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domingo, 14 de agosto de 2011

Nossa vida nos sonhos...

Os sonhos são importantes pelo fato de que o subconsciente se desbloqueia de tudo aquilo que fica reprimido durante o dia. Somos mais livres no sonho exatamente por não exercer controle sobre ele, embora seja possível, numa etapa mais avançada de evolução, conduzi-los ao desfecho pretendido. Antes de adormecer podemos tencionar não só registrar os sonhos no cérebro físico como também abrir-nos a sua compreensão. Isso é conseguido com aspiração sincera e pura. Cada sonho é único de acordo com cada pessoa, daí ser inútil ater-se a significados pré-estabelecidos. Apenas nós mesmos temos acesso ao sentido verdadeiro de nossos sonhos. Além disso, os sonhos equilibram nossa vida consciente, seja influenciando o mundo interno, psicológico ou propriamente o subconsciente. Outro motivo de importância dos sonhos está no fato dele nos coligar com nossa supraconsciência, a parte mais elevada de nosso ser. Além do mais, os sonhos nos mostram que as barreiras e limitações são ilusórias, podendo ser ultrapassadas de acordo com a vibração energética. Isso sem falar nas mensagens que por vezes surgem marcando-nos profundamente, mensagens essas que podem ser divididas em uma série de sonhos. Acompanhar os sonhos deve ser como ler um livro e dar conexão entre os capítulos. Se interpretarmos um sonho simbólico em termos racionais, dificilmente chegaremos a alguma conclusão correta. Um símbolo é capaz de apresentar muitos sentidos. É preciso não se preocupar com a lógica. Devemos ficar imparciais para deixar que o símbolo se transforme num concentrado de energias a nos transformar por dentro. Basta nos relaxarmos no simbolismo para captar essa energia que vem da alma. Quando não entendemos um sonho, basta-nos apenas se posicionar diante dele. Quanto mais abstrato e incompreensível for o simbolismo visto ou sonhado, mais profundo o nível de onde proveio. Cada vez que o recordamos e que pensamos nele com gratidão e afeto, somos energizados e nos coligamos com a sua origem. Nossa essência está sendo representada pelo símbolo e, por isso, somos colocados em contato com ela, na proporção em que isso pode ser feito na atual fase da nossa evolução terrena, sempre que a mente se volta para essa representação. Não devemos forçar a recordação dos sonhos.
Existem três pontos aos quais geralmente estamos presos: a ilusão mental do tempo e espaço, a consciência de ser um ego pessoal e os condicionamentos sobre a sexualidade. Essas limitações, das quais não estamos livres nem durante a vida de vigília nem durante os sonhos, não existem no sono profundo. Desejos, seja desta vida ou de outras, também podem manifestar-se em sonhos ambientados ou não na vida atual. Os sonhos nos ajudam a libertarmos de nossas limitações, desejos circunscritos aos níveis humanos e leva-nos a aspiração superior, ao cumprimento da vontade da nossa alma. Qualquer sonho, seja de nível anímico ou dos níveis da personalidade, é de valor. A ansiedade e a expectativa diante dos sonhos bloqueiam-nos naturalmente. Quando não se relaxa o corpo emocional antes do inicio do sono, ele fica em contato com os corpos emocionais coligados ou, então, colhe sentimentos, impressões e sensações que experimentou durante o dia. Devido à sua capacidade de dramatizar, cria ele toda uma historia com o material colhido, historia essa que o cérebro registra e apresenta como se fosse um sonho autêntico. É preciso desligar o cérebro dos fatos ocorridos durante o dia. O desenrolar dos acontecimentos nos níveis internos durante o sono do corpo físico escapa do nosso controle, a não ser no caso de sonhos produzidos por desejos, o qual pode ser dirigido quando bem treinados.
