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domingo, 23 de maio de 2010

Um dia diferente...


“Olá para os que acompanham esse blog ou cairam aqui de paraquedas virtual! Hoje acordei resmoendo a raiva de ontem e a vontade de ficar mal, melancólica, desanimada, prostrada e com péssimo humor. Mas meu amadurecimento me cobra uma postura oposta e, por mais que eu queira 'vingar-me' do mundo ficando 'azeda', isso me parece difícil. Se fosse noutros tempos eu caçaria briga em tudo dentro de casa para descontar minha ira, mas agora eu não consigo. Como posso querer brigar por conta de um sentimento infantil e tolo? É horrível ser preterido, mas sofrer por causa disso é um capricho de quem não é maduro o suficiente para perceber que ninguém tem a obrigação de preferi-lo ou mima-lo. Só os caprichosos e mimados ficam cheios de carência querendo colo e atenção, pois pessoas maduras são auto-suficientes. Por certo estou superando, desvencilhando e deixando para trás o teco de personalidade narcisista que possuía, bem como o desejo edípico infantil. Para que entendam melhor eu vou explicar: narcisista é o sujeito apaixonado por si cujo 'eu-ideal' é o sustentáculo imaginário do sujeito na posição de objeto do amor do outro. Freud chamou de narcisismo o estado de libido auto-dirigida. Já o complexo de Édipo, na sua forma simples, retrata o indivíduo que toma o progenitor do sexo oposto como objeto de seus desejos eróticos e apresenta hostilidade e rivalidade em relação ao progenitor do mesmo sexo. A rivalidade em relação aos irmãos também é característica desse complexo. O próprio Freud reconheceu esta situação ao definir que o amor dos pais tão comovedor e tão infantil, nada mais é senão o narcisismo dos mesmos renascido e transformado em amor objetal que, inequivocamente, revela sua natureza anterior. É um assunto complexo que prefiro não destrinchar.
Deixando o estado sentimental de lado, fui com mamãe a casa de 'Belalú', mas não nos demoramos muito. No meio da conversa ela comentou que houvera ido dançar no Fazendão e mamãe ficou com vontade de ir lá. Eu nunca houvera ido em tal lugar, pois certa vez mamãe fora com minha tia 'Florymel' e achara o lugar muito lotado. Entretanto, por acaso do destino, depois de almoçarmos, mamãe e eu decidimos de ir até lá. Saímos de casa as três horas da tarde. Fomos andando e na ida passamos pelo shopping que já inaugurou uma das partes de sua ampliação. Mesmo ainda não estando tudo pronto, já dá para notar a diferença: até parece um daqueles enormes shoppings de São Paulo. Embora deteste shopping cheio de gente como geralmente fica nos finais de semana, achei legal passar por lá para conferir o progresso do empreendimento. Continuamos a caminhada até o Fazendão (que fica perto do Terminal Central de ônibus) e então pude conhecer o tão falado e popular local. Não dancei tanto quanto gostaria, mas o recinto pareceu razoavelmente agradável e deu para eu me divertir um pouco. Senti saudades da época em que ia ao Sintonia dançar com minha madrinha 'Air', da época em que o 'Jopi' me levava para os bailes e até mesmo da época em que aprendia dança de salão com minha mãe na academia aqui perto de casa. Voltamos de ônibus e chegamos por volta das nove horas da noite. Não havia nenhum homem interessante por lá, a não ser aqueles acompanhados que não cheguei a conhecer. Foi uma tarde diferente e inusitada que, de certa forma, foi decidido repentinamente. Essas são as novidades. Um abraço para todos e até breve”.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Rindo do passado...

