aprendi a ser otimista e serena independente dos desejos pessoais ou das necessidades supostamente sentidas. Em verdade eu quis e lutei por isso a vida toda, mas só depois de começar a analisar meus sonhos noturnos que percebi a grande verdade sobre o amadurecimento humano: o psiquismo não modifica da noite para o dia apenas por nos empenharmos nisso. Ele tem seu tempo gradual de desenvolvimento. É preciso ter muita paciência para aguardar o tempo certo de nosso próprio crescimento pessoal. Muitas vezes temos um monte de conhecimento que não sabemos transformar em sabedoria, ou seja, não conseguimos colocar em prática e ficamos a indagar o porquê da nossa incapacidade. O mundo todo parece consegui-lo e nossa luta na desvantagem apenas nos corrói por dentro. Pois é preciso entender que cada indivíduo tem o seu tempo exato de desabrochar em cada aspecto de seu próprio ser espiritual evolutivo. Agir é primordial, mas confiar e aguardar é sumamente importante. Seria pretensão sentir-me vitoriosa de mim mesma, mas ao menos posso sentir-me uma boa guerreira. E minha luta pessoal travada comigo mesma ainda irá muito longe...
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Voltando a relatar sobre meu dia, depois de despertar-me com custo, fui dar minha habitual corrida no parque.
Enquanto distraía a cabeça exercitando-me, ocorreu a ideia importante de definir minha personalidade negativa. Vou dar a ela o nome de 'Raombra', sendo uma união de rato com sombra, já que minha sombra apareceu nos sonhos na simbologia de rato. Pois bem, 'Raombra' é uma pessoa egoísta, avarenta, arrogante, ciumenta, que gosta de ludibriar, trapacear, criar confusões e sair como a maior. Aos poucos vou descrevendo mais sobre ela conforme for desvendando-a nos sonhos ou nos meus momentos críticos.
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Foi pensando 'contra' ela que troquei minha frase do Orkut e MSN por: 'Posso parecer uma tola, mas não vou subir nas nuvens e deixar minha moral atolada na lama'. Por hora dei meu recado. Que a paz esteja com todos!”

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Coragem para todas nós...


“Olá para todos! Acabei de ler um livro chamado Mulheres corajosas sempre vencemi. Nele diz que destemor não é ausência de medo, mas sim o seu domínio. Conforme o filósofo Sócrates, coragem é o conhecimento daquilo que não deve ser temido. Se pudéssemos gravar nossos pensamentos perceberíamos a quantidade de tolices que falamos para nós mesmos, a infinidade de pensamentos pessimistas, derrotistas e autodestruidores. Realmente somos nosso pior inimigo com a conversa interior negativa que criamos tão logo ao nosso despertar, ou até mesmo antes, em nossos sonhos. Preocupar com algo não impede que esse algo aconteça e, muitas de nossas preocupações nunca chegam a acontecer, ou seja, são apenas um tormento que decidimos, muitas vezes de modo inconsciente, a carregar conosco por pura mania pessimista. O livro fala que precisamos deixar claro o que desejamos das amizades, dos relacionamentos, de nós mesmos e da vida. É preciso estar aberto para o lado negativo da intimidade, seja com os outros ou conosco mesmos. É preciso experimentar a própria vulnerabilidade e abaixar a guarda dos dispositivos de autoproteção atrás dos quais nos refugiamos, pois estes são autodestrutivos. Quer estejamos sós ou acompanhados, a coisa mais importante é conduzir nossas vidas não com carência e necessidade, mas com destemor e confiança. Todos temos uma opção quando enfrentamos decisões difíceis: podemos agir com fé ou com medo. A única garantia é esta: se enfatizarmos nossos temores, perderemos para sempre as alegrias do inesperado e não conseguiremos agir com espontaneidade. É agradável ser agradável, mas isso pode ser extremamente exaustivo quando cala nossa voz, nos detém e prejudica nossa autenticidade.
Uma dica importante para superar o medo é focar-se na superação do mesmo, ou seja, na auto-segurança. Isso faz com que o medo não seja um vilão, mas uma energia estimulante e positiva. O medo é algo natural e pode de fato intensificar a vida em vez de diminuí-la, desde que a pessoa possa reconhecê-lo, aceitá-lo e usá-lo como uma maneira de estimular desafios a si mesma. Isso faz a pessoa ter liderança interna, a qual independe de cargo, posição, hierarquia ou qualquer coisa imposta ou concedida. Esse tipo de liderança é gerado por uma força interior que nos compele a tentar e fazer do mundo um lugar melhor. Quando sabemos quem somos, podemos superar nossos temores e nossas inseguranças. Consequentemente, superamos nossos egos que sofrem ataques da nossa realidade condicionada e escutamos a voz do coração, a qual nos ajuda a alinhar-nos com nosso proposito e fazer-nos viver com destemor e segurança. Por fim gostei de uma parte que fala sobre a respiração. Diz que devemos respirar não apenas para viver, mas também para nos sentirmos bem. A respiração consciente nos ajuda a achar força e energia para viver com destemor, pois a maneira pela qual respiramos envia mensagens para o nosso corpo. Enfim, eia a mensagem que retirei da leitura. Muita luz e até a próxima!”
iHUFFINGTON, Arianna Stassinopoulos. Mulheres corajosas sempre vencem. Trad.: Nivaldo Montingelli Jr. São Paulo: Larousse do Brasil, 2007.

