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sexta-feira, 16 de julho de 2010

Complexo de Cinderela

Acabei de ler outro livro chamado Complexo de Cinderelai. A autora relata seus problemas pessoais, o qual é semelhante ao de muitas outras mulheres, inclusive eu. Ela diz que as mulheres não estão acostumadas a enfrentar o medo e ultrapassá-lo. Fomos sempre encorajadas a evitar qualquer coisa que nos amedronte; desde pequenas fomos ensinadas a só fazer as coisas que nos permitissem sentirmo-nos seguras e protegidas. O fato é que nós mulheres não fomos jamais treinadas para a liberdade, mas sim para seu oposto: a dependência. A auto-suficiência não é um bem agraciado aos homens pela natureza; ela é um produto de aprendizagem e treino. Os homens são educados para a independência desde o dia de seu nascimento. De modo igualmente sistemático, as mulheres são ensinadas a crer que, algum dia, de algum modo, serão salvas. Esse é o conto de fadas, a mensagem de vida que ingerimos juntamente como leite materno. Podemos aventurar-nos a viver por nossa conta por algum tempo. Podemos sair de casa, trabalhar, viajar; podemos até ganhar muito dinheiro. Subjacente a isso tudo, porém, está o conto de fadas, dizendo: aguente firme, e um dia alguém virá salvá-la da ansiedade causada pela vida. O único salvador de que o menino ouve falar é ele próprio.Simone de Beauvoir (escritora, filósofa existencialista e feminista francesa, 1908-1986) dissera astutamente em sua época que as mulheres aceitam o papel de submissas para evitar a tensão envolvida na construção de uma existência autêntica. Isso persiste ainda na época atual. O papel de organizadora doméstica é chato, mas muitas mulheres preferem por ser infinitamente seguro. Temos a crença errônea de que os homens merecem ou podem suportar mais riscos (principalmente profissionais) do que as mulheres. É possível que o desejo feminino de ser salva tenha suas origens nos primórdios da história, quando a força física masculina era necessária para proteger mulheres e crianças dos perigos naturais. Mas tal desejo não é mais adequado nem construtivo. Nós não necessitamos ser salvas. As mulheres de hoje se acham entre o fogo cruzado de velhas e radicalmente novas ideias sociais; a verdade porém é que não podemos mais refugiar-nos no antigo papel. Ele não é funcional, nem uma opção verdadeira. Podemos crer que o seja; podemos desejar que o seja; mas não é. O príncipe encantado desapareceu. O homem das cavernas é hoje menor e mais fraco. Na realidade, em termos do que se requer para a sobrevivência no mundo moderno, ele não é mais forte, mais inteligente ou mais corajoso do que nós. Todavia, ele realmente tem mais experiência. Reconheço o sentimento da autora quando ela relata que nós mulheres geralmente temos o maldito duplo vínculo: não confiamos em nossa capacidade de vingar no mundo às nossas próprias custas e, igualmente, duvidamos da nossa capacidade de ser bem-sucedida no velho papel feminino de seduzir um homem com o propósito de fazer dele nosso benfeitor e protetor. Como Cinderela, algumas mulheres de hoje (inclusive eu) ainda esperam por algo externo que venha transformar suas vidas.É fácil ver-se por que, estatisticamente, as mulheres demonstram pouco entusiasmo por seus empregos, uma vez que oitenta por cento delas deixam o conforto do lar para apenas conseguirem faxinar escritórios ou arquivar papeladas por baixos ganhos e muitas vezes sem direito a previdência. Muitas dessas mulheres não apreciam o fato de estarem trabalhando. Elas se sentem sobrecarregadas por isso; e mais: às vezes sentem-se até exploradas por fazê-lo. Bem no intimo, ainda creem que as mulheres realmente não deveriam ter de ganhar a vida. Ao deixarem o conforto e a segurança de suas cozinhas para tornarem-se força de trabalho, várias delas são movidas não pelo sentido de responsabilidade por