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domingo, 22 de agosto de 2010

A hora do resgate...

Acabei de ler o libro A hora do resgate, o qual fala básicamente um pouco do que já resumi dos demais libros lidos de Trigueirinho. Vou enfatizar alguns dos pontos básicos que devemos buscar em nossa renovação: entrega, desapego, desidentificação com a forma, ausencia de ambição, ausencia de vaidade, inofensividade, ausencia de axploração, ausencia de agoísmo, repulsão de estimulos inferiores, disciplina e obediencia às Leis, ausencia de medos e de dúvidas e capacidade de silêncio. Devemos ultrapasar nossos limites pessoais. O que significa a vida humana diante da verdadeira existencia? A encarnação pode ser apenas mais uma dentro de todo o trajeto de nossa Mônada, ou pode trazer-nos a consciencia de que somos imortais. As forças involutivas que circulam na superficie da Terra ainda encontram campo de expressão nos nossos veículos materiais e somos, em muitos aspectos, escravos desses falsos senhores. Devemos nos preparar para seguir nosso camino como mônadas. Viemos ao mundo como individuos e foi durante nossa vida terrena que criamos vínculos com coisas, ideias e pessoas. Para o caminho cósmico não podemos levar nenhum desses laços materiais e supérfluos, pois nossa única e verdadeira ligação é com a fonte de toda a Vida. A mônada, a medida que se eleva, transfere a focalização de sua energía de um plano a outro de consciencia. Em cada nova etapa, o mesmo proceso de repete. Quando a mônada se desidentifica do plano no qual esteve polarizada, uma síntese a enriquece. Transporá assim, um a um, todos os planos, até que seja absorbida em um núcleo maior. No nivel monádico podemos estar em sintonía com a vibração de diferentes regencias estelares e galáticas que atuam em conjunto no proceso de redenção e liberação da Terra. O livro também explica sobre os seres como espelhos, os quais se abrem à participação consciente na vida interior, mas achei o tema um tanto complexo ao meu entendimento nesse momento. Aos pouquinho vou captando as informações que me cabem.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Auto-aceitação...

Somente uma pessoa que aceita a si mesmo como é, é capaz de aceitar o outro como ele também é. A auto-aceitação nos liberta do perfeccionismo, e aceitamos as nossas fraquezas e erros como parte do nosso aprendizado. Nem sempre nos aceitarmos e aceitar o outro como ele é, está implícito que o outro nos aceita como somos. Por isso não tem sentido para quem se aceita ficar reivindicando que o outro o aceite, porque entendemos que o processo sempre começa com a auto-aceitação. Assim não nos ofendemos e nem ficamos magoados se o outro não nos aceita. Completo a minha reflexão com uma mensagem de Hamed.

ACEITAÇÃO
Aceita a vida que Deus te deu.
Aceita-te como és.
Aceita teus familiares.
Aceita teus conflitos.
Aceita tuas decepções.
Aceita tua parentela.
Aceita tuas dificuldades financeiras.
Aceita tuas desilusões.
Aceita as ingratidões contra ti.
Aceita tudo e todos.
Aceita atos e atitudes e faze o melhor que puderes.
Aceitar não quer dizer aplaudir e fazer o mesmo, mas compreender que cada um de nós tem e faz o que pode, que cada indivíduo está num grau diferente de evolução. Portanto, aceita o próximo como ele é. Tu, porém, trabalha em favor de teu adiantamento espiritual e autoconhecimento. Portanto, aceita-te como és, aceita teu próximo e faze sempre o teu melhor.(Francisco do Espírito Santo Neto – Hammed)
"Você não pode estar só se gostar da pessoa com quem fica quando está sozinho."

terça-feira, 17 de agosto de 2010

O livro das emoções...