A insônia pode ser (de modo geral) causada pelo medo das revelações que os sonhos podem nos trazer. É uma defesa infantil da personalidade. Se alguém já nasce com tendência para a insônia, é porque, em alguma encarnação anterior, não quis saber a verdade sobre si mesmo, por mais que esta procurasse revelar-se. A solução para a insônia é a decisão de aceitar a verdade, sem nenhum temor. Uma insônia esporádica, todavia, pode ser resolvida de maneira diferente: basta não insistirmos em dormir e procurar fazer algo prático e útil. Remédios para dormir podem agravar a situação, porque entorpecem o mecanismo cerebral. Quem tem dificuldade para dormir pode criar, com a força do pensamento, uma capa protetora na matéria sutil dos outros níveis, e assim afastar as influências externas durante o sono. Esse revestimento, construído com a imaginação, impede-as de penetrar na aura do próprio ser.
Tornando-nos espectadores de nós mesmos, conseguimos tomar certas atitudes em meio a um pesadelo e até invocar uma força superior. Esta, ao chegar ao plano astral (nível onde os pesadelos se dão), dissolve tudo de imediato. Pessoalmente já tive essa experiência diante de alguns pesadelos donde me colocava a rezar. O livro indica que podemos fazer o sinal da cruz como uma maneira de afastar-se de um pesadelo. Entretanto, o importante é eliminar da vida a tendência a possessividade, a agressividade e o egoísmo. Os sonhos mostram-nos que a vida da alma, a reencarnação e a atividade noturna (em corpos sutis) são reais. Acontecimentos maléficos nos sonhos podem ter resultados positivos para a vida humana, desde que haja discernimento. O lado direito nos sonhos revela algo positivo ou um sim, enquanto o esquerdo está associado às implicações negativas e responde com um não. Cada mente superior tem seu método de estabelecer contato com seu eu consciente. Quando a mensagem é incompreensível para a mente normal, significa que a compreensão ou a síntese aconteceram em outro nível. A identidade externa, o eu pessoal, é a mais efêmera e mutável. Perde-se consciência dela assim que o corpo adormece. Se não acordássemos de novo, viveríamos sem ela. Nos sonhos, ou no sono profundo, é como se jamais tivesse existido. Por conseguinte, podemos ser mais fiéis ao nosso ser profundo. Se estamos realmente interessados em tomar consciência do mundo onírico, as energias superiores, que são onipotentes, nos dão a clareza e os meios necessários para tal, em todos os níveis. No centro do nosso ser há uma energia criativa poderosa e parte dela fica evidente na vida onírica.
Sendo a vida uma totalidade, não há situação alheia que não nos diga respeito, e tampouco há ato nosso, físico, emociona ou mental, que não reflita positiva ou negativamente sobre os demais. Esse é o ponto de vista da alma, universal. Se estivermos receptivos para ele, aprenderemos a ser mais abrangentes e compassivos. Há, pois, necessidade de não nos deixarmos levar por nenhuma aparência, por mais evidente que possa parecer à mente comum, para ficarmos receptivos à mensagem advinda de níveis onde a perfeição é uma realidade em todos nós. Na busca do esclarecimento, podemos usar dois processos segundo o que for de menor resistência para nós. No primeiro, perguntamos ao mundo interior sobre o que estejamos precisando saber; no segundo, simplesmente abrimo-nos à sua orientação, sem nada perguntar. O eu superior põe o ego constantemente à prova, no intuito de torná-lo ágil e apurado, apto para uma vida mais ampla. O sonho premonitório carrega, misturados, elementos emocionais, sentimentos, sensações e sofrimentos. Origina-se geralmente do nível astral, onde os acontecimentos se dão antes de se materializar no plano físico. O sonho profético tem origem num nível mais alto, interessando à vida da alma e não propriamente à da personalidade. O primeiro pode deixar dúvidas quanto à sua veracidade e assustar, mas o segundo é indubitável: quem sonha tem a impressão de estar vivendo uma experiência que, na verdade, só ocorreria depois, trazendo consigo coragem e disposição para se enfrentar qualquer situação anunciada como provável ou certa. Por tudo isso é que anoto meus sonhos e acredito sem ansiedade na capacidade deles de me ajudarem em todos os sentidos.



fonte:
TRIGUEIRINHO NETTO, José. Nossa vida nos sonhos. 16ª Ed. São Paulo: Ed. Pensamento, 1987.

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