si mesmas ou por uma questão de justiça para com seus maridos, mas principalmente por uma crise externa. Mulheres muito talentosas engravidam para evitar a ansiedade resultante ao desenvolvimento de suas carreiras.As mulheres voltam-se para os outros (geralmente o marido ou os filhos) para obter um autodefinição, o sentido do que são. A extensão com que se veem através dos olhos do outro é tal que, se algo acontece ao outro, se ele morre ou a deixa, ou apenas se modifica de modo significativo, elas não mais conseguem ver-se a si próprias. Imagino que isso, por mais real que seja, é horrível! Precisar trabalhar, de tal modo, acaba sendo percebido como um sinal de que, de algum modo, a mulher falhou no seu papel básico principal, ou então fica com a sensação de que o sonho ilusório em si era uma fraude. Todos esses problemas na realidade são formas sintomáticas da ansiedade de desempenho, a qual se associa com outros temores mais gerais (indicativos do sentimento de inadequação e desamparo no mundo). Assim, temos o medo de retaliação por parte daquele de quem se discorda; o medo de ser criticada por se fazer algo errado; o medo de dizer não; o medo de colocar as próprias necessidades clara e diretamente, sem manipulação. Estes são os tipos de temores que afetam as mulheres em particular, pois fomos criadas de modo a acreditar que cuidar de nós mesmas e afirmarmo-nos é não-feminino. Desejamos intensamente ser atraentes para os homens: não-ameaçadoras, doces, femininas. Tal desejo tolhe a alegria e a produtividade com as quais poderíamos estar dirigindo nossas vidas. Isso para mim faz total sentido!O medo, irracional e caprichoso, um medo sem qualquer relação com capacidades ou mesmo com a realidade, é epidêmico entre algumas mulheres de hoje. Medo de ser independente (que poderia implicar em acabarmos sozinhas e desamparadas); medo de ser dependentes (que poderia implicar em sermos engolidas por algum outro dominador); medo de ser competente e boa no que faz (que poderia implicar em termos que continuar a ser boa no que fazemos); medo de ser incompetente (que poderia implicar em termos que continuar a sentir-nos inúteis, deprimidas e inferiores). É característico da personalidade dependente ignorar os sinais de problemas, examiná-los o mínimo possível, aguentá-los. 'Quem sabe um dia tudo mudará', Cinderela pensava, varrendo as cinzas do borralho. Segundo a autora, o comodismo é tudo, menos sinal de dignidade. É uma perda de tempo. Em última análise ela o coloca como uma fuga do destino. As mulheres precisam fazer mais por si mesmas.No reverso da moeda estão as mulheres contrafóbicas que têm dificuldades em se relacionarem positivamente com homens por causa da imperiosa necessidade de se sentirem superiores, de estarem com o controle nas mãos. Seus homens ficam aturdidos, sentindo-se estranhamente culpados sem saber o que fizeram de errado. O erro foi acreditar na imagem de auto-confiança projetada por mulheres que são basicamente dominadas pelo medo. Se levadas a sério, essas mulheres nunca chegarão a encostar-se em seus homens, o que secretamente é, na verdade, o que sempre desejaram. Prevalece um sistema de duplas mensagens onde elas agem de maneira audaciosa, impudente e independente, mascarando seus sentimentos básicos de insegurança e desamparo. Os homens não compreendem que foram enganados por uma falsa fachada de auto-suficiência.Os psicólogos afirmam que a estrutura independente é montada antes da criança atingir os seis anos de idade. Alguns deles creem agora que as meninas são incapacitadas de dar a virada crucial em seu desenvolvimento emocional precisamente porque seu trajeto lhes é demasiadamente facilitado, pois são superprotegidas, exageradamente ajudadas, e ensinadas no sentido de que tudo o que tem a fazer para manter a continuidade da ajuda é serem boas. Acontece que os comportamentos