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quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

PRIMEIRA PARTE - Capítulo 1 – Morte misteriosa

Pedro estava caído torto no chão da sala com uma poça de sangue. Os habitantes da redondeza, curiosos, começavam a tumultuar o local mesmo tendo que se manter encolhidos sob o guarda chuva. Queriam saber o que acabara de ocorrer, cuja resposta ninguém tinha para dar. Marta, sua namorada, chorava aos prantos quase perdendo o próprio fôlego, não podia acreditar na cena trágica que encontrara ao entrar em casa após voltar do seu curso de pintura. Estavam morando juntos há um ano e meio e justo quando tudo ia tão bem, Pedro é encontrado morto com um tiro nas costas. Todos estavam indignados e os vizinhos não sabiam de nada.
Sobre todo o ocorrido uma turbulência de barulho, fofoca e comentários dos mais diversos. Algumas pessoas que mantinham laços de amizade e moravam mais próximas do casal choravam chocadas com tal ocorrido que poderia ser chamado de verdadeira tragédia para os moradores daquele bairro tão simples e calmo.
A chuva ainda caia forte quando outro carro da polícia chegou no local com sua sirene barulhenta. Um policial de feições ainda jovens desceu do carro já dando ordens para que todos se afastassem:
___ Iremos isolar a área, podem ir para suas casas que a polícia se encarregará do caso.
Em instantes as pessoas foram se retirando ainda cheias de dúvidas e comentários. Marta tomara um calmante e sentada perto de sua mais próxima vizinha e amiga Ilda, tentava lembrar da última vez que estivera com Pedro no dia anterior, ele estava normal como sempre fora. Como se estivesse petrificada, Marta acompanhou com os olhos o policial cercando a área com uma fita plástica. Tudo aquilo parecia um pesadelo.
___ Sou o policial Vítor Hílton da décima oitava delegacia regional de crimes e assassinatos – disse um dos policiais mostrando seu documento. – A perícia irá investigar sua casa e preciso que venha comigo.
___ Para onde? – perguntou Marta com voz ainda tremula.
___ A senhora tem que dar seu depoimento, não irá demorar muito.
___ Tudo bem.
___ Quer que eu vá com você? – perguntou Ilda gentilmente.
Marta balbuciou entre lagrimas dizendo que não precisava e abraçou a amiga.
___ Tudo vai se resolver bem – consolou-lhe Ilda.
Acompanhando o policial, Marta entrou na viatura se retirando do local. Dentre instantes estavam na delegacia. Vítor acompanhou-a até uma sala e fez sinal no corredor ao escrivão.
___ Vou buscar um copo de água, está trêmula até agora – disse outro policial que acabara de entrar na sala.
___ Sente-se – ofereceu Vítor apontando para a cadeira confortável a dois passos de distância.
Marta sentou e bebeu num gole o copo d’água.
___ Realmente sentimos muito pelo ocorrido – iniciou Vítor. – Sabemos que é escritora e tem uma pequena fama espalhada por aí, inclusive já li dois de seus livros e gostei muito, bem, mas isso não vem ao caso. Vou lhe fazer algumas perguntas e necessito que responda tentando lembrar de todos os detalhes possíveis. Nosso escrivão Aurélio estará anotando o que for dito, certo?
Marta respondeu movimentando a cabeça.
___ Primeiramente preciso que me conte como foi que conheceu Pedro, se ele tinha algum inimigo e...
Enquanto Marta respondia o depoimento, os peritos investigavam sua casa analisando o corpo, os objetos, móveis e tirando fotos.
Durante o enterro Marta pediu para que todos se reunissem numa corrente de oração e em seguida um dos visinhos mais próximos cantou um canto de entoada tristeza em busca de um consolo aos que observavam o caixão ser carregado. Cada um refletia por aquele momento o quanto cada minuto de vida é precioso e o quanto às relações afetivas são importantes quando verdadeiras.
Pedro era uma pessoa que se dava bem com todos e apesar dos problemas e conflitos internos, que é normal na rotina de todos os seres humanos, ele aparentava ser bem disposto e alegre, principalmente depois de ter conhecido Marta. Os dois pareciam ser uma união perfeita e cheia de planos para o futuro, o que justificava a atitude de todos em estarem pesarosos com o ocorrido.
Marta embora envolvida pelo gesto de carinho de muitos, se sentia desamparada e sem consolo como se o mundo estivesse desabando sobre seu ser. Já sofrera tanto e pela segunda vez perdia um grande amor e um companheiro pelo qual pretendia viver o resto de sua vida. Estava ressentida com sua própria vida e naquele momento queria estar sendo enterrada também. Sentia que suas forças estavam por acabar e o pranto tomava conta não só de sua face como de toda sua alma.
Seu cansaço emocional e físico lhe deixou durante aqueles dias com uma aparência de tristeza irrevogável, descontrolada por um desespero sem igual. Seu coração precipitado e sem controle, batia forte e descompassado entre soluços como se fosse explodir a qualquer instante.
Novamente Marta estava sozinha, na solidão de seu mundo frente aos livros que escrevia e que sempre lhe fora tudo na vida. Queria adquirir força diante os problemas e ser alguém forte, porém quanto mais tentava, mais os acontecimentos lhe espremiam contra os espinhos.
Durante muitos dias permaneceu acordada durante a noite pensando em Pedro e relembrando os últimos dias vividos, perguntando a si mesma e a cada segundo o que pudera ter ocorrido. Olhava para o céu numa lastima profunda e não conseguia encontrar consolo na imagem de nenhuma estrela que lhe brilhava refletindo o brilho de suas próprias lágrimas de sofrimento.
Acima de qualquer coisa se sentia extremamente magoada com a vida de desilusões e desavenças pela qual tinha de suportar mesmo fazendo o possível e o impossível para ser feliz e viver bem, ter paz e tranqüilidade.