Olá para todos! Hoje acordei cedo para ir com mamãe a chácara e enquanto tricotava, colhia mexericas e abacates, repensei na minha vida de tímida. Hoje tenho certeza de que deixei de ser tímida, embora continue sendo introvertida e goste de ser assim. É bastante comum as pessoas confundirem a timidez com a introversão, mas as pessoas introvertidas não são necessariamente tímidas. Eu já fui as duas coisas e explico a diferença: pessoas introvertidas possuem habilidade de conversação e auto-estima necessárias para terem êxito na interação com outras pessoas, mas simplesmente optam por ficar sozinhas, já que na encontram na solidão um refúgio da própria ansiosidade e das autocríticas que carregam quando estão em companhia das outras pessoas. Já os tímidos, além da ansiedade sobre o desempenho e o medo do julgamento alheio, o que causa inibição, ainda existe algo pior: os pensamentos derrotistas gerados pela baixa-estima, o que não ocorre nos introvertidos que são desinibidos e seguros de si.
Segundo o ponto de vista da teoria etológica, ciência que estuda a origem do comportamento de pessoas e de animais, apesar de todo o constrangimento que causa, a timidez deve ter tido alguma função positiva para a evolução da humanidade, caso contrário, não teria resistido como um traço da personalidade. Alguns etólogos associam a timidez ao instinto de lutar ou fugir dos nossos primeiros ancestrais tendo sido assim a cautela necessária frente ao perigo eminente. A timidez nas mulheres era um atrativo para os homens, pois transparecia a imagem de fidelidade, recato e pureza. Mas, voltando a falar de mim, enquanto uma ex-tímida, posso dar risada do meu passado. Olhar para o quanto sofri não é engraçado, mas olhar para as atitudes bobas sim, é tão ridículo que mal dá para acreditar. Vou citar algumas dessas tímidas atitudes:
1. Comer maça escondida dentro do banheiro da escola (fazia isso ainda na época de faculdade). Houve uma vez, quando criança, que minha maça caiu da lancheira dentro da sala de aula e, quando a professora viu e perguntou de quem era, fiquei bem quietinha e depois jurei que não era minha.
2. Ficar com calor por vergonha de tirar a blusa de frio na vista de outras pessoas. Eu sempre voltava suando da escola com esse problema, mas só tirava a blusa de frio depois de estar sozinha no meu quarto. Também passava frio quando não via outras pessoas na rua usando agasalho.
3. Jamais tirava a roupa na frente de qualquer pessoa, nem mesmo perto da minha mãe. Ir em costureira para tirar medida e experimentar a roupa era considerado um horror! No banheiro, fosse para tomar banho ou fazer as necessidades, só depois de trancar a porta.
4. Usar tênis furado ou ir a escola de chinelo para não demonstrar que tinha poder aquisitivo maior do que os demais. Fazia isso apenas por estudar em escola pública.
5. Fingir não ver uma pessoa para não ter que cumprimentá-la. Muitas vezes fiz isso mesmo sabendo que a outra pessoa ia me ver como mal educada.
6. Inventar várias justificativas tentando escolher qual seria mais viável quando tinha de dizer não ou recusar algo para alguém.
7. Ter de atravessar na faixa de pedestres pensando que todos os motoristas estariam me olhando e que o farol abriria antes de eu terminar de passar. Eu sempre deixava para atravessar a rua atrás dos carros (e ás vezes ainda faço isso).
8. Deixar o ônibus passar por vergonha de fazer sinal para ele parar. Até na adolescência eu ainda detestava quando minha mãe corria para pegar um ônibus e eu tinha de fazer o mesmo.
9. Correr num local público de caminhada tipo o Parque do Sabiá ou numa esteira de academia, só se estivesse acompanhada de outra pessoa conhecida que fosse correr do meu lado. Superei isso pois deixei de ter companhia e a vontade de correr foi maior. Hoje em dia ficou o inverso: fico envergonhada se tiver de correr acompanhada e prefiro fazê-lo sozinha.
10. Inventar explicações para o fato de estar tímida como se o sintoma fosse apenas momentâneo.
11. Não conseguir desvencilhar das pessoas e ter sempre que esperar o final da atividade para sair do local (independente de qual fosse), pois assim saia junto de todos sem ser notada.
12. Ficar duas horas escutando uma operadora de telemarketing falar pelo telefone por não ter coragem de dizer de cara que não está interessada no produto ofertado. Que desgastante!
13. Ficar olhando fixo para algo ao longe ou ficar mexendo na cutícula dos dedos da mão como se estivesse muito pensativa a fim de disfarçar o constrangimento.
14. Ao contrário de muitas pessoas que se escondem atrás de um óculos de sol, eu não usava-o por pura vergonha e andava longas distancias sentindo o sol incomodar-me com sua claridade. Óculos de grau então, nem pensar, preferia muito mais ver tudo embaçado. Demorei para superar isso.
Bem, acho que já escrevi o suficiente para vocês darem boas risadas do meu passado, pois é isso o que eu faço. Ao menos as dificuldades de outrora me servem como pitadas de humor atualmente. Um grande abraço para todos e até qualquer outra hora...

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Preciso de mais humildade para comigo mesma...