reforçados nas meninas não são reforçados nos meninos. Muito do que se considera bom em meninas é considerado extremamente repulsivo em meninos. Timidez e fragilidade, ser 'bem comportada' e quieta, depender dos outros para obter auxílio e apoio são coisas julgadas naturais e até desejáveis nas meninas. Os meninos, em contrapartida, são ativamente desencorajados e apresentam formas dependentes de relacionamento.Fusão é o termo empregado na literatura da psicologia de casais para descrever um relacionamento no qual um ou os dois parceiros, temerosos da realidade da solidão, renunciam à identidade individual em favor de uma 'identidade amalgamada'. O desejo de se fundir simbioticamente com outro tem suas origens na infância e no profundo desejo de se reincorporar à mãe. Em casamentos onde a fusão persiste ano após ano, marido e mulher estão firmemente fixados num nível de desenvolvimento psicologicamente infantil. O correlativo desta fantasia, obviamente, é que os homens farão as vezes de pais: fortes, inabaláveis, dispostos e capazes de proteger e prestar socorro. Segundo o mito familiar, às mulheres cabe o papel de criar e educar; no entanto, esse mito não leva em conta o outro lado do quadro concreto: as mulheres buscam nos homens o mesmo tipo de proteção, apoio e encorajamento que os filhos esperam dos pais. Após o matrimônio, a decepção visita as mulheres; seus maridos, descobrem elas, estão longe de ser os super-homens imaginados durante o namoro. Os homens são tão vulneráveis como qualquer pessoa e, na tentativa de alcançarem a realização pessoal, tem que se debater com as próprias inseguranças. Segundo a autora, a mulher que devota toda a vida a manter o marido de pé e os filhos protegidos não é uma santa, mas uma covarde. Em lugar de experimentar os terrores de ser só, de ter que encontrar e assegurar as próprias amarras, ela permanece encostada no outro às custas de adversidades inacreditáveis. Se ela realmente é boa nisso, nem chega a aparentar que sofre muito. Externamente o mecanismo que utilizam pode parecer que dá certo; no fundo, contudo, elas não são felizes. Sentem um enorme vazio pela falta de significado em suas vidas. Seu único referencial de competência associa-se à capacidade de controlar, de conseguirem o que desejam através da dependência.Os homens são combativos. Eles podem gerar sua própria fonte específica de ansiedade ao darem passos maiores que os permitidos por suas capacidades inatas, mas ao menos chegam ao meio do caminho. As mulheres se retraem. Reduzem as suas possibilidades, almejando bem menos do que lhes permite seu nível inato de desempenho. A cada dia me convenço mais que seguir o caminho da menos combatividade não dá segurança nenhuma. Isso é mera ilusão. O trabalho, especialmente se concebido como instrumento do próprio desenvolvimento pessoal e não apenas como meio de ajudar a pagar as contas, é uma forma de separar-se ou individualizar-se. A mulher que se liberta tem mobilidade emocional. Ela é capaz de mover-se em direção das coisas que lhe são gratificantes, e distanciar-se das que não o são. Ela também é livre para ser bem-sucedida: para estabelecer objetivos e agir de modo a atingi-los sem temer o fracasso. Sua autoconfiança deriva de uma avaliação realista de suas limitações e capacidade. É exatamente o que mantenho em autoconstrução. Da leitura é isso. De resto troquei minha frase do MSN por: 'Estou com o destino todo na palma da minha mão! E sei imensamente o quanto serei cada vez mais feliz e realizada! Ainda bem que do alto tenho proteção, e do baixo toda a inveja desviada! Quem mexe comigo, mexe com uma multidão...' É isso. Um super abraço cheio de luz a todos e até outra hora...
iDOWLING, Colette. Complexo de Cinderela. Trad.: Amarylis Eugênia F. Miazzi. São Paulo: Melhoramentos, 1982.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

De olho no tarô...


