Logo no começo do dia “Alra” trocou sua frase do MSN por: “Cada um tem os 'amigos' e familiares que merece pela lei do merecimento, da atração e afinidade. Eu mesma percebo que algumas pessoas passaram pela minha vida só para fazerem eu exercitar o perdão e para darem-me a chance de aprender a colocar o amor no lugar da mágoa”. Sua frase do Orkut também foi mudada para: “Não sei se encontrei minha máxima utilidade, mas continuo (embora de outra forma) na função ativa de ajudar a humanidade a sofrer de forma menos drástica”. Depois de fazer sua ginástica, ela tomou um banho caprichado de arruda, folha de cravo da índia, guiné e sal grosso. Tudo para si parecia tranquilo e bem. Após almoçar ela seguiu para a rotina do trabalho que, por mais cansativa que fosse, estava sendo do seu agrado e aceitação. Não era um agrado de bom grado, mas um agrado tolerável. Eis o que ela comentou enquanto retornava com sua mãe (a qual estava mantendo o hábito de ir buscá-la por ser muito preocupada e não gostar que a filha andasse sozinha à noite): “Hoje a coordenadora do faturamento foi dizer-me que se eu não estiver gostando do PABX que poderei passar para a recepção do ambulatório. Tem momento que acho muito tedioso aquele PABX, mas atender o público é opção mil vezes pior (creio que inclusive descartada) para mim. Prefiro falar e escutar reclamações pelo telefone a ter que tratar pessoalmente, e antes ficar sentada seis horas 'sozinha' numa sala de 1,5m x 2,0m do que ficar sentada na frente de um computador vendo o alvoroço de gente querendo isso e aquilo. O PABX tem suas dificuldades, pois nem tudo eu consigo resolver, responder, transferir ou ligar, muito menos na hora imediata. Por momentos é tranquilo, depois fica insuportável.
Como sou desconfiada pensei em três hipóteses sobre a fala da coordenadora: 1. Pode ter alguém interessado de pegar meu lugar; 2. Talvez não estejam gostando de mim no PABX e querem indiretamente oferecer-me outro serviço; ou 3. Ela fez o comentário apenas por fazer. Por vezes eu preciso crer que tal trabalho é apenas temporário para conseguir não aborrecer-me com ele. Para suportá-lo nos dias de início de semana, que são os piores, já cheguei a pedir para 'Ameth' me prometer que tal encargo realmente seria momentâneo, como se fosse um meio de alcançar outra finalidade não revelada nesse momento. Claro que 'Ameth' não me deu resposta do assunto, mas bem que poderia ser (e talvez até seja) uma possibilidade. Não pretendo me demitir e nem quero ser demitida, mas não me importaria se isso acontecesse, pois na integra estou custando a me acostumar a essa rotina cansativa e, ademais, esse trabalho não é nada interessante. Não estou reclamando, apenas enfatizo que talvez preferisse estar na minha vida de antes, ou melhor, na vida idealizada de esposa, dona de casa e futura mãe. 'Pajib' me colocou em tal lugar (eu fiz o concurso, mas sem desejo ou pretensão de passar), destinou-me a tal atividade e cumprirei Sua vontade enquanto Ele permitir e fizer a minha vontade caminhar com a Dele, ou enquanto Ele me der forças e paciência suficiente para aguentar essa rotina exaustiva. Tenho rezado muito para não sentir-me esgotada fisicamente, pois se de um lado meu corpo está exaurido, por outro lado minha alma está cheia de amor para jorrar como uma luz que clareia a longa distância. Não sei por qual motivo, mas me sinto imensamente ligada a todos daquele local. O contato é estritamente profissional e mínimo, tanto da minha parte quando dos outros para comigo, mas sinto por cada um algo que nem sei explicar. Eu quero muito bem aos meus 'companheiros' de trabalho e sinto-me enternecida mesmo sem ter noção se gostam ou não de mim, se sou ou não bem quiista no local. Enfim, faço o que posso, nem sempre disposta a dar o meu melhor, mas buscando no mínimo cumprir com o meu dever de ser solidária às necessidades do próximo. Estou tendo pouco tempo de descanso e meu organismo está sentindo falta de umas horas amais de sono, deve ser isso...”
Ao final do dia, “Alra” abriu as cartas de tarô para si. Estas diziam que um homem ligado ao seu lado espiritual continuava próximo de aparecer ou cruzar nos seus caminhos. Esse homem parecia pendente de ser encontrado desde o mês de maio, conforme revelações anteriores. Por que tamanho atraso ou postergação? Por que o tarô tanto apresentava um homem que “Alra” não sabia quem poderia ser? Tais dúvidas continuaram intactas. Havia superação ligada a figura materna (diabo, namorado, carro, imperador, lua, papisa e imperatriz). Seria preciso estrutura emocional, simplicidade e senso de tolerância para “Alra” superar as necessidades e mudanças ocasionadas pelo destino. Existia muita libertação e auto-conquista por trás dos fatos (força, julgamento, temperança, roda da fortuna, morte, estrela e eremita). O que tinha para acontecer (visto em outras consultas anteriores) se realizara. Haveria ainda mais felicidade e prosperidade ligada ao seu trabalho, pois ele seria uma boa fonte de aprendizados e conscientização da vida, mesmo que fosse monótono e aparentemente limitado. Ele abriria-lhe caminhos diferentes e sua regência era mantida por forças superiores e proteção divina. Fases mais promissoras viriam (sol, mundo, mago, papa, enforcado, louco e justiça).
O comprometimento pessoal com a felicidade e com as próprias realizações estava muito firme, e as cartas indicavam que assim deveria continuar sendo para seu próprio bem (diabo, força e sol na posição central). “Alra” adentrara numa nova fase de vida e aos poucos teria velhas dúvidas esclarecidas (namorado, julgamento e mundo na esquerda). Com paciência as conquistas desejadas surgiriam e se fariam visíveis (carro, temperança e mago na direita). Um homem mais velho ligado a outro mais novo se fariam presentes e próximos de “Alra” conforme já verificado em leituras anteriores (imperador, roda da fortuna e papa na posição superior). Haveria um novo despertar do lado religioso ou das atividades espirituais (lua, morte e enforcado na posição inferior). Boas notícias ou chance de algo novo surgiria para “Graúda” (papisa, estrela e louco na extrema direita). “Alra” permaneceria introspectiva buscando sua realização moral e pessoal de vida (imperatriz, eremita e justiça na posição inferior direita). Sem mais, essa foi a mensagem do oráculo para finalizar mais um dia da vida de “Alra”.
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