“Olá 'Pessoal do mundo todo'! Inicialmente confidencio que troquei a frase do Orkut e MSN por “...Vestimenta de caboclo é samambaia, é samambaia, é samambaia... Saia caboclo, não me atrapalha, saia do meio da samambaia...” conforme pedido de “Pérolla”. Em segundo tenho a contar que terminei a leitura do livro chamado O livro das emoçõesi. A autora define que emoção, antes de mais nada, significa energia em movimento. Portanto, não devemos perder de vista o fato de que sem emoção, nada avança. Na emoção destrutiva, sempre haverá uma lacuna entre o que parece e o que é. Pois quando nossas opiniões estão contaminadas por uma emoção negativa, temos uma imagem distorcida das coisas e das pessoas, e ficamos impedidos de equilibrar suas qualidades positivas e negativas. Achei fantástica a definição de que a vergonha é uma virtude que desperta a autoconsciência para reconhecermos o que é inadequado no caminho da evolução interior. No Ocidente, no entanto, a vergonha, em geral, ao invés de despertar, bloqueia a auto-percepção, pois é vivida como um sentimento opressor, permeada pela sensação de culpa, e de uma iminente punição. No entanto, a necessidade de superar a desagradável sensação de não estarmos à vontade conosco mesmos pode nos levar a buscar o autoconhecimento.
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A vergonha é sintoma da não-aceitação de uma auto-imagem. A vergonha é uma tentativa de não olhar para nossas fragilidades porque nos sentimos incapazes de lidar com elas. É a compaixão para consigo mesmo o único antídoto para vergonha. Na compaixão, eu tenho a possibilidade de me abraçar, me acolher, me fazer companhia. Eu não preciso me esconder de mim mesmo, nem tentar me auto-enganar, não preciso ficar na referência dessa censura introjetada que me acusa de ter cometido um erro irreparável. Só assim poderei também não me esconder dos outros, não me isolar ou me fechar, algo que ocorre pois projetamos nos outros a censura que já fazemos em nós mesmos, ou seja, tememos que os outros critiquem em nos aquilo que, em verdade, nós nos auto-criticamos. É a capacidade de nos auto-admirar que nos ajuda a encontrar inspiração e força para seguir adiante em nossas realizações. Por isso, é importante, continuamente, nutrirmos admiração por nossas próprias capacidades.
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Ao contrário do que se costuma pensar, sentimo-nos desconfortáveis não porque perdemos o suposto eixo individual, mas sim porque estamos excessivamente presos, agarrados a ele. Ficamos aprisionados a uma referência egoica que exerce um poder tirânico sobre nós: ela quer que sejamos perfeitos. As vezes, temos a síndrome da gota solitária no oceano. Nos sentimos sós, como se fôssemos os únicos a carregar o oceano inteiro nas costas. Nas profundezas do sentimento de solidão, há um sentimento latente de vergonha de si mesmo. Como, intuitivamente, sabemos que não estamos verdadeiramente sós, sentimos vergonha de nossa solidão, pois ela revela nossa ignorância. A vergonha aqui nos ajuda a reconhecer que alimentar um sentimento de abandono é inapropriado. Quanto mais nos identificarmos com a ideia de que somos sós, isto é, separados uns dos outros, mais alimentaremos ressentimentos e raiva por aqueles de quem sentimos necessidade de nos aproximar. Assim, surgirá um destrutivo círculo vicioso: sentiremos necessidade de estar perto daqueles de quem sentimos raiva por terem nos abandonado. Então, tentaremos agir como se fôssemos afetivamente auto-suficientes, e acabamos por nos tornar arrogantes.
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O livro explica que impressões kármicas são fatores composicionais, são as motivações que estão por trás de nossas ações, impulsionando-as, ou seja, são a base de nossos hábitos, sejam eles positivos ou negativos. As sementes kármicas plantadas em nosso contínuo mental irão se manifestar quando surgirem condições externas oportunas a elas. Isso nos leva a seguinte conclusão: percebemos aquilo que estamos condicionados a perceber e esperamos encontrar ,seja o prazer ou o desprazer, sempre nos mesmos lugares. É isso que restringe a nossa capacidade de percepção, nos impedindo de lidar com a multiplicidade do mundo, negando sua constante transformação. A maior parte do que consideramos nossa identidade são as sombras de hábitos passados e uma sobrecarga sensorial. Muito válido reafirmar a tese seguinte: o que imaginamos exerce um grande poder sobre nós. Para o nosso cérebro não existe diferença entre as imagens produzidas mentalmente e as imagens captadas pelos olhos. Podemos evocar imagens mentais que produzirão padrões neurais que irão influenciar os outros centros nervosos e modificar as nossas emoções. Apesar de olharmos para o mundo como uma realidade externa e independente de nós, são as imagens internas arquivadas em nossa mente que o interpretam. O mundo exterior é, portanto, um reflexo de nosso mundo interior. Neste sentido, são as imagens internas e a nossa auto-imagem que atraem e selecionam os eventos de nossa vida. A apreciação ocorre quando dedicamos tempo e atenção para homenagear nossa evolução interna como a causa de nossa verdadeira felicidade.