Logo no começo do dia “Alra” trocou sua frase do MSN por: “Cada um tem os 'amigos' e familiares que merece pela lei do merecimento, da atração e afinidade. Eu mesma percebo que algumas pessoas passaram pela minha vida só para fazerem eu exercitar o perdão e para darem-me a chance de aprender a colocar o amor no lugar da mágoa”. Sua frase do Orkut também foi mudada para: “Não sei se encontrei minha máxima utilidade, mas continuo (embora de outra forma) na função ativa de ajudar a humanidade a sofrer de forma menos drástica”. Depois de fazer sua ginástica, ela tomou um banho caprichado de arruda, folha de cravo da índia, guiné e sal grosso. Tudo para si parecia tranquilo e bem. Após almoçar ela seguiu para a rotina do trabalho que, por mais cansativa que fosse, estava sendo do seu agrado e aceitação. Não era um agrado de bom grado, mas um agrado tolerável. Eis o que ela comentou enquanto retornava com sua mãe (a qual estava mantendo o hábito de ir buscá-la por ser muito preocupada e não gostar que a filha andasse sozinha à noite): “Hoje a coordenadora do faturamento foi dizer-me que se eu não estiver gostando do PABX que poderei passar para a recepção do ambulatório. Tem momento que acho muito tedioso aquele PABX, mas atender o público é opção mil vezes pior (creio que inclusive descartada) para mim. Prefiro falar e escutar reclamações pelo telefone a ter que tratar pessoalmente, e antes ficar sentada seis horas 'sozinha' numa sala de 1,5m x 2,0m do que ficar sentada na frente de um computador vendo o alvoroço de gente querendo isso e aquilo. O PABX tem suas dificuldades, pois nem tudo eu consigo resolver, responder, transferir ou ligar, muito menos na hora imediata. Por momentos é tranquilo, depois fica insuportável.
Como sou desconfiada pensei em três hipóteses sobre a fala da coordenadora: 1. Pode ter alguém interessado de pegar meu lugar; 2. Talvez não estejam gostando de mim no PABX e querem indiretamente oferecer-me outro serviço; ou 3. Ela fez o comentário apenas por fazer. Por vezes eu preciso crer que tal trabalho é apenas temporário para conseguir não aborrecer-me com ele. Para suportá-lo nos dias de início de semana, que são os piores, já cheguei a pedir para 'Ameth' me prometer que tal encargo realmente seria momentâneo, como se fosse um meio de alcançar outra finalidade não revelada nesse momento. Claro que 'Ameth' não me deu resposta do assunto, mas bem que poderia ser (e talvez até seja) uma possibilidade. Não pretendo me demitir e nem quero ser demitida, mas não me importaria se isso acontecesse, pois na integra estou custando a me acostumar a essa rotina cansativa e, ademais, esse trabalho não é nada interessante. Não estou reclamando, apenas enfatizo que talvez preferisse estar na minha vida de antes, ou melhor, na vida idealizada de esposa, dona de casa e futura mãe. 'Pajib' me colocou em tal lugar (eu fiz o concurso, mas sem desejo ou pretensão de passar), destinou-me a tal atividade e cumprirei Sua vontade enquanto Ele permitir e fizer a minha vontade caminhar com a Dele, ou enquanto Ele me der forças e paciência suficiente para aguentar essa rotina exaustiva. Tenho rezado muito para não sentir-me esgotada fisicamente, pois se de um lado meu corpo está exaurido, por outro lado minha alma está cheia de amor para jorrar como uma luz que clareia a longa distância. Não sei por qual motivo, mas me sinto imensamente ligada a todos daquele local. O contato é estritamente profissional e mínimo, tanto da minha parte quando dos outros para comigo, mas sinto por cada um algo que nem sei explicar. Eu quero muito bem aos meus 'companheiros' de trabalho e sinto-me enternecida mesmo sem ter noção se gostam ou não de mim, se sou ou não bem quiista no local. Enfim, faço o que posso, nem sempre disposta a dar o meu melhor, mas buscando no mínimo cumprir com o meu dever de ser solidária às necessidades do próximo. Estou tendo pouco tempo de descanso e meu organismo está sentindo falta de umas horas amais de sono, deve ser isso...”