“Olá! Hoje fui levar uns sapatinhos ao enxoval das mães carentes do centro espírita, o mesmo no qual faço a campanha do quilo. Sempre que tenho de me interagir com alguém, por menor que seja essa interação, preciso tomar super cuidado para não ficar melancólica, pois revivo a dureza do passado dilemático que variava entre duas péssimas alternativas: tentar mudar e ser diferente ou me aceitar do jeito que era. Quando usava do esquecimento como forma de aceitação, logo voltava a ficar bem (e ainda uso essa tática), mas se tentava mudar-me, aí entrava numa paranoia angustiante ao extremo. Neste momento não quero esquecer e nem mudar, quero apenas retomar pela milésima vez a tática de enfrentamento. Minha constante sensação perto de qualquer outra pessoa é sentir-me desconfortável. Mesmo quando estou perto dos outro prestando um favor, ainda assim não consigo deixar de ter minha natural e indesejável sensação de mal estar. Sempre me julguei uma tímida por ficar automaticamente constrangida, pois esse sempre foi o meu jeito mais natural possível perto de qualquer pessoa, seja conhecida ou não. Por vezes eu me sinto completamente sem graça por imaginar que não estou conseguindo disfarçar a minha irritante sensação de estar sem graça. Daí eu disfarço dos outros aquilo que, em verdade, quero disfarçar para mim mesma. Ainda por cima me sinto culpada, já que o disfarce é uma postura enganosa e errada. Como auto-transparecer que não estou sem graça? Definitivamente é impossível querer convencer os outros daquilo que não convencemos nem a nós mesmos. Daí me pergunto: Por que não consigo assumir que estou sem graça achando isso natural, já que é algo tão instintivo, espontâneo e autônomo no meu comportamento? Preciso relaxar, parar com esse autopoliciamento crítico. É difícil, faz anos que tento, mas não vou desanimar, e até acho que estou quase conseguindo.


O pior da timidez é a tristeza causada mediante:

1. A incapacidade de se relacionar com o mundo dos contatos humanos;

2. A dificuldade de ser uma pessoa decidida, de atitude; e

3. A inveja sentida dos extrovertidos, os despudorados, os corajosos que falam e fazem até o que não deveriam.

Já sofri muito desse mal que atualmente não deixo ser maior do que eu. Confesso que nunca deixei de sentir o tal constrangimento que faz os contatos humanos serem praticamente insuportáveis, mas já superei a melancolia da época em que era tímida e, dependendo do meu querer, suporto qualquer contato humano (ainda que não consiga gostar dos mesmos). Os terapeutas dizem que as pessoas tímidas tem distorção cognitiva, ou seja, uma visão errada de si mesmo. Isso leva a pessoa a autocensura, a baixa-estima, a rigidez de julgamento, ao medo de errar, ao alto compromisso de êxito e a dificuldade de assimilar derrotas, fracassos e frustrações. Tudo isso impede o tímido e imaturo afetivamente de experimentar o mundo, as emoções, as relações sociais, profissionais e os novos e diferentes desafios e estímulos que a vida nos traz.
Sei que esse comando autônomo de personalidade afetiva e social recatada, reservada e introvertida provêm da própria maneira com a qual me vejo e me sinto diante dos outros. De todo modo, se não consigo deixar de sentir-me constrangida, de ser recatada, reservada e introvertida, quero conseguir sentir e ser tudo isso sem achar que estou sendo errada, sem ficar pensando que sou pior do que os outros por conta disso. Chega de auto-massacre! Fico pouco ou muito sem graça, mas e daí, que mal tem eu estar constrangida e os outros perceberem o meu desconforto? Desde que eu não fique melancólica, triste ou deprimida, não há mal algum em ser recatada, reservada e introvertida, assim como não é crime ficar constrangida perto dos outros.

Ser assim obviamente pode diminuir minhas relações sociais e afetivas, mas ao menos estarei de bem comigo mesma. Uma vez que, ainda possuidora da tal distorção cognitiva, eu não me sinto bem com os outros e isso faz eu não gostar dos contatos humanos, é fácil entender porque não sinto falta dos mesmos e prefiro estar sempre sozinha no meu canto. Aceitar o que não conseguimos mudar é difícil, mas pela prática sei que é possível e, aliás, é o primeiro passo para a mudança, a qual não funciona de modo impositivo, apenas pelo querer, mas sim gradualmente conforme o amadurecer geral de nosso ser psíquico e emocional.