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Cada vez que desconfiamos de nossa capacidade de superar obstáculos, cultivamos um sentimento de covardia interior que bloqueia nossas emoções e nos paralisa. Enquanto tivermos resistência em rever nossos erros e aprender com eles, estaremos bloqueados. Desta forma, a vergonha, a preguiça e o orgulho serão expressões de auto-sabotagem, isto é, de nosso medo de mudar. Muitas vezes, o medo da mudança é maior do que a força para mudar. Por isso, nos auto-iludimos com soluções irreais. Para nos adaptarmos a uma situação que seria dolorosa, fazemos uma espécie de acordo: nos auto-iludimos. A auto-ilusão é um jogo da mente que busca uma solução imediata para um conflito, porém, que não represente uma mudança ameaçadora. Nós nos auto-iludimos quando não lidamos diretamente com nosso problema-raiz. Dificilmente percebemos que nos auto-sabotamos. Para superar o medo da mudança, é preciso sentir que somos capazes de assumir as novas responsabilidades que dela advêm.
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Podemos nos tornar um testemunho ativo de nossa confusão emocional aceitando as emoções sem contrariá-las. O segredo da purificação emocional está em sentir cada emoção sem rotulá-la como boa ou ruim. Assim, seremos capazes de deixar a emoção surgir e se dissipar por si mesma. Quando vivemos emoções profundas em solidão, descobrimos que podemos ser nutridos por elas. Quando superamos a necessidade de compartilhar nossa emoções, como forma de sermos reconhecidos por aqueles que nos rodeiam, aprendemos a evitar que nossa energia se escoe. Nunca senti necessidade de compartilhar nada, a não ser para preencher a vontade pessoal de registrar minha vida por escrito, algo não necessariamente compartilhado ou divulgado. Portanto, creio que não dispendo muita energia nesse sentido, até porque, não julgo que isso possa trazer qualquer tipo de reconhecimento. Ademais, se trouxesse, que benefício teria? O reconhecimento deve estar em mim e não nos outros: daí meu jeito reservado de ser.
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Uma coisa é atender as necessidades dos outros por amor a eles. Outra é atender as necessidades dos outros por necessidade de receber o reconhecimento deles. O problema surge quando o reconhecimento e a aprovação externa passam a ser mais importantes que o reconhecimento interno. É preciso desenvolver uma auto-estima que sabe valorizar seu próprio esforço. Para praticar a verdadeira generosidade, portanto, é preciso ter, em primeiro ligar, uma auto-estima fortalecida pelo próprio reconhecimento de suas potencialidades. Ter uma boa auto-estima é confiar em nossa capacidade de enfrentar os desafios básicos da vida. Quando a cultivamos, nos adaptamos às exigências que se apresentam. Nossa auto-estima baseia-se na capacidade de aceitar tanto nossos limites quanto nossas necessidades. Reconhecer nossos limites nos protege de autoagressões, expondo-nos a situações que estão além de nossas condições. Aceitar nossas necessidades ajuda-nos a identificar nossas prioridades. A autoestima é o julgamento que a pessoa faz de si mesma, indicando o quanto ela se acredita capaz, significativa, bem-sucedida e merecedora. Quando passamos a acolher nossa vulnerabilidade, nossa mente sossega, pois não precisamos mais escapar ou resistir. Podemos, então, aceitar a insegurança como parte inerente da existência e depositar confiança no fluxo da vida. Há momentos em que nos sentimos sós, pois podemos contar, de fato, apenas conosco. Então, podemos ter uma atitude de autocompaixão, propondo-nos a continuar nos amando apesar de sentirmos que não estamos sendo amados pelo outro. Ademais, dizer que a natureza das emoções é vazia não significa dizer que as emoções não existem ou que são estéreis, vazias de qualidade ou potencial. Mas sim que, por sua natureza impermanente, insatisfatória e desprovida de existência independente, elas podem ser totalmente eliminadas. A isso, o Budismo denomina Nirvana: o total alívio e cessação das aflições da mente, a verdadeira paz, um estado de êxtase e plena beatitude. Devemos ser pacientes com cada emoção, por pior que ela nos pareça, tendo consciência de que são passageiras.
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O livro fez-me pensar num ponto favorável sobre minha personalidade: antes ser introvertida do que inadequada. Compartilhar o silêncio com alguém é uma prática contínua de receber e dar incondicionalmente a energia vital que surge em cada um, a cada momento. Quando superamos a necessidade de conversar, podemos ficar ao lado de alguém em silêncio, saboreando um estado meditativo positivo e natural. A energia humana, quando trocada de maneira simples e genuína, é em si mesma curativa. Pessoalmente eu adoro isso! Nossas necessidades não são só mentais, temos necessidade de acessar também uma comunicação não-verbal. Quando o silêncio está presente de maneira harmônica, sentimo-nos em paz: finalmente está tudo bem. Não é preciso dizer mais nada, podemos apenas ser. Outro ponto fundamental: ter clareza sobre as virtudes e valores que queremos cultivar irá nos ajudar a definir nossa meta, pois é isso que norteia nossas escolhas e prioridades. São essas virtudes e valores que organizam nosso mundo interior, alimentam o significado de nossa vida e fortalecem o direcionamento que damos a ela.