Ao final do dia, “Alra” abriu as cartas de tarô para si. Estas diziam que um homem ligado ao seu lado espiritual continuava próximo de aparecer ou cruzar nos seus caminhos. Esse homem parecia pendente de ser encontrado desde o mês de maio, conforme revelações anteriores. Por que tamanho atraso ou postergação? Por que o tarô tanto apresentava um homem que “Alra” não sabia quem poderia ser? Tais dúvidas continuaram intactas. Havia superação ligada a figura materna (diabo, namorado, carro, imperador, lua, papisa e imperatriz). Seria preciso estrutura emocional, simplicidade e senso de tolerância para “Alra” superar as necessidades e mudanças ocasionadas pelo destino. Existia muita libertação e auto-conquista por trás dos fatos (força, julgamento, temperança, roda da fortuna, morte, estrela e eremita). O que tinha para acontecer (visto em outras consultas anteriores) se realizara. Haveria ainda mais felicidade e prosperidade ligada ao seu trabalho, pois ele seria uma boa fonte de aprendizados e conscientização da vida, mesmo que fosse monótono e aparentemente limitado. Ele abriria-lhe caminhos diferentes e sua regência era mantida por forças superiores e proteção divina. Fases mais promissoras viriam (sol, mundo, mago, papa, enforcado, louco e justiça).
O comprometimento pessoal com a felicidade e com as próprias realizações estava muito firme, e as cartas indicavam que assim deveria continuar sendo para seu próprio bem (diabo, força e sol na posição central). “Alra” adentrara numa nova fase de vida e aos poucos teria velhas dúvidas esclarecidas (namorado, julgamento e mundo na esquerda). Com paciência as conquistas desejadas surgiriam e se fariam visíveis (carro, temperança e mago na direita). Um homem mais velho ligado a outro mais novo se fariam presentes e próximos de “Alra” conforme já verificado em leituras anteriores (imperador, roda da fortuna e papa na posição superior). Haveria um novo despertar do lado religioso ou das atividades espirituais (lua, morte e enforcado na posição inferior). Boas notícias ou chance de algo novo surgiria para “Graúda” (papisa, estrela e louco na extrema direita). “Alra” permaneceria introspectiva buscando sua realização moral e pessoal de vida (imperatriz, eremita e justiça na posição inferior direita). Sem mais, essa foi a mensagem do oráculo para finalizar mais um dia da vida de “Alra”.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Importante: Na liderança...

Olá para todos...

“Nunca pensei que fosse ser líder de alguma coisa nessa vida, mas aconteceu e estou na liderança. Eis a hierarquia de poder da minha equipe:
'Pérolla', 'Miguel', 'Carlotinha', 'Ameth', 'Alra', 'Ágape', 'Virgínia', 'Eugênia', 'Maori Orima II', 'Ane', 'Mateus' e 'Gardênia'.
Por vezes a competição me faz mudar momentaneamente essa ordem. Sou flexível e pacífica para suportar o insuportável, mas briga eu dificilmente aguento ou permito, prefiro compreender, aceitar as opiniões divergentes e propor acordo para não validar uma discussão. 'Raombra' não entra na classificação, ela é uma espécie de influenciadora/assistente semi-oculta. Por enquanto assim estou eu com minha equipe...”

terça-feira, 6 de julho de 2010

Raombra...