sábado, 19 de junho de 2010

Frase de hoje!


“Ser feliz é não ser vítima dos próprios caprichos, não ser escravo dos próprios desejos e não ser influenciado pelos próprios pensamentos derrotistas”.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

A melhor desobsessão...


Logo ao acordar, ainda enquanto tomava o desjejum, “Ameth” perguntou como “Alra” estava se sentindo com relação ao compromisso de ir no terreiro de “Neci” à tarde. “Alra” respondeu-lhe que, uma vez estando bem emocionalmente (ela voltara a ficar boa na base de muitas preces), não estava com expectativa de nada e pouco lhe importaria o resultado da segunda visita a tal terreiro. “Ameth” aconselhou-a de não reforçar nada que fosse negativo, como por exemplo a ideia da vontade de morrer ou o fato de ter um obsessor (esse fora o erro que ela cometera para ficar mal). Muitas vezes durante a vida ela escutara e ainda escutaria coisas que, embora fizessem sentido, não teriam que ser levadas tão a sério. Infinitas vezes ela cometera o erro de se abalar ou se desesperar por crer fielmente em coisas desagradáveis que lhe haviam sido ditas em locais religiosos. Mesmo que o dito fosse real, “Alra” tinha de escutar e refletir sem se envolver, pois ela não precisava entristecer-se com as negatividades, mas apenas tomar conhecimento das mesmas. “Ameth” lhe disse que ao deixar-se envolver emocionalmente com o lado dos problemas humanos, ela submetia-se ao mal estar que estes proporcionam. É preciso ter consciência dos mesmos, mas sem abaixar a cabeça, sem se tornar uma vitima, sem se sentir culpado ou merecedor, sem se preocupar, chatear, revoltar ou sentir-se derrotado pelas misérias humanas.
“Alra” disse-lhe que se deixara envolver muito e conseguia visualizar esse seu erro com clareza, aliás, um erro muitas vezes repetido. Ademais, ela disse que tinha suas condições: aceitava e queria desenvolver sua mediunidade, mas não estava disposta a ter compromisso com nenhuma entidade a ponto de “alimentá-la”, nem mesmo queria fazer a caridade sujeitando a cobrança e o feitio de oferendas. Ela gostava das vestes, do som dos atabaques, os cantos, as imagens religiosas, os banhos, as rezas e a incorporação, mas ter que fazer feitura e oferendas não lhe agradava. Além disso, ela não ia tirar obsessor nenhum (ou qualquer outro malefício) a troco de dinheiro ou materiais como velas, aves, bebidas, etc. como outrora já haviam lhe dito em outros locais. Isso ela já se cansara de fazer e nada de melhoria em sentido algum. “Ameth” recomendou-lhe que o melhor era manter sintonia com as boas companhias espirituais e não se deixar influenciar ou diminuir-se por conta de companhias inferiores, as quais “rodeiam” (intencionalmente ou não) qualquer um que esteja com baixa vibração energética. O mais indicado é ligar-se ao lado bom da vida, para estar com vibrações positivas, e cuidar do lado ruim sem fazer disso um martírio. Um obsessor é apenas um espirito que precisa de ajuda e compaixão, esteja ele revoltado, vingativo, perdido ou sofrendo pela ligação à matéria. Portanto, fosse quem fosse o obsessor de “Alra” (se é que ela tivesse um fixo), ela deveria continuar rezando por ele, mas sem se abater. Mesmo que fosse uma ligação negativa de ódio ou vingança, mais importante do que afastá-lo, seria “Alra” não ser influenciável por nenhum pensamento ou sentimento desprezível, fosse dela própria ou proveniente dele. “Alra” compreendeu que a melhor desobsessão era fazer a reforma intima de não se intimidar com as negatividades pessoais, pois era exatamente esse o seu ponto fraco perante a vida. O que viesse de acréscimo seria apenas consequência.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

E-mail enviado...


