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sexta-feira, 21 de maio de 2010

Rindo do passado...

Olá para todos! Hoje acordei cedo para ir com mamãe a chácara e enquanto tricotava, colhia mexericas e abacates, repensei na minha vida de tímida. Hoje tenho certeza de que deixei de ser tímida, embora continue sendo introvertida e goste de ser assim. É bastante comum as pessoas confundirem a timidez com a introversão, mas as pessoas introvertidas não são necessariamente tímidas. Eu já fui as duas coisas e explico a diferença: pessoas introvertidas possuem habilidade de conversação e auto-estima necessárias para terem êxito na interação com outras pessoas, mas simplesmente optam por ficar sozinhas, já que na encontram na solidão um refúgio da própria ansiosidade e das autocríticas que carregam quando estão em companhia das outras pessoas. Já os tímidos, além da ansiedade sobre o desempenho e o medo do julgamento alheio, o que causa inibição, ainda existe algo pior: os pensamentos derrotistas gerados pela baixa-estima, o que não ocorre nos introvertidos que são desinibidos e seguros de si.
Segundo o ponto de vista da teoria etológica, ciência que estuda a origem do comportamento de pessoas e de animais, apesar de todo o constrangimento que causa, a timidez deve ter tido alguma função positiva para a evolução da humanidade, caso contrário, não teria resistido como um traço da personalidade. Alguns etólogos associam a timidez ao instinto de lutar ou fugir dos nossos primeiros ancestrais tendo sido assim a cautela necessária frente ao perigo eminente. A timidez nas mulheres era um atrativo para os homens, pois transparecia a imagem de fidelidade, recato e pureza. Mas, voltando a falar de mim, enquanto uma ex-tímida, posso dar risada do meu passado. Olhar para o quanto sofri não é engraçado, mas olhar para as atitudes bobas sim, é tão ridículo que mal dá para acreditar. Vou citar algumas dessas tímidas atitudes:
1. Comer maça escondida dentro do banheiro da escola (fazia isso ainda na época de faculdade). Houve uma vez, quando criança, que minha maça caiu da lancheira dentro da sala de aula e, quando a professora viu e perguntou de quem era, fiquei bem quietinha e depois jurei que não era minha.
2. Ficar com calor por vergonha de tirar a blusa de frio na vista de outras pessoas. Eu sempre voltava suando da escola com esse problema, mas só tirava a blusa de frio depois de estar sozinha no meu quarto. Também passava frio quando não via outras pessoas na rua usando agasalho.
3. Jamais tirava a roupa na frente de qualquer pessoa, nem mesmo perto da minha mãe. Ir em costureira para tirar medida e experimentar a roupa era considerado um horror! No banheiro, fosse para tomar banho ou fazer as necessidades, só depois de trancar a porta.
4. Usar tênis furado ou ir a escola de chinelo para não demonstrar que tinha poder aquisitivo maior do que os demais. Fazia isso apenas por estudar em escola pública.
5. Fingir não ver uma pessoa para não ter que cumprimentá-la. Muitas vezes fiz isso mesmo sabendo que a outra pessoa ia me ver como mal educada.
6. Inventar várias justificativas tentando escolher qual seria mais viável quando tinha de dizer não ou recusar algo para alguém.
7. Ter de atravessar na faixa de pedestres pensando que todos os motoristas estariam me olhando e que o farol abriria antes de eu terminar de passar. Eu sempre deixava para atravessar a rua atrás dos carros (e ás vezes ainda faço isso).
8. Deixar o ônibus passar por vergonha de fazer sinal para ele parar. Até na adolescência eu ainda detestava quando minha mãe corria para pegar um ônibus e eu tinha de fazer o mesmo.
9. Correr num local público de caminhada tipo o Parque do Sabiá ou numa esteira de academia, só se estivesse acompanhada de outra pessoa conhecida que fosse correr do meu lado. Superei isso pois deixei de ter companhia e a vontade de correr foi maior. Hoje em dia ficou o inverso: fico envergonhada se tiver de correr acompanhada e prefiro fazê-lo sozinha.
10. Inventar explicações para o fato de estar tímida como se o sintoma fosse apenas momentâneo.
11. Não conseguir desvencilhar das pessoas e ter sempre que esperar o final da atividade para sair do local (independente de qual fosse), pois assim saia junto de todos sem ser notada.
12. Ficar duas horas escutando uma operadora de telemarketing falar pelo telefone por não ter coragem de dizer de cara que não está interessada no produto ofertado. Que desgastante!
13. Ficar olhando fixo para algo ao longe ou ficar mexendo na cutícula dos dedos da mão como se estivesse muito pensativa a fim de disfarçar o constrangimento.
14. Ao contrário de muitas pessoas que se escondem atrás de um óculos de sol, eu não usava-o por pura vergonha e andava longas distancias sentindo o sol incomodar-me com sua claridade. Óculos de grau então, nem pensar, preferia muito mais ver tudo embaçado. Demorei para superar isso.
Bem, acho que já escrevi o suficiente para vocês darem boas risadas do meu passado, pois é isso o que eu faço. Ao menos as dificuldades de outrora me servem como pitadas de humor atualmente. Um grande abraço para todos e até qualquer outra hora...

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