Iria lhe ser muito difícil acostumar novamente a viver sozinha, embora antes, até gostasse do seu canto sem nada para a incomodar. Sentia seu mundo destruído, ao mesmo tempo percebendo que as horas continuavam a marcar os números do relógio. Tinha a nítida certeza de que o mundo não iria parar diante de seu sofrimento e que sua tristeza não iria ir embora em pouco tempo. Profundamente magoada passou por momentos de crise como nunca houvera tido. Precisava de forças para provar para si e aos outros que era capaz de vencer e que um dia, por mais que esse demorasse, conseguiria alcançar uma felicidade mais duradoura. No fundo ela acreditava nisso, mas quanto mais buscava o seu sonho, mais difícil ele ficava e por mais que lutasse, mais distante ele lhe era.
Marta era uma pessoa esforçada e batalhava sempre exigindo de si a perfeição em todos os seus atos, inclusive se cobrando muito mais do que realmente tinha capacidades. Quando os resultados não vinham da maneira esperada ou desejada, tinha verdadeira vontade de sumir e esquecer do mundo, de sua própria existência, porém iniciava novamente sua garra interior buscando fazer com que os erros e aborrecimentos passados se transformassem em experiências duradouras e necessárias ao seu dia-a-dia.
A morte parecia persegui-la por todos os caminhos levando sempre aqueles aos quais ela se apaixonava e imaginava fielmente de constituir uma nova família.
À medida que os dias passavam, Marta buscava brincar com sua própria tristeza assim como um adulto consola uma criança que perdeu seu brinquedo. Nunca valorizamos algo tão forte como quando perdemos o que nos envolve e está ao nosso redor, seja momentos da vida, pessoas, animais ou qualquer outra coisa que nos enlace por um sentimento profundo.
Em alguns dias os dois laudos técnicos detalhados ficaram prontos, um acusando que Pedro fora assassinado, embora não tivessem nenhuma pista do assassino e o outro constando suicídio.
___ O caso ainda não está desvendado, ficaram muitas dúvidas que a polícia não conseguiu encontrar respostas – comentou uma policial ao mostrar os laudos para Marta. – Pedro foi encontrado baleado na sala assim que você chegou, pelo seu depoimento ficou claro que ele não mantinha nenhum envolvimento com pessoas as quais pudessem assassina-lo, também sabemos da calma e tranqüilidade dos moradores do bairro, seria difícil acreditar que fosse alguém da redondeza, porém, tem um detalhe que nos encabulou.
___ Que detalhe Dona Maira? – perguntou Marta imediatamente.
___ A pessoa que entrou tinha uma cópia da chave, certamente não pode ser um estranho qualquer, até porque não constatamos nenhum roubo.
___ Quer dizer que o motivo seria vingança ou algo assim? – perguntou Marta temerosa.
___ Sobre isso não temos a mínima idéia, o motivo é totalmente desconhecido.
___ Mas o vidro da porta estava quebrado – argumentou Marta.
___ Aquele quebrado foi somente para disfarçar.
___ Como assim?
___ Pelo tamanho do quebrado não dava para a mão chegar na chave que estava dependurada na fechadura do lado de dentro da porta. Tem outra coisa, os cacos do lado de dentro estavam intactos o que seria impossível pois ao abrir a porta eles iriam se esparramar ou serem pisados. A porta dos fundos estava trancada do lado de dentro também e o único sinal que havia era as pegadas de barro já que estava chovendo, porém da parte dos fundos não concluímos nada. O assassino tinha a chave, entrou, atirou em Pedro e ao ir embora fechou a porta e para disfarçar quebrou o vidro.
___ E quanto ao segundo laudo?
___ O caso ainda estava duvidoso – continuou a policial. - Foi feito um segundo exame onde revistamos a casa mais detalhadamente, inclusive os móveis e para complicar tudo encontramos uma arma dentro da gaveta da estante.
Marta olhou espantada.
___ Ele estava morto perto da estante, tínhamos a impressão que ele se arrastara até o telefone que inclusive estava caído sobre ele. No segundo laudo temos provas para concluir que foi um suicídio pois na arma só continha as digitais de Pedro e a bala que o atingira era exatamente do mesmo calibre do revolver.
___ Mas isso é inacreditável, que motivos o levariam a isso? – perguntou Marta boquiaberta.
___ Se você que era namorada dele não sabe, eu muito menos – respondeu simpaticamente a policial.
___ E como isso teria acontecido?
___ Pedro supostamente abriu a porta da frente quebrando o vidro em seguida, depois foi até a porta dos fundos, entrou trancando-a e deixando algumas pegadas e rastros do seu próprio sapato no chão. Decidido a se suicidar pegou no revolver e atirou nas costas na distancia de quase dois metros da estante, para não morrer com a arma na mão a última coisa que fez foi guarda-la na gaveta, imediatamente caiu e com isso derrubou o telefone. Isso explica o fato da bala ter atravessado suas costelas indo parar do outro lado no peito e conseqüentemente à posição que ele caiu. Somente não pudemos concluir o caso dizendo que ele se suicidou pois é inexplicável essa questão de após se atirar ter conseguido ir até a estante, poderia ficar consciente por mais algum tempo mas jamais conseguiria andar ou se mover tendo afetado tal parte das costelas. Encerramos o caso praticamente sem concluirmos nada, continuamos na dúvida sobre o que aconteceu naquele dia.
Assim ficou, sem ter outras explicações e sem comprovação se foi assassinato ou suicídio, a polícia encerrou as buscas e investigações dando o caso por encerrado.
Marta ainda profundamente desconsolada pelo ocorrido, resolveu se mudar para outra cidade.