“Olá! Hoje acordei logo cedo sentindo-me péssima e a insatisfação de minha mãe mediante a velhice fez-me sentir uma derrotada. Sei que ela está idosa com seus sessenta e quatro anos, mas por vezes ela exagera fazendo disso uma pressão psicoemocional para cima de mim. Por ela dizer-se velha e sem forças, tudo se transforma em problema e, o principal deles, é o fato dela não me julgar capaz de lhe dar assistência. Eu faço o que posso e mesmo assim assumo que deixo a desejar por ainda ser infantil e imatura. Mediante meu estado sensível, chorei e, tentando desfocar a mente das conturbações mentais, fui limpar a casa e lavar algumas roupas. Isso ajudou-me a não ficar apenas remoendo um monte de pensamentos infelizes e destorcidos. Quando estou mal, agoniada, nervosa ou triste, sinto necessidade de um exercício, uma atividade física, um trabalho, seja ele qual for. Ao mesmo tempo em que sentia uma enorme dor emocional, me penitenciava por saber que existem sofrimentos e dores bem maiores do que a minha. Daí eu sofro por mim e pelo mundo inteiro, por todas as moléstias, imperfeições e negatividades. Geralmente é isso o que acontece: pareço puxar a fragilidade humana universal para cima das minhas costas e, nessas situações, nada melhor do que rezar bastante. Foi o que fiz: rezei por mim como se toda a dor do mundo estivesse em meu peito, como se muito distante todo o universo estivesse das luzes divinas misericordiosas. Em ocasiões do gênero eu me sinto menor que um grão de areia na infinitude de uma praia, mas ao mesmo tempo sei que tenho meu valor, que tenho quem me ama incondicionalmente, que consigo ser otimista, confiante e feliz independente das intempéries da vida. Sou tão grata a ponto de sentir-me culpada por tudo de bom que vivo e sou, pois julgo-me não merecedora de tanto. Sei que esse auto-desmerecimento é uma tolice, um erro, mas a principio acaba sendo autômato. Ainda bem que a compreensão divina aceita as minhas imperfeições e ignorância muito melhor do que eu. Um dia, demore o quanto for, eu vou sentir-me vitoriosa ao olhar para esse passado que hoje é o meu presente. Paciência incansável e fé é o que preciso ter. Como diz 'Ameth', minha luta não vai ser tratada com descaso e minhas boas intenções não vão ficar perdidas. Tempo virá em que tudo será diferente. Isso é o que tenho a escrever-te por momento. Beijos e até breve”.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Lidar com pessoas inseguras e ganhar autoconfiança... sabe como?