Sou uma pessoa reservada e introvertida que também é desinibida e segura. Agora me resta ser isso com auto-estima e parar de ser tão severa comigo mesma na busca implacável de auto-perfeição. Não existe um manual de instruções ou de regras para viver e evoluir, portanto, preciso parar de me regular demais. Preciso deixar de ser tão racional. O querer humano parece um feitiço que vira contra o feiticeiro. Nossa ansiedade nos afasta do que almejamos. Quando não conseguimos deixar de querer algo, é preciso querer o que não queremos para conseguir exito em nossos desejos. Preciso deixar de querer ser perfeita ou então querer ser imperfeita para conseguir ser uma pessoa normal, natural, em paz com o meu jeito autônomo de ser. Se já me faltava humildade para conseguir expor-me com meus defeitos, agora percebo que também preciso de humildade para conseguir ser imperfeita e aceitar isso sem melindres. Em suma, minha tática de enfrentamento será ser humilde perante minha própria imperfeição e me permitir sentir, sem pudor, a sensação de constrangimento que sempre tenho quando estou perto das pessoas.
É isso, até breve e obrigada por ler minhas longas reflexões”.

(E-mail enviado para uma amiga)

O que acontece com os tímidos...

Muitas vezes a timidez é definida como ficar automaticamente constrangido, ou seja, o jeito mais natural possível do tímido é completamente sem graça. Será que esse comando autônomo de personalidade afetiva ou/e social recatado, reservado e introvertido provêm da própria maneira do indivíduo se ver e se sentir perto dos outros?

DISTORÇÃO DA AUTO-ESTIMA DO TÍMIDO
A timidez está associada ao erro de visão de si mesmo, o que os terapeutas chamam de distorção cognitiva. É o erro de conhecer e reconhecer a si e aos outros. Aí, a autocensura, a baixa-estima, a rigidez de julgamento, o medo de errar, o alto compromisso de êxito e a dificuldade de assimilar derrotas, fracassos e frustrações... Tudo isso impede o tímido e imaturo afetivamente de experimentar o mundo, as emoções, as relações sociais, profissionais e os novos e diferentes desafios e estímulos que a vida nos traz.

NO ESPELHO PLANO & NO ESPELHO DE CIRCO (côncavo ou convexo)
Os outros vêem o tímido assim:
· Olha que rapaz bonito!
· Que menino inteligente!
· Sujeito interessante...
· Rapaz culto.
· Moço competente.
· Esse vai longe...
Esta é a imagem fidedigna.

Como o tímido se vê:
· Sou horroroso.
· Sou mais burro.
· Sou muito sem sal, sem graça.
· Não sei nada.
· Os outros são melhores.
· Nunca vou ter nada na vida.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Aprendendo a ser feliz...


Adorei a cena da novela das oito quando a personagem Luciana (Alinne Moraes), de olhos fechados, se imagina e se sente correndo com uma roupa vermelha longa e esvoaçante pelo jardim de Monet em Paris, enquanto está apenas sentada numa cadeira de rodas. Estando paraplégica ela demonstra como é viver tendo de superar todos os dias a sua limitação e dependência. Mas tal cena me fez ter a nítida certeza de que ninguém é livre da necessidade de se auto-superar em alguma coisa, mesmo que seja na aceitação daquilo que não é possível mudar ou voltar atrás. Podemos nos sentir revoltados perante nossas deficiências, as quais podem ser físicas, mentais, espirituais ou até mesmo emocionais. Podemos ficar tristes ou irados pela realidade difícil e diferente das demais pessoas que, geralmente parecem estar melhores que nós. Parece que o único remédio é não desistir de viver e, principalmente, de ser feliz. Tudo pode se tornar problemático e servir como motivo de reclamação quando não aprendemos que a mágica da vida feliz está exatamente em aceitar o que mais temos dificuldades de aceitar: o imutável. Conviver com o imutável perante uma vida tão mutável parece um contra-senso, mas nos ensina a arte da paciência, da resignação, da humildade, da tolerância para consigo mesmo, da compreensão para com todas as deficiências, imperfeições e limitações humanas. Em grau máximo nos mostra claramente que não somos donos do mundo, mesmo que sejamos parte inteligente da criação. Nem sempre nossos sofrimentos é uma reação de um mal causado, pois pode simplesmente ser uma prova de que estamos aprendendo literalmente a não nos limitarmos perante nossas limitações. Por mais limitações que uma pessoa possa ter, ela só terá limites para ser feliz se criar regras para tal e validá-las se fazendo infeliz. O dom da aceitação e contemplação da vida como ela é nos faz leves e deixa o caminhar regado de infinitas alegrias a serem colhidas no dia-a-dia. Aprendi isso aceitando a minha timidez e conquistando minha segurança desinibida, a qual talvez nunca deixe de ser introvertida. Bem, é isso. Paz a todos e até outra hora!”