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Introdução

O que você faria se apaixonasse por uma pessoa que leva o nome de psicopata e tem crimes de extorsão, seqüestro e assassinato? Como você ajudaria a paixão da sua vida ao descobrir que ela se tornou prostituta? Esse é o atraente enredo deste livro que lhe envolve numa história cheia de suspense, aventura e romance. Um mundo onde os sentimentos são os mistérios da vida, que aos poucos guardamos do nosso dia-a-dia e que por incrível que pareça, pode nos levar a atitudes que jamais imaginaríamos de tê-las. Assim, descubra os dramas da vida de dois corações que se contemplam a varias encarnações e veja como só o amor é capaz de unir o que o destino separou.

Boa leitura!

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Considerações iniciais

Por todos os caminhos que havemos de percorrer,
Carregaremos o poder,
Das nossas mentes e corações,
Que na vida de tentações,
São movidos entre razão e sentimentos,
Num embalo de minutos e momentos.

O mistério que se pronuncia,
No estandarte do pensamento,
Faz o vento soprar na consciência,
E refletir nos olhos,
O medo do sofrimento.

Num passado sem consolação,
Cheio da magia dos romances,
E de pura provação,
Brilha novas chances,
Num ponto de muita luz,
É futuro marcado de relances,
No encontro que o acaso produz

Observação geral

Criei este blog para publicar uma série de quatro livros que escrevi chamados Escrevendo a propria vida. Provavelmente, se os fosse escrever na atualidade, muitos trechos seriam modificados, mas como eles marcam um contexto especifico de minha criatividade e vivência passada, resolvi nao alterar nenhuma palavra já escrita. Devo aqui esclarecer que todos os dados descritos não possuem nenhuma conotação com fatos verídicos ou reais, mesmo que estes possam se parecer com personagens históricos do passado. Qualquer semelhança é mera coincidência.
Toda a historia é de criação pessoal e não baseada em fatos vivenciados, portanto, não possui nenhuma ligação intima com minha vida ou nem mesmo sequer com meu passado, seja desta ou de outras encarnações.
Evidencio que muito do que foi escrito se baseia no contexto histórico de eras passadas, das quais descrevi conforme meus gostos e da maneira como melhor pude retratar.
Deixo explicito que qualquer tipo de informação mais técnica ou especifica é meramente suposta e não de analise pesquisada. Este, bem como os demais livros de minha autoria, contém apenas escritas baseadas na minha própria presunção dos temas, tempos vividos e na invenção que pude criar em minha mente, concluindo assim que nenhuns de seus dados devem ser analisados como válido para outro fim qualquer que não seja a leitura da própria obra.
Os fatos reais do cotidiano apenas ocorrem quando idealizados anteriormente de alguma forma pelo ser humano. É imaginando que vivencio o inexistente e o faço ser parte de todos os instantes de minha vida. É crendo em mim mesma que supero os obstáculos do dia-a-dia e construo meus planos futuros, visando sempre em primeiro plano a minha evolução e a daqueles que me rodeiam. Construo a minha vida pelos alicerces da fé e pela busca incessante de saber sofrer com resignação, tentando achar os materiais básicos para a formação de uma fortaleza sólida a qual chamo de personalidade. Nela mora a honra, ética e o caráter de qualquer ser humano.
Ainda na minha total imperfeição, procuro fazer algo além de simplesmente existir no mundo. Por mais difícil que sejam os aprendizados pessoais de cada ser humano, para mim não resta nenhuma duvida de que são eles que nos elevam. Portanto, é exatamente deles que necessitamos para dar sempre um passo adiante de forma positiva.
E para distrair a mente nessa longa jornada da vida, derramo sobre o papel o meu lado criativo e imaginário que leva minha mente a mergulhar num mundo completamente mágico e totalmente distinto da realidade pela qual vivencio.