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Os ensinamentos budistas enfatizam que devemos pensar sobre nossa morte pelo menos três vezes ao dia, pois refletir sobre a impermanência nos leva a dar menos importância aos prazeres imediatos e passageiros e a buscar com maior dedicação a vida espiritual. Quando nos ocupamos demais com a vida mundana, não criamos espaço para dedicar aos cuidados de nosso interior e desperdiçamos nosso tempo de vida. Quando uma coisa ruim acontece logo após outra, e as situações estão indo de mal a pior, podemos achar que estes são momentos de azar, mas, na realidade, eles expressam algo bem mais fundamental: a nossa própria impotência frente à realidade imediata. E, quando estamos impotentes, não temos saída senão aceitar as coisas como se dão. Essa é a grande sabedoria que as situações de sofrimento contínuo têm a nos ensinar. O que intensifica a dor de um sofrimento é o sentimento de indignação frente a ele, ou seja, é a nossa exasperação diante do sofrimento que faz com que ele aumente e tome conta de todo o nosso ser.
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Aquele que busca individuar-se não tem a mínima pretensão de tornar-se perfeito. Ele visa completar-se, o que é muito diferente. E para completar-se terá de aceitar o fardo de conviver conscientemente com tendências opostas, irreconciliáveis, inerentes à sua natureza, tragam estas as conotações de bem ou mal, sejam escuras ou claras. Aceitar que temos sentimentos paradoxais em relação a muitas situações da vida: queremos e não queremos, gostamos e não gostamos ao mesmo tempo, nos ajuda a fazer as pazes com nosso mundo interior. A percepção da dor emocional nos poupa de sentirmos mais dor. Mesmo que doa, é o ato de perceber a dor que faz com que ela se dissolva. É sadio sofrer, mas apenas o necessário, o natural. O que não é sadio é negar uma dor emocional ou senti-la sem querer aceitá-la. A questão está em não negar nossas emoções, pois são elas que nos apontam nossos limites e também nossa capacidade de enfrentar as situações. Portanto, não devemos reprimi-las, mas sim usá-las como um instrumento de autoconhecimento. Enquanto estivermos tendo dificuldade para lidar com a imperfeição, enquanto formos inflexíveis e controladores, sofreremos desnecessariamente. A maneira como lidamos com as situações imprevisíveis na vida indica nossa aptidão para a felicidade. É natural contarmos com certo grau de previsibilidade para nos sentirmos seguros, mas se não quisermos sofrer desnecessariamente precisamos aceitar o fato de que não podemos controlar os eventos. Aceitar isso implica em ter fé, pois ela nos garante que independente do que suceder, teremos forças e proteção suficiente para lidar com os fatos. A fé, segundo a psicologia Budista nos leva a mantes a mente num estado positivo. A fé é, portanto, o estado mental-raiz de todos os estados mentais virtuosos.
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A pessoa ou situação que nos irrita, na verdade, indica onde guardamos uma grande porção de energia reprimida: representa a nossa sombra, isto é, tudo que negamos em nós mesmos. Segundo a psicologia analítica, a sombra reprimida e relegada ao inconsciente torna-se um potencial de energia, a qual vem à tona sob a forma de projeção. É como encontrar um bode expiatório sobre o qual projetamos toda a culpa que não reconhecemos como nossa. Reconhecer nossa sombra é um grande passo para o amadurecimento emocional e espiritual. À medida que a sombra se faz mais consciente, recuperamos partes de nós mesmos previamente reprimidas. Ao nos apropriarmos de nossas partes desconhecidas, passamos a desenvolver autoconfiança e capacidade de autodomínio. Portanto, se aceitarmos a irritação como uma oportunidade de autoconhecimento, vamos observar o que nos irrita com uma nova disposição. Não nos sentiremos mais vítimas de nossa própria irritação, mas sim empenhados em saber mais sobre nós mesmos. A irritação se atenua conforme abandonamos o controle excessivo e voltamos a confiar no fluxo natural dos acontecimentos. Quando recuperamos a calma, não temos dificuldade em reconhecer que ficar irritados é tempo perdido. No entanto, temos que reconhecer que, quando somos tomados pela irritação, estamos nos sentindo carentes e desprotegidos como crianças pequenas quando estão desorientadas. Portanto, não precisamos reagir a irritação, apenas relaxar e admitir que tudo está ou vai ficar bem.
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Não ser reativo não é o mesmo que ser submisso ou passivo, muito menos ser capacho de egos afoitos. Não ser reativo é saber distanciar-se para contemplar o fluxo dos acontecimentos e, então, com nova visão, participar da realidade com calma e clareza. Quando estamos bem centrados em nosso eixo de paz interior, somos também capazes de perceber quando é hora de reagir, reconhecer o momento em que ser ativo é um ato de boa auto-estima e responsabilidade. Não devemos ser cúmplices de situações que consideramos desequilibradas, ilícitas ou falsas. Nossa auto-estima nos orienta a tomar decisões sobre quando devemos entrar, permanecer ou sair das situações. Ser realista com relação à nossa verdadeira situação é uma atitude saudável. Quando estamos irritados, somos como crianças com sono: ficamos extremamente vulneráveis, tudo nos perturba. A irritação nos torna vítimas fáceis das circunstâncias, o que nos faz sentir cada vez mais enfraquecidos e impotentes diante da vida. Portanto, o melhor é, literalmente, ir dormir e, quando estivermos descansados, reconsiderar então nossos julgamentos. Somente ao descansar é que o sistema nervoso poderá se recuperar e, assim, a irritação naturalmente pode desaparecer. Devemos aprender a não nos identificarmos com nossa irritação. Não precisamos nos tornar vítimas de nossa própria irritação. O fato de não querermos ficar nesta posição tão desvantajosa já desperta em nós a consciência necessária para fazer algo que nos ajude a sair deste estado negativo. Sair do sofrimento de uma frustração com sabedoria é ter a capacidade de analisar até quando é saudável tolerar uma situação frustrante para atingir um objetivo e quando é preciso parar de insistir e dar o salto, fazendo as mudanças necessárias. Aceitar a mudança é o antídoto da frustração.
