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sábado, 2 de outubro de 2010

Amadurecimento...


Meu temperamento emocional não anda muito bom, pois o computador tem desligado sozinho e dificilmente fica ligado mais do que meia hora. Toda vez que estou digitando algo ou remexendo nas fotos ele simplesmente desliga e depois tenho que refazer tudo. Não sabemos se o defeito é do aparelho ou da eletricidade, mas sei que estou esgotada e nervosa com isso. Tecnologia é bom enquanto funciona, pois caso contrário só dá prejuízo. Eu não tenho o dia todo para ficar por conta esperando a boa vontade dessa máquina funcionar. Até parece que ela tem um cérebro e faz isso só para me pirraçar. A bateria já estragou há muito tempo e não sabemos se o estrago foi por causa de problema técnico no computador ou por causa de algo externo ligado a energia. Bem, estou engolindo sapos e elefantes... esse mês começou em provações cruéis. Mas vou deixar as lamurias de lado e falar sobre meus sonhos. Essa noite, nas duas horas que restou para eu dormir, sonhei que estava encontrando com a entidade de uma cigana e ela confirmou que eu estava grávida e prometeu me ajudar a encontrar um filho. Era estranho o fato de eu ter engravidado do nada, do tipo a lenda da Virgem Mãe. De todo modo, se eu ainda não estava grávida, ficou subentendido que eu ia ter um filho e precisava arrumar um pai, fosse ele o pai biológico ou não. Fiquei imaginando arrumar um homem para ser o pai providencial de um filho vindo do nada. Se arrumar um namorado já me parece quase uma missão impossível, como então conseguiria arrumar um pai para meu filho? Estava eufórica e esperançosa por saber que cumpriria o propósito pré-estabelecido e karmático de ser mãe e fiquei feliz ao saber que teria a sorte de ter a companhia de um homem, entretanto parecia difícil crer que tudo daria certo conforme planejava a cigana. Ela me disse que eu podia deixar por conta dela e por mais que estivesse agoniada para tomar uma atitude, senti que nada eu teria para fazer por falta de uma solução que pudesse ser planejada e seguida da minha parte. O que esse sonho reprisa das velhas questões já abordadas?
Já eram mais de nove horas da noite quando “Yllaria” me ligou chamando para ir dançar num baile de encontro das academias. Por mais cansada que estivesse, inclusive com dor nas costas, resolvi que iria. Pegada desprevenida, fui na minha simplicidade. Assim fizemos e outra vez concluí que não estou mais por conta de sair para dançar. Lá no baile deparei-me com pessoas bem trajadas e muito pior que isso, praticamente todos são profissionais ou alunos de longa data de dança. O Marcelo estava lá e dancei um toque de forró com ele. De resto alguns são conhecido de vista. Não me senti dentro de um baile, mas sim no auditório de um show de dança. Dancei umas três musicas e nada além disso. Não dei a noite por perdida pois concluí que minhas mudanças interiores estão se reafirmando e ampliando. Se fosse no passado eu invejaria aquelas pessoas e depreciaria minha auto-estima, entretanto hoje eu me dei conta de que meus sentimentos estão mais resistentes ao meio externo e ao meu eu-crítico. Admirei a maravilha de cada um dançando com tanta perfeição e técnica, senti-me muito aquém daquele ambiente, mas nem por isso diminuí meu valor pessoal, nem por isso fiquei melancólica.
Minha autoaceitação ampliou-se. Eu sinto pena por não ter condições de me relacionar amigavelmente com as pessoas, por não ter motivação suficiente para fazer aula de dança de salão, por não ter um companheiro que possa sair comigo para esse tipo de diversão. Sinto pesar e assumo isso com aceitação. Tenho a nítida compreensão de que isso é apenas uma situação dentre tantas outras na vida e, de tal modo, é algo completamente mutável. Não posso me punir mentalmente por julgar que minha situação é a pior do mundo e colocar a culpa inteira sobre mim como fiz até por volta dos vinte anos. Sinto muito por não desfrutar do prazer da dança conforme gostaria, mas tenho em mente que tudo aquilo que eu gostaria e não consigo me proporcionar, é apenas um aprendizado e exercício de resignação, paciência e auto-amor. Eu sou a primeira que tem de aceitar em paz as minhas limitações e a minha personalidade introvertida e reservada. Eu tenho de me apreciar ainda que eu não me sinta capaz de fazer-me feliz em todos os sentidos. Eu tenho de me amar na luta, no sofrimento, na amargura, na ignorância e insignificância de meu próprio ser. Eu tenho obrigação e direito de me amar na solidão, no desespero, na sofreguidão de não saber o quê fazer. Sou a única que posso me oferecer consolo e concelho. Sou a minha própria admiração e se não posso me admirar em tudo, tenho de me respeitar e me encorajar a ter esperança, calma e fé.
Creio que vivemos para aprender a bem sofrer, pois quer por provas ou por expiações, sempre temos motivos de sofrimento. O diferencial não está em ter esses motivos ou não, mas sim em saber enfrentá-los com sabedoria. Uma coisa é dominar racionalmente os sentimento e outra coisa é deixar a razão ser dominada emocionalmente pelos sentimentos. Razão e sentimento precisam caminhar juntos, em equilíbrio e harmonia. Tudo é superável, mesmo quando não conseguimos conceber de imediato uma solução prática. O amadurecimento interior está exatamente em saber enfrentar as situações desagradáveis com otimismo e bem-estar consigo mesmo. O desenvolvimento interior começa nas mudanças de pensamentos e crenças, passa pela mudança de atitudes e termina na mudança do exterior que é mero reflexo da nossa concepção visual-sinergética. É cruel sofrer, mas como em tudo existe um lado bom e outro ruim, o lado bom da dor emocional é a graça de adquirir a sabedoria do amadurecimento. E sofremos até aprender a bem sofrer, pois o sofrimento só deixa de existir quando deixamos de ser escravos dele, ou seja, o sofrimento é algo infindável, mas a escravidão psíquica-emocional a ele é finita e tem a duração exata do nosso crescimento espiritual. Bem, foi assim que meu dia finalizou.