“Olá para todos! Hoje estive refletindo sobre as pessoas inseguras. Como já fui uma e ainda uso o controle mental de superação, posso dizer o que acontece com pessoas do gênero. É inseguro quem não confia em si mesmo e consequentemente não acredita em ninguém. Na verdade, não confia em seu valor pessoal, não acredita em seu próprio potencial e capacidade de enfrentar as dificuldades e fatos da vida, o que o impulsiona a tendência de se apoiar nos outros, dependendo que alguém faça aquilo que não acredita ser capaz. Muitas vezes a pessoa insegura desenvolve muitas máscaras como compensação (o que foi o meu caso durante anos). Pessoas inseguras tem a estima baixa e pensam que a culpa da desconfiança que sentem é propícia do local que frequentam ou das pessoas com quem se relacionam. Elas não conseguem sentir a segurança que surge do interior e que vibra de dentro para fora em qualquer situação, local e com quaisquer pessoas que estejam. Essa insegurança anseia fazer-se segura, encontrar alguém de confiança para desabafar, se mostrar, se revelar por completo e sem receios. Entretanto, uma vez que a segurança não depende dos outros, isso dificilmente acontece. Hoje, depois de ter sico muito insegura, tenho a vantagem de compreender e saber lidar com tais tipos de pessoas. Elas precisam se sentir compreendidas, respeitadas e, principalmente, queridas e melhor ainda, admiradas, pois isso compensa a baixa-estima que possuem. O respeito está em gostar do outro pelas qualidades que ele possui, sem querer dar uma de concelheiro, sem impor ou cobrar nada na postura alheia. A segurança pessoal só é sazonal se a autoestima também o for.
Uma boa dica (ainda acho difícil de executá-la) para lidar com tais pessoas e, ao mesmo tempo, deixar de ser inseguro, é ser vulnerável e imperfeito, pois isso nos aproxima das outras pessoas, já que isso permite que elas abaixem suas reservas ou mascaras e revelem-se com mais segurança. Pessoas inseguras precisam da vulnerabilidade alheia, pois isso compensa a baixa-estima delas. É importante se colocar no lugar do outro e dizer-lhe aquilo que em verdade é ele quem está sentindo, ou seja, demonstrar que teme a rejeição e que estima o respeito e o afeto de tal pessoa. Quando somos seguros do nosso valor, quando elevamos nossa autoestima, reconhecemos nossas falhas e imperfeiçoes sem necessidade de escondê-las. Isso nos faz perceber que nada poderá tirar de nós o afeto daqueles que realmente nos amam e, para aqueles que não gostam de nós, evidentemente não merecem a nossa amizade, o que deve por fim a qualquer lamentação carente de se colocar de vitima por falta do apreço alheio.
Como foi dito, indivíduos inseguros por terem um autoconceito ruim, desejam fazer tudo de uma determinada maneira (para ele supostamente ideal), mas não se acham capazes (distorção na percepção do eu real), e experimentam sentimentos de insatisfação e baixa autoestima. Normalmente quem não se sente bem em relação a si mesmo quer sempre ter a certeza de que é adorável e fica chateado se vê que não possui isso. Esperam que as pessoas sejam sempre afetuosas consigo, e não críticas, mas nem todas as pessoas sabem lidar com os inseguros e fazem exatamente o oposto. O primeiro passo para perder a insegurança é buscar ser menos dependente da avaliação positiva dos outros. As pessoas infelizes que esperam circunstâncias ou outras pessoas para fazerem-nas se sentirem melhores, geralmente ficam desapontadas. Nada externo pode desfazer anos de privação sentimental. Se nós não pudermos nos fazer felizes, ninguém mais poderá fazer isso. Se investirmos muito em um relacionamento ou afeto, mais investimos em quem somos e, com isso, nos sentimos mais comprometidos para continuar compreendendo e bem querendo o outro. Pessoas inseguras precisam perceber que a segurança não está em receber bem estar, mas sim em poder proporcionamos isso aos outros sendo natural, humilde e sincero. Para ter auto-segurança deve-se oferecer a confiança necessária antes de querer recebê-la. Normalmente decidimos como nós nos sentimos sobre algo olhando para o que fazemos, pois o que recebemos será mera consequência disso. A imperfeição da perfeição está na impossibilidade e na ilusão. O perfeito está nos olhos de quem quer ver a perfeição, o amor está rodeando aqueles que se julgam amados e a segurança está nas mãos de quem quer ser cada vez mais capaz, custe o que custar.
Tanto a introversão quanto a extroversão em grau exagerado pode significar insegurança. Além dos inseguros desconfiados que não se envolvem, não se revelam ou o fazem por mascaras, ainda existem outros piores: aqueles que sentem necessidade de impor as suas opiniões, de serem arrogantes e mostrarem como grandes, pois isso camufla a pequenez que eles sentem em consequência da baixa-autoestima que carregam. Os arrogantes são os primeiros a reconhecerem sua própria mediocridade, e é por isso que precisam levantar a voz e se autopromover constantemente. Precisamos ser o que somos, descobrir e redescobrir sempre o que temos de bom em nossa intimidade e valorizar-nos. Ninguém melhor do que nós mesmos para saber o que se passa em nossa alma. Quando a pessoa se conhece, podem emitir dela as opiniões mais contraditórias que ela não se deixa impressionar, nem iludir, pois sabe da sua realidade. A pessoa deixa de se sentir rejeitada quando aumenta a sua auto-estima. No lugar de projetar a culpa nos outros, ela passa a enxergar que o vazio é dela. Assim, busca pensamentos sadios. Procurar afinidades, pedir desculpas, ser flexível e compreensivo ajuda muito em qualquer tipo de relacionamento, principalmente para com os inseguros. É importante demonstrar fidelidade, discrição e amizade, pois para tais pessoas, encontrar isso nos outros é praticamente algo milagroso. Geralmente, tais pessoas têm em mente que não merecem ser amadas. Pessoas inseguras sofrem muito e precisam sim de corações verdadeiramente dispostos a acolherem suas desconfianças e darem-lhe o valor que elas mesmas não conseguem se dar.
É isso. Um abraço, muita sorte e até breve para todos!”