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Frequentemente temos que nos deparar repetidas vezes com aquilo que tememos para reconhecer que já somos capazes de enfrentá-lo. Tradicionalmente, cada um dos oito grandes medos internos é comparado a uma determinada causa externa de medo. Sofrimento do apego é comparado com o confrontar de uma grande enchente ou imensas ondas do oceano; sofrimento da raiva é comparado com o confrontar de um incêndio; sofrimento da ignorância é comparado com o confrontar de um elefante furioso; sofrimento do ciúme é comparado com o confrontar de serpentes venenosas; sofrimento do orgulho é comparado com o confrontar de um leão; sofrimento da avareza é comparado com estar preso por correntes; sofrimento de visões errôneas é comparado com o confrontar de ladrões; e o sofrimento da dúvida é comparado com o confrontar de inimigos. Noventa por cento de nossos medos são hábitos e ideias preconcebidas. É preciso confiar no futuro para eliminar os medos e dissipar os sofrimentos.
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Quando não podemos mais nos apoiar no mundo exterior, contamos apenas com nosso eixo de segurança interna. Pode parecer traumático, mas é assim que livramos paradoxalmente do medo. Ademais, se quisermos nos liberar de todas as doenças físicas e mentais, é extremamente importante que nos desfaçamos de qualquer comiseração por nós mesmos. O Budismo Tântrico afirma que o núcleo de cada ser humano é divino e puro. Mas para tornar esta ideia parte integrante de nossa vida e não apenas uma mera intelectualização, precisamos aprender a meditar no orgulho divino.
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É preciso familiarizar-se com a morte positivamente. A consciência da morte nos ensina a desfrutar a vida com mais intensidade e, ao mesmo tempo, de maneira menos dramática. Se encararmos com naturalidade o fato de que somos mortais, valorizaremos muito mais cada momento da vida e teremos mais ímpeto para sermos espontâneos. Ser espontâneo é ter empatia por si mesmo: um sentimento genuíno de sentir prazer por gerar algo positivo em nosso interior. O costume da autocrítica, de nos depreciarmos, desencadeia a perda da espontaneidade. Toda doença começa com a perda da espontaneidade, pois, quando nos rejeitamos, paralisamos e cristalizamos algo dentro de nós que posteriormente irá se manifestar como uma doença crônica. A capacidade de nos sentirmos inteiros surge da habilidade de nos auto-acolher, sermos nossa própria companhia espiritual ao saber validar nossas necessidades e princípios. A validação se baseia numa forte autoconfiança e na confiança em nosso próprio sistema de valores. Isso significa que não temos de receber instruções de outras pessoas com relação aos valores, crenças e princípios que norteiam nossa vida. Em outras palavras, estamos confortáveis conosco mesmo. Se alguém pensa diferente, não nos sentimos ameaçados. Isso também significa que, se alguém se comporta de maneira diferente, não temos necessidade de mudar as crenças ou comportamentos para nos adequar aos outros. O segredo está em não evitar a nos mesmo. Para tanto, devemos começar por observar que opinião temos a respeito de nós mesmos. É essa opinião que temos que corrigir se ela estiver contaminada pelo hábito da autocrítica.
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O vazio que sentimos não pode ser preenchido por outra pessoa, embora a princípio nos sintamos completados pelo outro. Depois de um tempo, o vazio interior se intensifica, em geral forçando-nos a olharmos para dentro. Também é válido entender que chorar é permitir a intensificação de uma emoção. Sua função é despertar compaixão, compreensão e proteção. Aquele que costuma reprimir o choro perde a oportunidade de criar intimidade com a sua própria emoção. Ser testemunha de si mesmo gera confiança e autoconhecimento. Uma vez que expressamos nossos sentimentos, descobrimos que não só somos capazes de suportá-los, como também que podemos nos desapegar deles quando nos damos por satisfeitos. Ao chorar, aproximamo-nos de nossa dor e captamos melhor a mensagem que ela tem a nos passar. Enquanto evitarmos viver uma dor emocional, ela se transformará em vícios, comportamentos compulsivos, medos e manias que limitam nossa vida. Não adianta esperar que a dor passe com o tempo. O tempo atenua a dor, mas não a cura, pois a dor em si não purifica o sofrimento. Apenas a consciência do sofrimento é capaz de transformá-lo. Sofrer sem sabedoria é acumular mais confusão e dor. Por fim vale lembrar que a artificialidade dos relacionamentos gera a atitude de estar em guarda, que é oposta ao estado solto que surge quando vivenciamos uma aproximação sem receios. Quando nos sentimos próximos a alguém ou a uma situação, devemos relaxar. Portanto, nosso desafio para nos aproximarmos das pessoas, e nos sentirmos menos sós, é descobrir nossa capacidade de nos soltarmos: confiar em vez de nos defendermos, como costumamos fazer inconscientemente. Da leitura é isso. Muita luz a todos e até breve...”
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i CESAR, Bel. O livro das emoções: reflexões inspiradas na psicologia do budismo tibetano. São Paulo: Gaia, 2004.