“Olá para todos! Meu tempo anda passando mais do que ligeiro. Por bênção divina, minha tosse deu uma ligeira melhorada. Fiz um xarope de abacaxi com rapadura (parece doce em calda), misturei com vinho tinto, hortelã e mel. Beberico de vez em quando. Sobre minha nova rotina, estou tendo uma normal dificuldade de acordar cedo, pois isso não me faz ter mais sono na hora que vou dormir, pelo contrário, à noite eu estou super desperta enquanto passo a manhã toda com sono e uma sensação de canseira. Até o corpo pegar o ritmo vai ser complicado. Com relação ao emprego está tudo bem, pois acredito que, quando as coisas mais difíceis nos acontecem (não que seja difícil, mas também não o deixa de ser), é porque já estamos fortes o bastante para olhar de frente e encarar a situação acessando novos patamares que nos permitem enxergar além. Por momentos, quando reafirmo para mim mesma que estou trabalhando e que estou ativa no meio social-profissional, arrepio-me toda, inclusive na cabeça. Estar trabalhando em si já me parece um tanto milagroso, mas estar gostando da função exercida é sem dúvida algo miraculoso e indescritível de tão fantástico. A proposta veio tão rápida que não tive tempo de concatenar o antes e depois, mas sei claramente o quanto empenhei-me na busca de minha própria segurança e percebo com nitidez que tudo o que vivo ocorre-me no tempo certo, pois hoje sou muito diferente da pessoa insegura e de baixa-estima que era na infância e adolescência (algo constante até cerca dos vinte anos e ocasional depois disso), àquela que se via como incapaz de tudo, destinada sempre ao pior.
Eu precisei adquirir maturidade interior unicamente comigo mesma. Eu entendi que precisava me auto-preencher de estabilidade emocional ao invés de buscar isso em algo externo como uma carreira, uma formação, um relacionamento, etc. Eu desenvolvi a confiança plena que unicamente eu poderia me dar, a qual deveria anteceder os fatos comprobatórios. Eu aprendi a ser otimista e serena independente dos desejos pessoais ou das necessidades supostamente sentidas. Em verdade eu quis e lutei por isso a vida toda, mas só depois de começar a analisar meus sonhos noturnos que percebi a grande verdade sobre o amadurecimento humano: o psiquismo não modifica da noite para o dia apenas por nos empenharmos nisso. Ele tem seu tempo gradual de desenvolvimento. É preciso ter muita paciência para aguardar o tempo certo de nosso próprio crescimento pessoal. Muitas vezes temos um monte de conhecimento que não sabemos transformar em sabedoria, ou seja, não conseguimos colocar em prática e ficamos a indagar o porquê da nossa incapacidade. O mundo todo parece consegui-lo e nossa luta na desvantagem apenas nos corrói por dentro. Pois é preciso entender que cada indivíduo tem o seu tempo exato de desabrochar em cada aspecto de seu próprio ser espiritual evolutivo. Agir é primordial, mas confiar e aguardar é sumamente importante. Seria pretensão sentir-me vitoriosa de mim mesma, mas ao menos posso sentir-me uma boa guerreira. E minha luta pessoal travada comigo mesma ainda irá muito longe...
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Voltando a relatar sobre meu dia, depois de despertar-me com custo, fui dar minha habitual corrida no parque.
Enquanto distraía a cabeça exercitando-me, ocorreu a ideia importante de definir minha personalidade negativa. Vou dar a ela o nome de 'Raombra', sendo uma união de rato com sombra, já que minha sombra apareceu nos sonhos na simbologia de rato. Pois bem, 'Raombra' é uma pessoa egoísta, avarenta, arrogante, ciumenta, que gosta de ludibriar, trapacear, criar confusões e sair como a maior. Aos poucos vou descrevendo mais sobre ela conforme for desvendando-a nos sonhos ou nos meus momentos críticos.
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Foi pensando 'contra' ela que troquei minha frase do Orkut e MSN por: 'Posso parecer uma tola, mas não vou subir nas nuvens e deixar minha moral atolada na lama'. Por hora dei meu recado. Que a paz esteja com todos!”