sábado, 14 de agosto de 2010

Reestabelecida...

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“Olá! Lembram-se dos meus personagens arquetípicos, as minhas sub-personalidades? Pois então, tenho lidado com essa minha equipe interna. O relato de minha vida já não é o mesmo e, endossada na psicologia analítica, me divido especificando o que cada parte de mim realiza. Vejamos: logo cedo o dia começou com 'Alra' indo trabalhar. Faltavam cinco minutos para as sete horas e ela já estava chegando no trabalho quando deparou com uma cena estasiante: o sol subindo no horizonte era uma enorme bola alaranjada em meio a neblina branca do dia frio. Nunca ela via uma vista tão diferente combinando o clima gélido com a fonte de maior calor existente. Infelizmente ela não teve como passar mais tempo contemplando aquele cenário espetacular. De novidade, finalmente chegara seu usuário e senha para lidar com o programa de computador donde digitava os movimentos de atendimento do pronto socorro (até então ela estivera entrando com usuário de outros funcionários). Logicamente a manhã foi cansativa, mas estando mais acostumada ao serviço, nem achou-a tão chata como todas as já vivenciadas no setor do faturamento. Por outro lado, 'Gardênia' continuava sendo satisfeita dia ou outro em sua vontade de estar com o visual diferenciado: a maquiagem completa contava com base, redutor de olheiras, lápis, sombra, rímel, blush, batom e gloss. Sem muito costume o rosto parecia pesar um quilo amais, entretanto, a beleza visível no espelho fazia valer a pena o esforço de usar tanta coisa.
Depois do almoço 'Carlotinha' deu-me folga e pude dormir um pouco. Chego um tanto baqueada aos finais de semana e aproveito realmente para descansar. Na parte da tarde, 'Dayse' aceitou a solicitação de 'Pérolla' e trocou a frase do MSN e Orkut por: '...Ele é filho do sol, ele é neto da lua... Deu um clarão na encruzilhada e no clarão surgiu uma gargalhada. Não era o sol, não era a lua, o que brilhava era seu Tranca-Rua... Eu amei alguém, mas esse alguém já não ama ninguém. Eu amei o sol, eu amei a lua, na encruzilhada eu amei seu Tranca-Rua... O sino da igrejinha faz belem, blem, blom; Deu meia noite, o galo já cantou; Seu Tranca-Rua que é o dono da gira; Oi corre gira que Ogum mandou...' Já ao entardecer, enquanto fazia sua novena, 'Pérolla' levou-me a repensar no histórico da minha vida, nos meus desejos nobres, nas minhas ilusões, nos meus pensamentos negativos, mas cheios de esperança e fé. A vida toda eu nutri a necessidade suprema de fazer a caridade. Tentei de todas as formas, em tudo que foi instituição e religião, mas nunca me senti inteiramente preenchida ou satisfeita. Depois de tanto me esforçar, fiz como Pilatos e 'lavei as minhas mãos'. Lembro de quanto sofri cerca época, pois eu queria fazer o bem, mas meu perfil parecia não se encaixar com nada, eu era extremamente tímida e julgava vã a minha boa vontade. Cheguei a revoltar-me com 'Pajib' e experimentei uma dor dilacerante, creio que a maior de minha vida. Claro que essa revolta não durou muito tempo.
Como me via uma pessoa incapaz e necessitava de receber tudo na mão, me sentia extremamente devedora. Ainda hoje me sinto assim, pois meu senso de capacidade está só no começo do crescimento, mas não me sinto pressionada a sair por aí desesperada em busca de fazer a caridade. Também desejei desesperadamente um relacionamento estável e feliz. Era motivada pela vontade de viver o tradicionalismo arcaico de ser uma mulher esposa, dona de casa e mãe. Perdi a virgindade sem querer perder, mas não atribuo a culpa a ninguém além de mim. Sofri num relacionamento prejudicial por conta da minha carência, fragilidade e vulnerabilidade pessoal. Pensei que estava vivendo a vontade divina e esqueci que tinha livre-arbítrio, que tinha direito a dizer não. Precisei superar a sensação de abandono e solidão que eu mesma me proporcionaria ao rejeitar o primeiro homem que ousou me querer de modo insistente, tanto que, em pouco tempo, me fez sentir estar sendo usada. Tive que provar na prática o sabor da frase antes só do que mal acompanhada. Chorei por me sentir enganada, abalei por me sentir rejeitada noutras várias circunstâncias, mas sempre encontrei lições em cada fato, fosse bom ou ruim, pois em verdade tudo leva a uma finalidade maior. O sonho do príncipe encantado não aconteceu. Por outro lado, aquilo que eu realmente acreditava que nunca fosse acontecer, surgiu na minha vida como um milagre. Foi algo que não busquei e nem desejei, mas que aconteceu aos poucos, de forma sutil e inesperada ao mesmo tempo. Quando me dei conta, estava empregada. Ainda estou em período de experiência e nem sei até quando essa realidade, já não tão nova, vai durar, pois por vezes tenho a sensação de que isso é mágico demais para ser real. Não digo mágico no sentido de ver-me capaz de desempenhar algo profissional, mas pelo fato desse algo ter chegado na minha vida de forma não planejada ou buscada realmente com convicção de desejo.
Eu sempre fui entregue a vida e sabia que, por feliz ou triste que fossem os acontecimentos, ela só me traria o melhor. Nunca consegui desacreditar disso e essa sempre foi a única força que me sustentou ao longo dos anos. Busquei a sabedoria e ainda busco como o pulmão busca o ar. Embalada nessa ânsia esqueci de que o tempo governa o nosso amadurecimento muito mais do que a sabedoria. Existem coisas que só a vivência real pode nos garantir. Atualmente vivo o milagre do que nunca imaginei ser possível de ocorrer em minha vida: estar inserida no mercado de trabalho, me sentir satisfeita com isso e, principalmente, continuar tendo tempo para fazer as demais coisas pessoais que tanto me realizam (exercitar-me, ler, escrever, cuidar das plantas, etc). De certa forma estou vivendo o oposto de tudo o que sempre desejei e continuo carregando a mesma felicidade e plenitude emocional que me acompanha desde quando, há cerca de três anos atrás, resolvi que nada exterior poderia me fazer feliz e que eu assim deveria ser por força de vontade própria, ou seja, independente de qualquer coisa. Claro que essa felicidade é composta de alegrias e tristezas, pois os opostos se atraem e exercitar o equilíbrio é tarefa individual. Tive meus momentos de recaída, de fragilidade, mas venho me superando de maneira irreconhecível.
Minha confiança da vida não aumentou, apenas se solidificou. Não me julgo maior ou mais capaz que antes, apenas me vejo mais experiente. Não me sinto mais sábia, apenas mais madura. Não me vejo mais decidida, apenas mais ousada. Independente disso, acho que estou conseguindo a cada dia alcançar o mais fundamental sonho que sempre nutri: crescer espiritualmente. Busquei isso na religiosidade, na tentativa do amor conjugal, na vivência familiar. Não pensava que isso pudesse se estabelecer na vida profissional e nem creio que esteja ocorrendo, pois essa eu vivo apenas como um gigantesco desencargo de consciência. Entretanto, de uma forma inexplicável, sinto a vida fluir por forças maiores do que as minhas e isso me reconforta. Não estou vivendo o que de fato gostaria, mas de que vale meu gosto perante os desígnios da justiça e da bondade divina? Hoje entendo que as vontades humanas, mesmo as positivas e nobres, são puras ilusões. Entretanto, creio que nossas intenções não ficam desprovidas de valor. O difícil de perceber é que, geralmente, nosso belos esforços e desejos se realizam de uma maneira muito diferente da qual supomos ser a melhor para nós. Não posso medir meu crescimento espiritual, mas seria tolice minha negá-lo. O melhor de tudo isso é que venho conseguindo, entre idas e vindas, deixar para trás o capricho dos desejos. Ainda tenho milhares de anseios vibrando dentro de mim, mas solidifico a cada dia a crença do dito popular: 'o que é meu está guardado e eu não perco nada por esperar'. Eu tenho minhas vontades, mas não as desejo como antes. Estou conseguindo valorizar o que a vida justa e sabiamente me dá, ao invés de ficar empenhando, desejando ou buscando realizar meus caprichos. O que tiver de ser, para meu bem e para o bem de todos, assim será.
Estou fortalecendo meu ser para a vida independente. Quero ser capaz de lidar com a rejeição que gera solidão e que, por sua vez, gera carência. Quero ser capaz de respeitar a decisão alheia (de me desprezar), ter que ficar só e mesmo assim me sentir plena comigo mesma. Quero despojar de uma vez por todas (sem ficar apenas na promessa) as expectativas interiores que são verdadeiras armadilhas. Quero renunciar ao ego para encontrar meu verdadeiro Eu, sendo espontânea e verdadeira sempre. Enfim, quero apenas viver a tranquilidade, o prazer e a força de ser eu mesma, de fazer o que amo e de amar sem a mínima necessidade de ser amada. Quero sentir que posso me proteger, me manter, me defender, me auto-realizar, ser o que admiro, e respeitar o que sempre fui aceitando as minhas possibilidades e limitações. Estou aberta para a vida como sempre estive, tentando ter mais coragem, flexibilidade e autonomia do que antes. Não sei o que pode me acontecer, e isso nem me preocupa mais, pois aprendi que preocupação é falta de fé. Nessa vida somos testados, repreendidos, empurrados, confrontados, compensados, consolados, enfim, vivemos um pouco de tudo em prol de resgatarmos a nossa divindade interior. É preciso ser forte, responsável, ativo, humilde, resignado, confiante, enfim, é preciso estar vivo em todos os sentidos. Penso que vivemos para aprender a viver, pois não chegamos ao mundo com manual de instrução e nem adianta procurar por um ou achar que a vida dos outros vai nos servir de base e experiência. Estrou trilhando meu eterno aprendizado e nada garante meu progresso além das convicções de que a vida é responsável por mim e, independente de tudo, faz jus a lei divina de evolução.
Vou parar por aqui, pois acho que estou filosofando demais, não é mesmo? Um grande abraço, muita luz, saúde, paz e tudo de bom...”

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Segurança na maquiagem...


Depois de “Alra” retornar do trabalho, assumi o posto e atualizei com “Miguel” a ata da reunião ocorrida pouco antes, a qual ficou nomeada como: “Alra” aceita o pedido de “Gradênia” sobre usar maquiagem. Eis a conversa entre as duas:
“___ Maquiagem dá vida ao rosto – iniciou 'Gardênia'.
___ Mas me sinto estranha.
___ Falta de costume, é só acostumar.
___ Fico chamando a atenção, todos me olham.
___ Isso é ótimo, no fundo, apesar do medo e desconforto, sei que você gosta.
___ Não nego, mas não me sinto nada bem.
___ Deixa de besteira mental.
___ Não sou atriz nem modelo para usar isso.
___ E daí? Quem falou que só essa categoria de mulher ou de profissão pode usar maquiagem?
___ Sinto melhor estando simples, apagada.
___ Mas e eu? Até quando vou ter apenas que ceder por conta de sua temeridade, de sua infantilidade, da sua insegurança, da sua imaturidade, do seu recatamento, enfim, dos seus pensamentos tolos que geram sentimentos limitadores? O rosto é de cada um para fazer o que quiser e não estou pedindo uma maquiagem de perua. Deixa de ser cúmplice da 'Virgínia' ao menos um pouco, eu quero meu espaço!
___ Tudo bem, mas não todo dia.
___ Divisão igual, pode ser?
___ Já estou até usando blush, não estou? Você melhor do que ninguém sabe que nunca me interessei ou pensei de usar isso. Te peço para começarmos com calma.
___ Percebo sua boa disposição, mas quero isso com segurança. Confio no nosso acordo e na sua palavra.
___ Divisão não pré-determinada, aceita? Não vou esquecer de cumprir sua vontade e pode me cobrar se isso acontecer, certo?
___ Tudo bem, eu aceito – disse 'gardênia' apertando a mão de 'Alra' e dando-lhe um abraço em gesto de afetuoso acordo. - Depois de um tempo vai ser tão natural que você nem vai sentir nada estranho, nem vai lembrar que está maquiada e os outros nem te olharão tanto, pois se acostumarão também. É essa a segurança que desejo.
___ Mas não quero ser escrava disso.
___ É só não se sentir escrava. Independente de maquiagem, o importante é sentirmos bem. Com o tempo sentirá-se tranquila, pois não vou exigir hábito constante. Também sei valorizar a simplicidade e se lhe peço para usar maquiagem é apenas para realçar o visual um dia ou outro. Você não vai mudar sua personalidade ou sua moral interior apenas por estar usando pó no rosto, lápis no olho e brilho nos lábios, compreende? Vamos continuar sendo o que sempre fomos, mas com uma bom diferencial: um tom mais rosado nas bochechas, uma realçada no olhar e uma delineada na boca. Maquiagem não precisa ser sinônimo de vaidade e capricho, pode ser apenas uma diversão de quem carrega a arte e a criatividade na alma. Além do mais, a beleza está em você e não na maquiagem, portanto, creia, tenho certeza de que não correrá o risco de viciar ou ficar escrava do realce. Maquiagem lhe será apenas um acessório. Alguma vez se sentiu escrava de alguma bijuteria, sapato, bolsa ou algo assim? - Já sabendo da resposta negativa, 'Gardênia' continuou: - Pois com a maquiagem será a mesma coisa, garanto e responsabilizo-me pelo que digo.
___ Você me convenceu. Conto contigo para me dar força a fim de enfrentar o mundo de ombro erguido e face realçada. Qualquer coisa nos reunimos outra vez.
___ Certo. Estou aqui e pode contar comigo.
___ Obrigada.
___ Por nada e obrigada também.”
Sem mais, o dia assim encerrou-se.

domingo, 1 de agosto de 2010

De olho no tarô...

Resolvi abrir o tarô. Segundo o oráculo, há uma presença masculina ligada a uma mulher mais velha, que provavelmente deve ser minha mãe, (e realmente há um homem mais novo do que ela lhe atazanando a paciência). Segundo as cartas (e eu confirmo o fato), é uma situação desagradável, mas trazida por questões necessárias entre ambos e que ainda pode render história (papisa, louco, imperador, morte, justiça, enforcado e lua). Tudo indica que estou destravando por iniciativa própria os fatos do destino. Há vitória, senso ativo, perspicácia, introspecção e proteção. A caminhada se faz solitária, mas bastante positiva (imperatriz, carro, força, mago, papa, torre e eremita). Há muita prosperidade e alegria despertando fases vindouras de muitas esperanças, estabilidade e afeição (roda da fortuna, estrela, julgamento, sol, mundo, temperança e namorado). Eu e minha mãe estamos e passaremos por mais mudanças benéfica, lidando com os desígnios dos fatos inesperados (papisa, imperatriz e roda da fortuna na posição central). A caminhada se faz proveitosa e natural. As dificuldades maiores já passaram com a ousadia tida de destravar os caminhos (louco, carro e estrela na esquerda). Um homem exerce grande influência na minha vida presente e precisa de libertação (creio que a mesma acontecerá em breve). Pode se tratar de um homem qualquer, de um espírito desencarnado ou do meu lado animus (imperador, força e julgamento na esquerda). As mudanças ocorridas com relação ao lado profissional ainda me trarão grandes alegrias e prosperidade ocasionando novos fatos para serem vivenciados (morte, mago e sol na posição superior). Persiste um senso muito forte de retidão moral, o qual me faz ter proteção nas passagens de minhas fases. Mantenho meu domínio interior, o qual me confere plenitude e paz (justiça, papa e mundo na posição inferior). Um acontecimento complexo surgirá trazendo novas descobertas pessoais e exigirá muita cautela e paciência (enforcado, torre e temperança na extrema direita). O lado espiritual será trilhado entre a sabedoria solitária de Omolu e indecisão de Oxossi. Posterior a fase de estabilização do lado profissional, será momento de lidar com o desenvolvimento do meu lado religioso-mediúnico (lua, eremita e namorado na direita inferior).
Vale lembrar que entre leituras anteriores foi notada repetitivamente a presença de uma figura masculina ligada a uma mulher mais velha (como revisto hoje) e também a presença de um homem ligado a uma figura masculina mais velha. O oráculo confirma a presença de ambos e provavelmente são dois homens distintos. Primeiro perguntei se o homem ligado a figura feminina mais velha era um ser encarnado e a resposta foi sim. É um sujeito interesseiro, solitário, esperançoso e carente (mago, eremita, lua e estrela). Na pergunta sobre o segundo homem, o que é ligado a uma figura masculina mais velha, as cartas disseram também se tratar de um ser encarnado, ou seja, conforme o oráculo, nenhum dos dois homens se trata de possível obsessor ou companhia espiritual. Este último é um sujeito esperto (o que pode ser visto tanto num aspecto positivo quanto negativo), solitário, ativo tanto na vida material quanto sexual, altivo e que pode trazer ou proporcionar muitas alegrias em minha vida. O oráculo não esclarece por que motivo esse homem tanto aparece nas minhas consultas. Que eu saiba ele continua não existindo na vida real e aquela previsão de que ele apareceria por volta do mês de maio não aconteceu. Também vale dizer que desde muito há a ligação descrita no oráculo entre um homem (provavelmente deve se tratar deste mesmo) que terá ligação mais íntima comigo a partir ou através do lado religioso. Naturalmente existe influência espiritual de resgate ou mérito por trás de tudo isso. É difícil crer, mas deixarei os dias passarem para conferir o que pode ou não me suceder. Sem mais, meu dia nisso ficou.